Bolsas dos EUA interrompem série de perdas após comentários de Trump sobre comércio

Publicado em 10/05/2019 19:54

NOVA YORK (Reuters) - As bolsas de valores dos Estados Unidos se recuperaram nesta sexta-feira, quebrando uma série de quatro dias de perdas, após o presidente norte-americano, Donald Trump, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, dizerem que as negociações comerciais entre Washington e Pequim foram construtivas.

O Dow Jones subiu 0,44%, para 25.942,37 pontos. O S&P 500 ganhou 0,37%, para 2.881 pontos. E o Nasdaq teve variação positiva de 0,08%, a 7.916,94 pontos. Na semana, o Dow caiu 2,12%, o S&P 500 cedeu 2,17% e o Nasdaq recuou 3,03%.

No pior momento do dia, o S&P 500 caiu 1,6%, mas se recuperou após Mnuchin falar de forma positiva sobre as negociações de dois dias entre os dois países.

O mercado acelerou ganhos após Trump ecoar esse sentimento em uma série de tuítes. Mas o S&P 500 devolveu parte dos ganhos perto do fim da sessão, depois de Mnuchin dizer que nenhuma outra negociação comercial estava planejada, segundo a CNBC.

A despeito da alta desta sexta-feira, tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq amargaram a pior semana do ano.

"O mercado percebeu as declarações (de Mnuchin e Trump) são mais políticas do que indicativas de mudança na estratégia", disse Oliver Pursche, estrategista-chefe da Bruderman Asset Management. "Nada mudou em termos de nossa tese de investimento. No curto prazo, a China precisa de um acordo comercial mais do que os EUA. Mas, no longo prazo, os EUA precisam mais do que a China. Efetivamente, é um bom equilíbrio."

As ações do Uber caíram 7,6% no pregão de estreia.

Reação negativa do mercado a tarifas de Trump endossa visão de que Fed pode cortar juro

MERIDIAN/SÃO FRANCISCO (Reuters) - A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aumentar as tarifas sobre produtos da China alimentou as apostas de mercado nesta sexta-feira de que o Federal Reserve cortará as taxas de juros no final deste ano e um membro do Fed sugeriu que estaria aberto a essa possibilidade se os dados econômicos deteriorarem.

Desde janeiro, o Fed sinalizou que espera manter as taxas inalteradas enquanto avalia as condições da economia, incluindo inflação abaixo do ideal e crescimento do PIB e do emprego mais rápido do que o esperado.

Em contraste, Trump e outros altos funcionários do governo pediram repetidas vezes para o Fed reduzir os juros para impulsionar o crescimento econômico, que deverá desacelerar neste trimestre em relação ao ritmo anual de 3,2 por cento do trimestre passado, com a perda de vigor do efeito dos cortes de impostos do ano passado.

Mas, nesta sexta-feira, perguntando se as novas tarifas dos EUA poderiam levar a um corte nas taxas, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, não descartou a possibilidade.

"Dependendo da gravidade da resposta, poderia", disse Bostic a jornalistas. "Isso realmente depende. Depende do que as empresas decidem fazer e então depende de quanto tempo as tarifas estão em vigor."

As projeções do Fed publicadas em março sugerem que a maioria dos formuladores de política monetária espera que as taxas fiquem estáveis até o final do ano. O chairman do Fed, Jerome Powell, previu no início deste mês que as recentes leituras mais fracas de inflação foram ditadas por fatores transitórios e reiterou sua opinião de que não há necessidade urgente de elevar ou baixar os juros.

O dado de inflação divulgado nesta sexta-feira sugere que as pressões sobre os preços continuam fracas.

 

Fonte: Reuters

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