Bolsonaro garante a Macron que Brasil permanecerá no acordo do clima, diz porta-voz
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em encontro com o presidente da França, Emmanuel Macron, que o país vai permanecer no acordo climático de Paris e convidou o líder francês a visitar a região da Amazônia para verificar o trabalho desenvolvido pela preservação do meio ambiente, disse o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, nesta sexta-feira.
Segundo o porta-voz, que integra a comitiva presidencial na viagem ao Japão para a reunião de cúpula do G20, o Brasil "está e permanecerá" no pacto.
Rêgo Barros disse que o encontro informal de Bolsonaro com Macron foi uma tentativa de "corrigir" a agenda da véspera. O encontro constava da agenda oficial do presidente brasileiro, mas foi retirado, e depois houve um acerto dos cerimoniais de ambos os países para realizar uma reunião de cerca de 30 minutos.
O porta-voz disse que o convite para o presidente francês visitar o Brasil é para conhecer o trabalho brasileiro na área do meio ambiente. "Para que ele possa ver in loco que a nossa região amazônica é extremamente preservada", disse.
O encontro entre Bolsonaro e Macron ocorreu após uma troca de farpas públicas nos últimos dias. Na quinta-feira, o presidente francês afirmou que não assinaria nenhum acordo comercial com o Brasil caso o presidente brasileiro saísse do acordo climático, ameaçando colocar em risco os trabalhos de negociações comerciais entre UE e Mercosul.
As negociações da UE com o Mercosul se intensificaram recentemente, com Bolsonaro dizendo este mês que um acordo poderia ser assinado “logo”, enquanto a UE o chamou de “prioridade número um”.
No entanto, a irritação da União Europeia em relação ao aumento de importações de carne e a hesitação do Mercosul sobre abertura de alguns setores industriais, como o automotivo, fizeram prazos anteriores para um acordo serem descumpridos.
A França, em particular, está preocupada com o impacto sobre sua vasta indústria de agricultura de importações sul-americanas, que não teriam que respeitar as estritas regulações de meio ambiente da UE.
(Reportagem de Ricardo Brito)