Com aval externo, Ibovespa fecha em alta liderada por Sabesp; Braskem desaba

Publicado em 04/06/2019 18:27

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira, com Sabesp disparando diante do andamento do projeto de lei que cria um novo marco regulatório para o setor de saneamento básico, embora o tom positivo no pregão tenha sido mitigado pelo tombo de Braskem após fracasso na venda da companhia.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com acréscimo de 0,37 por cento, a 97.380,28 pontos. O volume financeiro somava 14,5 bilhões de reais.

Na máxima do dia, o Ibovespa chegou a 97.722,88 pontos, beneficiado por ganhos em praças acionárias no exterior e repercussão favorável de votações no Senado na terça-feira, incluindo a aprovação de medida provisória que trata do combate a fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A MP 871 é considerada peça importante para a implantação da reforma da Previdência e a sua aprovação corroborou a leitura de um ambiente mais harmonioso entre Executivo e Legislativo.

Estrategistas do Itaú BBA reiteraram sua visão positiva para o médio prazo para os papéis brasileiros, sustentando a recomendação 'overweight' e acrescentando que mantêm a expectativa de aprovação da reforma da Previdência até o terceiro trimestre, conforme relatório a clientes.

"Nós continuamos confortáveis com nossa visão positiva sobre as ações brasileiras, uma vez que a visão de médio prazo mais do que compensa os desafios de curto prazo", afirmou a equipe.

No exterior, Wall Street firmou-se no azul após comentários do chairman do banco central norte-americano, Jerome Powell, que abriram a porta para a possibilidade de um corte de juros nos Estados Unidos. O S&P 500 fechou em alta de % e o Dow Jones avançou %.

DESTAQUES

- SABESP saltou 10,96%, após o Senado aprovar na véspera regime de urgência para o projeto de lei que cria um novo marco regulatório para o setor de saneamento básico, considerado essencial para eventual privatização da empresa paulista de água e esgoto. À tarde, a ação renovou cotação recorde intradia a 48,87 reais após a Comissão de Infraestrutura do Senado aprovar relatório sobre o projeto. Fora do Ibovespa, a estatal mineira Copasa subiu 7,1% e a paranaense Sanepar avançou 4%.

- BRASKEM PNA despencou 17,1%, tocando mínimas desde meados de 2017 no pior momento da sessão, quando chegou a cair 20%. O tombo ocorreu depois que a LyondellBasell desistiu de comprar a participação controladora na petroquímica brasileira detida pela Odebrecht. A LyondellBasell disse que encerrou as negociações com a Odebrecht "após cuidadosa consideração", mas não deu mais detalhes.

- JBS e MARFRIG avançaram 5,4% e 3,5%, respectivamente, recuperando-se de perdas na véspera, quando foram pressionadas pela decisão do Ministério da Agricultura de suspender exportações de carne bovina à China após a confirmação de caso atípico da doença da vaca louca no Mato Grosso. A Organização Mundial de Saúde Animal, contudo, manteve o status do Brasil de risco insignificante para a doença.

- EDP BRASIL fechou em alta de 4,8%, tendo de pano de fundo que a China Three Gorges avalia um acordo para obter o controle no Brasil da EDP-Energias de Portugal, conforme reportagem da agência Bloomberg, citando fontes a par do assunto. Na máxima da sessão, os papéis subiram 7,5%.

- PETROBRAS PN subiu 0,8% e PETROBRAS ON avançava 0,6%, em sessão de recuperação dos preços do petróleo no exterior, com o mercado na expectativa de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) prevista para esta semana sobre vendas de ativos da petrolífera de controle estatal.

- VALE subiu 0,6%, alinhando-se a suas pares no exterior e à alta dos preços do minério de ferro na China.

- ITAÚ UNIBANCO PN recuou 0,2%, enquanto BRADESCO PN subiu 0,5%. BANCO DO BRASIL valorizou-se 1,6%.

Fonte: Reuters

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