Bolsonaro: “Merkel arregalava os olhos enquanto eu falava de proteção ambiental”

Publicado em 29/06/2019 11:20

Em entrevista coletiva durante a cúpula do G20, Jair Bolsonaro disse ter falado aos líderes europeus sobre a existência de uma “psicose ambientalista” contra o Brasil.

Segundo o presidente, a expressão foi usada ao discutir política ambiental com Angela Merkel e Emmanuel Macron.

“Eu falei para ela [Merkel] da ‘psicose ambientalista’ que existe para conosco”, disse, acrescentando que a chanceler alemã “arregalou os olhos” durante o breve encontro com o presidente.

Bolsonaro disse ainda que convidou a chanceler para uma viagem pela região amazônica brasileira.

Como resposta, disse que Merkel “arregalou os olhos de novo”.

“Não é porque eles destruíram as matas deles que vamos destruir as nossas. Convidei a Merkel a explorar de forma sustentável nossa Amazônia, ela arregalou os olhos também.”

Acordo Mercosul-UE levará a “efeito dominó”, diz Bolsonaro

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado que o tratado de livre comércio entre União Europeia e Mercosul pode gerar uma "operação dominó" e encorajar outros países a negociarem acordos comerciais com o Brasil.

"Acho que é operação dominó, com toda certeza outros países terão interesse em negociar conosco, o Japão, inclusive", disse Bolsonaro em entrevista coletiva no encerramento da cúpula do G20 na cidade japonesa de Osaka, citando como exemplo a carne brasileira.

Mercosul e União Europeia (UE) assinaram um acordo preliminar de livre comércio na sexta-feira, encerrando duas décadas de negociações e contrariando uma tendência global de crescimento do protecionismo diante da disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo, a China e os Estados Unidos.

Bolsonaro também enfatizou a importância da China como parceira comercial do Brasil, lembrando que planeja visitar o país no segundo semestre, possivelmente em outubro. Ele teria uma reunião bilateral com o presidente da China, Xi Jinping, neste sábado, mas o encontro foi cancelado por atraso na agenda do líder chinês, segundo reportagens de jornais brasileiros.

Na entrevista, Bolsonaro disse que iria desfazer "qualquer mal entendido" no encontro com Xi e buscar ampliar o comércio com a China, após ter criticado Pequim diversas vezes durante a campanha presidencial do ano passado.

"A China vai continuar fazendo comércio conosco", afirmou.

Questionado sobre o encontro na véspera com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente brasileiro disse que ambos discutiram formas de aproximação e também de ampliar o comércio.

Segundo Bolsonaro, Trump deve fazer uma visita à Argentina ainda este ano, oportunidade em que defendeu um encontro entre o líder norte-americano com diversos presidentes de países da América do Sul.

Bolsonaro também comentou encontro que teve com a chanceler alemã, Angela Merkel, que antes de embarcar para o G20 disse que gostaria de ter uma conversa franca com o líder brasileiro sobre a questão ambiental.

Ele disse que Merkel "arregalou os olhos" em determinado momentos, inclusive quando a convidou para explorar a Amazônia "de forma racional e sustentável".

"Se alguém pode falar sobre preservação ambiental é o Brasil", disse. "Não podemos aceitar certas observações e uma difamação do Brasil no tocante a essa área".

"Mostramos que o Brasil mudou o governo e é um país que vai ser respeitado. Falei para ela da questão da psicose ambientalista que existe para conosco", acrescentou.

Na agenda de política nacional, Bolsonaro disse que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, permanecerá no cargo até segunda-feira, como todos os demais ministros. Antônio é suspeito de envolvimento em esquema de candidaturas laranjas do PSL, partido de Bolsonaro, investigado pela Polícia Federal.

Sobre o sargento da Aeronáutica preso na Espanha em um avião da FAB na Espanha esta semana por porte de 39 quilos de cocaína, Bolsonaro disse que gostaria que o caso tivesse ocorrido na Indonésia, onde o crime de tráfico de drogas é punido com a pena de morte.

(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro, e Gabriela Melo, em São Paulo)

“Estamos adotando posição muito mais equilibrada no Oriente Médio”

Jair Bolsonaro disse neste sábado que conversou com o príncipe Mohammad bin Salman, da Arábia Saudita, sobre oportunidades de investimentos no Brasil.

“Firme em minha determinação de trazer investimentos para nosso país, conversei com o Príncipe Mohammad bin Salman da Arábia Saudita, maior economia do mundo árabe, sobre oportunidades de investimentos no Brasil. Estamos adotando uma posição muito mais equilibrada no Oriente Médio.” Twitter

Firme em minha determinação de trazer investimentos para nosso país, conversei com o Príncipe Mohammad bin Salman da Arábia Saudita, maior economia do mundo árabe, sobre oportunidades de investimento no Brasil. Estamos adotando uma posição muito mais equilibrada no Oriente Médio. 

Acordo Mercosul-UE reforça candidatura do Brasil à OCDE, diz chanceler

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse em entrevista ao Estadão que a conclusão das negociações do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia reforça a candidatura do Brasil à OCDE.

“Ele [o acordo] comprova nossa disposição de construir uma abertura econômica sólida, de construir uma economia mais competitiva, mais ligada ao mundo, às cadeias globais de valor dentro da integração do Mercosul”, afirmou.

“(…) Vamos mostrando que temos uma atitude no mundo que é construtiva, que temos políticas que decorrem dos valores do povo brasileiro e que são coisas que fazem sentido, que nos permitem dialogar. Temos uma política que valoriza a identidade nacional. Então, mostra que se pode ter uma política coerente em todas as frentes, que valoriza o Brasil em todas as frentes. Outra vertente é nosso desejo de entrar na OCDE, fica claro que estamos preparados. Encaixa muito bem.”

 

Fonte: O Antagonista/Reuters

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