Ibovespa retoma fôlego com cena política e fecha em alta; exterior ajuda
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta de mais de 1% e acima dos 97 mil pontos nesta quinta-feira, retomando o viés positivo com a percepção recente de melhora no ambiente político no país, em movimento endossado pelo cenário externo.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,26%, a 97.204,85 pontos. O giro financeiro somou 12,9 bilhões de reais. Na véspera, o Ibovespa fechou abaixo de 96 mil pontos em dia de realização de lucros.
Agentes financeiros têm avaliado que a agenda econômica está caminhando bem, assim como veem melhora na relação entre Executivo e Legislativo, o que tem favorecido o ânimo com a tramitação da reforma da Previdência.
Economistas do UBS no Brasil veem um "bom momento" no país e avaliam que a pauta do governo está andando, e que há um apoio crescente no Congresso para a reforma da Previdência.
"...resta saber se isso se traduz nos votos necessários dos parlamentares quando a medida chegar ao plenário do Congresso", ponderaram Tony Volpon e Fabio Ramos, em relatório a clientes.
No exterior, a possibilidade de os Estados Unidos adiarem a aplicação de tarifas a produtos mexicanos agradou, após novas ameaças do presidente Donald Trump contra bens chineses adicionarem volatilidade aos negócios mais cedo.
Apostas de que o Federal Reserve pode cortar os juros se necessário também continuaram dando suporte a bolsas no exterior, bem como o adiamento do prazo para a primeira alta dos juros na zona do euro.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN subiu 1,62% e PETROBRAS ON avançou 1,57%, em dia de alta dos preços do petróleo no exterior. Em outra frente, o Supremo Tribunal Federal (STF) votava sobre a exigência ou não de aval do Congresso e de realização de licitação pública para a alienação do controle acionário de estatais.
- VIA VAREJO avançou 6,45%, após a varejista de móveis e eletrodomésticos anunciar na véspera o lançamento de um banco digital em parceria com a startup americana Airfox, com foco em clientes de baixa renda. As ações seguem suscetíveis a especulações ligadas à venda da participação do GPA na companhia.
- AZUL subiu 5,1%, após dados sobre demanda e oferta de assentos em maio conhecidos na noite de quarta-feira, com altas respectivas de 26,7% e 20,4% ante o mesmo período de 2018. No setor, GOL, que também divulgou seus números na véspera, valorizou-se 3,47%.
- SABESP caiu 0,39%, em meio a realização de lucros, após o Senado aprovar projeto de lei que atualiza o marco regulatório para o setor de saneamento básico, considerado crucial para uma eventual privatização da empresa paulista. Na máxima da sessão, o papel chegou a subir 3,79%, para 50,70 reais, máxima histórica intradia.
- BANCO DO BRASIL fechou com elevação de 2,54%, após forte recuo na véspera, que analistas atribuíram a potenciais efeitos de uma especulada recuperação judicial do grupo Odebrecht. No setor, BRADESCO PN valorizou-se 2,19% e ITAÚ UNIBANCO PN mostrou acréscimo de 1,05%.
- ESTÁCIO caiu 3,11%, entre as maiores quedas do Ibovespa, acompanhada da rival KROTON, que fechou em baixa de 2,57%.
- BRASKEM recuou 2,35%, engatando a quarta queda seguida e renovando mínima desde julho de 2017 em meio a uma lista de adversidades que a petroquímica vem enfrentando, incluindo desistência da LyondellBasell Industries de adquirir o controle da companhia.