Friboi lança plataforma digital para compra de gado no Brasil (Reuters)
SÃO PAULO (Reuters) - A Friboi, marca de carne bovina do grupo JBS no Brasil, anunciou nesta quarta-feira o lançamento de plataforma digital para compra de gado no país, acelerando a comunicação com seus fornecedores.
Segundo a empresa, a plataforma disponibilizada por meio de um aplicativo para celulares deve representar 40 por cento do volume de negócios da Friboi em até três anos.
Atualmente, a maior empresa de carne bovina do país faz suas compras de animais para abate em balcão "spot" e por meio de contratos de "boi a termo".
O novo sistema permite que o pecuarista tenha acesso aos preços de mercado sugeridos pela Friboi especificamente para a sua fazenda e região, e pode fazer sua oferta de gado diretamente para a companhia.
Questionada, a empresa afirmou que não planeja transformar o sistema em uma espécie de "marketplace" online de gado e que a plataforma é exclusiva para negócios entre a companhia e pecuaristas interessados em fornecer animais para o grupo.
A plataforma também permite que pecuaristas que não sejam fornecedores da Friboi possam negociar lotes a partir de 18 animais com o grupo.
STF valida uso de aplicativos de transporte de passageiros no país
BRASÍLIA (Reuters) - O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira validar o uso de aplicativos de transporte para passageiros no país, como o Uber, o Cabify e o 99, ao barrar leis municipais que impunham restrições à utilização desse tipo de serviço.
Por unanimidade, os ministros do STF consideraram inconstitucionais leis de Fortaleza (CE) e São Paulo (SP) que pretendiam limitar a atuação dos motoristas particulares de aplicativos.
O Supremo entendeu que o uso dessa modalidade de serviço está de acordo com o princípio da constitucional da livre concorrência. Para o STF, os municípios podem fiscalizar o serviço, mas não podem proibir a circulação ou estabelecer medidas para restringir a atuação dos aplicativos.
O tribunal começou a julgar o assunto em dezembro do ano, quando o julgamento foi interrompido por um pedido de vista do ministro Ricardo Lewandowski.
Apesar da decisão em favor do uso dos aplicativos já estar consolidada, nesta quinta-feira o julgamento deverá ser concluído com a definição da tese. Devem analisar, por exemplo, sobre se a fiscalização poderá avançar sobre questões referentes a preço e à frota dos carros que fazem esse tipo de transporte.
A decisão foi tomada na mesma semana em que a Uber se prepara para uma bilionária oferta pública inicial de ações, que pode avaliar a companhia como valendo 90 bilhões de dólares. A operação está prevista para sexta-feira.
Motoristas de várias cidades ao redor do mundo, incluindo no Brasil, promoveram paralisações nesta quarta-feira, em protestos contra a disparidade entre as condições de trabalho e as somas que os investidores provavelmente ganharão na estréia da empresa no mercado de ações.
Na semana do IPO da Uber, motoristas fazem paralisação ao redor do mundo
LONDRES/NOVA YORK (Reuters) - Os motoristas da Uber em Londres e Nova York começaram um dia de greves nesta quarta-feira para protestar contra a disparidade entre as condições de trabalho e as somas que os investidores provavelmente ganharão na estréia da empresa no mercado de ações.
Motoristas e reguladores de todo o mundo há muito tempo criticam as táticas de negócios da Uber, e a valorização esperada de 90 bilhões de dólares que deve ser atribuída à empresa pela oferta pública inicial de ações na sexta-feira está provando ser o mais recente ponto de discórdia.
Sindicatos no Reino Unido disseram que o apoio à greve era forte, com motoristas ficando em casa e passageiros usando a hashtag #UberShutDown para prometer solidariedade nas mídias sociais.
Além de Londres, motoristas em Nova York, Chicago, Los Angeles, São Francisco e em outras grandes cidades dos Estados Unidos prometiam adesão ao movimento. No Brasil, parte dos motoristas da plataforma se organizou pelas redes sociais para aderir à paralisação. Atos de protesto em frente à sede da Uber e no Vale do Anhangabaú, em São Paulo eram planejados. Pelo menos outras três capitais brasileiras - Curitiba, Campo Grande e Salvador - também registravam protestos segundo veículos locais de imprensa. Procurada no Brasil, a Uber não comentou o assunto.
A companhia tem 3 milhões de motoristas cadastrados em seu aplicativo no mundo e não ficou claro se os protestos diminuirão significativamente o serviço.
O presidente-executivo da Uber, Dara Khosrowshahi, contratado para ajudar a empresa a superar uma série de escândalos e realizar o IPO, prometeu tratar melhor os motoristas.
A Uber está pagando a mais de 1 milhão de motoristas cerca de 300 milhões de dólares em bônus únicos, por exemplo, e mudou suas políticas, incluindo possibilidade dos usuários do aplicativo darem gorjetas aos motoristas.
"São os motoristas que criaram esta riqueza extrordinária, mas eles continuam a negar mesmo os mais básicos direitos trabalhistas", disse James Farrar, presidente da entidade britânica United Private Hire Drivers.
"Eles cresceram e cresceram e ficaram cada vez mais ricos, mas eu não cresci com a empresa. Minha condição como motorista Uber piorou", disse Syed Ali, motorista da Uber e integrante da Aliança de Motoristas de Táxi de Nova York.