S&P 500 tem pior maio em 9 anos com escalada de tensões comerciais
NOVA YORK (Reuters) - As principais bolsas de valores dos Estados Unidos fecharam em queda nesta sexta-feira, e o S&P 500 sofreu a maior baixa para maio desde 2010, após a ameaça de tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, contra o México alimentar temores de que uma guerra comercial em várias frentes possa levar a uma recessão.
Washington imporá uma tarifa de 5% a partir de 10 de junho, que subiria continuamente para 25% até a imigração ilegal na fronteira sul ser interrompida, disse Trump.
"Isso é aplicar uma tarifa comercial por causa de questão de segurança nacional, e isso é diferente", disse Christopher Smart, diretor do Barings Investment Institute.
"A questão agora é qual país não é vulnerável a tarifas ou que questões políticas, diplomáticas ou de segurança nacional agora não incluirão a ameaça de tarifas. Então, se você é um investidor, esse é um mundo significativamente diferente."
O índice Dow Jones caiu 1,41%, a 24.815 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 1,32%, a 2.752 pontos. O Nasdaq Composto recuou 1,51%, a 7.453 pontos.
Tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq fecharam abaixo de suas médias móveis de 200 dias pela primeira vez desde 8 de março, o que é entendido como sinal de mais quedas à frente.
No acumulado da semana, o Dow Jones caiu 3,01% --maior queda desde 2011 e a sexta semana consecutiva de perdas.
O S&P 500 cedeu 2,62% na semana, e o Nasdaq recuou 2,41%.
No acumulado de maio, o Dow caiu 6,69%, o S&P 500 cedeu 6,58%, e o Nasdaq recuou 7,93%.
É a primeira queda mensal para os três índices neste ano.
Preços do Petróleo caem mais de 3% com ameaças de Trump ao México
NOVA YORK (Reuters) - O petróleo despencou mais de 3% nesta sexta-feira e registrou sua maior queda mensal em seis meses, depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estimular as tensões comerciais globais ao ameaçar impor tarifas ao México, importante parceiro comercial norte-americano e grande fornecedor de petróleo.
Os contratos futuros do petróleo Brent recuaram 2,38 dólares, ou 3,6%, e fecharam a 64,49 dólares por barril. Já os futuros do petróleo nos EUA cederam 3,09 dólares, fechando a 53,50 dólares/barril, uma retração de 5,5%.
Durante a sessão, o Brent chegou a atingir uma mínima de 64,37 dólares por barril, seu menor nível desde 8 de março, enquanto o WTI despencou até 53,41 dólares/barril, marca mais fraca desde 14 de fevereiro.
Os futuros do Brent registraram uma perda de 11% em maio, com o WTI recuando 16%, na maior queda mensal de ambos desde novembro.
Trump prometeu na quinta-feira ampliar as tarifas sobre o México, a menos que o país vizinho barre a entrada de imigrantes ilegais nos EUA. O plano aplicaria uma taxa de 5% em importações mexicanas a partir de 10 de junho, com um aumento mensal que alcançaria 25% em 1º de outubro.
Isso poderia afetar o lucrativo comércio de energia entre as fronteiras.
"As refinarias norte-americanas importam cerca de 680 mil barris por dia de petróleo mexicano. A tarifa de 5% acrescenta 2 milhões de dólares ao custo das aquisições diárias", afirmaram analistas do PVM.
Os EUA também exportam mais combustíveis ao México do que qualquer outro país, segundo o Departamento de Energia norte-americano, embora até aqui o México não tenha anunciado se irá ou não retaliar. O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, pediu que Trump recue das ameaças.
(Reportagem adicional de Shadia Nasralla em Londres, Colin Packham em Sidney e Henning Gloystein em Cingapura)