Impacto fiscal total da reforma fica em R$1,13 tri; proposta não tem data para ser votada na comissão

Publicado em 13/06/2019 18:15

Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - O impacto fiscal total da reforma da Previdência deve ficar em torno de 1,13 trilhão de reais, mas o parecer do relator Samuel Moreira (PSDB-SP), apresentado nesta quinta-feira, ainda não tem uma data para ser votado pela comissão especial da Câmara dos Deputados.

Segundo a assessoria de Moreira, a reforma prevê uma economia em 10 anos de 913,4 bilhões de reais e haverá uma receita de 217 bilhões de reais decorrente do fim da transferência de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para o BNDES, medida que passa a valer assim que promulgada a emenda constitucional da Previdência.

Moreira disponibilizou seu texto antes das 11h, mas só começou a leitura do mesmo na comissão especial da Câmara às 13h, depois que os líderes dos partidos no colegiado usaram o tempo para discursar a favor e contra a proposta.

O relatório excluiu os pontos que enfrentavam mais resistências entre os deputados. Desse modo ficaram fora as alterações no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e nas aposentadorias rurais, a previsão do regime de capitalização e a extensão das novas regras previdenciárias para Estados e municípios.

A reforma da Previdência é considerada fundamental para ajudar a reequilibrar as contas públicas e preparar o caminho para a retomada do crescimento econômico.

Pouco antes do início da reunião da comissão especial, oposição e presidente da comissão, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), reuniram-se para rediscutir um acordo de procedimento para a discussão da PEC. Após mal-estar na véspera devido a uma entrevista coletiva do relator, acompanhado de partidos do centro, para a qual a oposição não foi chamada, deputados apararam as arestas.

Se de um lado a oposição prometeu não obstruir a discussão da proposta, o governo se comprometeu a não encerrar as falas e discursos antes da votação. E o presidente da comissão, de sua parte, declarou ao abrir a reunião que não há uma data definitiva para a votação da PEC.

Na quarta-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegou a declarar que a proposta poderia ser votada no próximo dia 25 na comissão especial. Depois disso, Ramos disse que seu esforço seria para que a votação fosse iniciada no colegiado no dia 27.

Ramos, no entanto, afirmou nesta quinta-feira após o acordo com a oposição que não teria como “carimbar” uma data.

“O tempo tem elementos que independem da vontade deste presidente”, disse. “O tempo e a data da votação estão condicionados à quantidade de inscritos, à qualidade do acordo em torno do relatório e à quantidade de destaques.”

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibovespa tem leve recuo, mas sela ganho semanal apoiado em estímulos na China
Dólar à vista fecha em baixa de 0,16%, a R$5,4363 na venda
Dow Jones fecha em alta recorde, com inflação moderada também impulsionando small caps
Ibovespa fecha estável, mas tem ganho semanal com estímulos da China em foco
Taxas sobem em DIs a partir de 2026 após dados fortes do mercado de trabalho
Brasil desenha proposta para atrair investimentos chineses em visita de Xi Jinping