S&P 500 tem pior maio em 9 anos com escalada de tensões comerciais

Publicado em 31/05/2019 17:12

NOVA YORK (Reuters) - As principais bolsas de valores dos Estados Unidos fecharam em queda nesta sexta-feira, e o S&P 500 sofreu a maior baixa para maio desde 2010, após a ameaça de tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, contra o México alimentar temores de que uma guerra comercial em várias frentes possa levar a uma recessão.

Washington imporá uma tarifa de 5% a partir de 10 de junho, que subiria continuamente para 25% até a imigração ilegal na fronteira sul ser interrompida, disse Trump.

"Isso é aplicar uma tarifa comercial por causa de questão de segurança nacional, e isso é diferente", disse Christopher Smart, diretor do Barings Investment Institute.

"A questão agora é qual país não é vulnerável a tarifas ou que questões políticas, diplomáticas ou de segurança nacional agora não incluirão a ameaça de tarifas. Então, se você é um investidor, esse é um mundo significativamente diferente."

O índice Dow Jones caiu 1,41%, a 24.815 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 1,32%, a 2.752 pontos. O Nasdaq Composto recuou 1,51%, a 7.453 pontos.

Tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq fecharam abaixo de suas médias móveis de 200 dias pela primeira vez desde 8 de março, o que é entendido como sinal de mais quedas à frente.

No acumulado da semana, o Dow Jones caiu 3,01% --maior queda desde 2011 e a sexta semana consecutiva de perdas.

O S&P 500 cedeu 2,62% na semana, e o Nasdaq recuou 2,41%.

No acumulado de maio, o Dow caiu 6,69%, o S&P 500 cedeu 6,58%, e o Nasdaq recuou 7,93%.

É a primeira queda mensal para os três índices neste ano.

Preços do Petróleo caem mais de 3% com ameaças de Trump ao México

NOVA YORK (Reuters) - O petróleo despencou mais de 3% nesta sexta-feira e registrou sua maior queda mensal em seis meses, depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estimular as tensões comerciais globais ao ameaçar impor tarifas ao México, importante parceiro comercial norte-americano e grande fornecedor de petróleo.

Os contratos futuros do petróleo Brent recuaram 2,38 dólares, ou 3,6%, e fecharam a 64,49 dólares por barril. Já os futuros do petróleo nos EUA cederam 3,09 dólares, fechando a 53,50 dólares/barril, uma retração de 5,5%.

Durante a sessão, o Brent chegou a atingir uma mínima de 64,37 dólares por barril, seu menor nível desde 8 de março, enquanto o WTI despencou até 53,41 dólares/barril, marca mais fraca desde 14 de fevereiro.

Os futuros do Brent registraram uma perda de 11% em maio, com o WTI recuando 16%, na maior queda mensal de ambos desde novembro.

Trump prometeu na quinta-feira ampliar as tarifas sobre o México, a menos que o país vizinho barre a entrada de imigrantes ilegais nos EUA. O plano aplicaria uma taxa de 5% em importações mexicanas a partir de 10 de junho, com um aumento mensal que alcançaria 25% em 1º de outubro.

Isso poderia afetar o lucrativo comércio de energia entre as fronteiras.

"As refinarias norte-americanas importam cerca de 680 mil barris por dia de petróleo mexicano. A tarifa de 5% acrescenta 2 milhões de dólares ao custo das aquisições diárias", afirmaram analistas do PVM.

Os EUA também exportam mais combustíveis ao México do que qualquer outro país, segundo o Departamento de Energia norte-americano, embora até aqui o México não tenha anunciado se irá ou não retaliar. O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, pediu que Trump recue das ameaças.

(Reportagem adicional de Shadia Nasralla em Londres, Colin Packham em Sidney e Henning Gloystein em Cingapura)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibovespa tem leve recuo, mas sela ganho semanal apoiado em estímulos na China
Dólar à vista fecha em baixa de 0,16%, a R$5,4363 na venda
Dow Jones fecha em alta recorde, com inflação moderada também impulsionando small caps
Ibovespa fecha estável, mas tem ganho semanal com estímulos da China em foco
Taxas sobem em DIs a partir de 2026 após dados fortes do mercado de trabalho
Brasil desenha proposta para atrair investimentos chineses em visita de Xi Jinping