Dólar fecha em queda; Bolsa, em alta histórica e BC mantém taxa básica de juros em 6,5%

Publicado em 19/06/2019 18:10
Decisão tomada por todos membros do Copom segue as expectativas de mercado, que aposta na queda dos juros básicos até o final deste ano (no R7 e O Antagonista)

O dólar fechou o dia em queda de 0,25%, a R$ 3,85.

É o menor valor da moeda em dois meses.

A Ibovespa também teve fechou o dia com bons números, acima dos 100 mil pontos, um crescimento de 0,90%. É a primeira vez na história que a Bolsa brasileira fecha um dia com este índice.

Isso tudo em um dia tenso na política, com a ida de Sergio Moro à CCJ do Senado.

Bolsa fecha pela primeira vez acima dos 100 mil pontos; Dólar cai para R$ 3,85, no menor valor em dois meses (Ag. Brasil)

Em um dia de euforia no mercado financeiro, a Bolsa de Valores rompeu a barreira dos 100 mil pontos, e o dólar fechou no menor valor em dois meses. O índice Ibovespa, da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), encerrou o dia com alta de 0,9%, aos 100.303 pontos. Este é o maior nível da história.

No mercado de câmbio, o dólar comercial caiu 0,25% e foi vendido a R$ 3,85. Em queda pelo segundo dia seguido, a divisa chegou ao no menor valor desde 10 de abril (R$ 3,824).

Hoje, o Federal Reserve – Banco Central dos Estados Unidos – manteve os juros da maior economia do planeta entre 2,25% e 2,5% ao ano. A instituição, no entanto, indicou que pode cortar a taxa ainda este ano. Juros mais baixos em economias avançadas aumentam o fluxo de capitais para países emergentes, como o Brasil, pressionando para baixo a cotação do dólar e estimulando investimentos no mercado de ações.

No Brasil, os investidores acompanham as discussões do relatório da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara dos Deputados. Nesta quarta-feira,ocorre o segundo dia de debates. A expectativa da Casa é que a na comissão especial vote o texto na próxima semana.

BC mantém taxa básica de juros em 6,5% ao ano pela 10ª vez seguida (no R7)

O Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), decidiu nesta quarta-feira (19) pela 10ª manutenção consecutiva da taxa básica de juros da economia brasileira no patamar de 6,5% ao ano.

Com o veredito, a Selic permanece no menor nível da história desde março do ano passado, quando o Copom reduziu a Selic em 0,25 ponto percentual, para os atuais 6,5% ao ano.

Ibovespa fecha acima dos 100 mil pontos pela 1º vez na história

Votaram pela manutenção da taxa o presidente do BC, Roberto Oliveira Campos Neto, e dos diretores Bruno Serra Fernandes, Carlos Viana de Carvalho, Carolina de Assis Barros, João Manoel Pinho de Mello, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Sérgio Neves de Souza e Tiago Couto Berriel.

"O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e balanço de riscos para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o ano-calendário de 2019 e, principalmente, de 2020", afirma o BC.

A decisão do Copom vai em linha com as expectativas do mercado financeiro, que apostava justamente na manutenção da Selic nesta reunião. Para os próximos quatro encontros deste ano, o grupo de economistas consultados semanalmente pelo Banco Central aposta no corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros, que deve finalizar 2019 no patamar de 5,75%, o menor da história nacional. 

Para justificar a decisão desta quarta-feira, o Copom afirma que “a evolução do cenário básico e do balanço de riscos prescreve manutenção da taxa Selic no nível vigente” e destaca que uma possível redução dos juros dependerá da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.

De acordo com o Copom, a continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira como fatores "essenciais" para a queda dos juros estruturais e a recuperação sustentável da economia.

Juros básicos

A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A taxa é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais. 

Em linhas gerais, a Selic é taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.

A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próxima da meta estabelecida pelo governo, de 4,5%. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.

CNI: reforma da Previdência abrirá caminho para reduzir juros

Entidade que representa indústria cobra redução de gastos públicos

O Banco Central (BC) só poderá reduzir os juros básicos da economia após a aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. A avaliação é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que cobrou engajamento do governo para mudanças na legislação que reduzam os gastos públicos.

Pela décima vez seguida, o Banco Central (BC) manteve a taxa Selic em 6,5% ao ano, no menor nível da história. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) está marcada para o fim de julho.

“A decisão mostra a cautela do Banco Central em relação à tramitação da reforma da Previdência e aos possíveis impactos sobre as variáveis econômicas, como o câmbio, o déficit nas contas públicas e o investimento”, informou a CNI em comunicado.

Para a entidade, existe um ambiente favorável à redução dos juros porque a inflação continua abaixo da meta e porque a economia segue com crescimento baixo. “No plano doméstico, diminuíram as pressões sobre os preços e a inflação continua abaixo da meta, e as dificuldades de recuperação da atividade indicam que a economia crescerá menos de 1% neste ano. Além disso, o desemprego continua alto, o que compromete o consumo das famílias”, ressaltou a confederação.

De acordo com a CNI, no cenário internacional, a desaceleração da economia mundial estimula o corte de juros em países emergentes, como o Brasil, antes mesmo de o Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, voltar a cortar as taxas. “A queda dos juros é fundamental para estimular os investimentos, o consumo e, consequentemente, o crescimento econômico e a criação de empregos”, conclui o comunicado.

Fonte: R7 / O Antagonista/ Ag Brasil

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