Evans, do Fed, diz que corte de juros pode ser necessário se economia desacelerar
Por Johan Ahlander
ESTOCOLMO (Reuters) - O Federal Reserve pode precisar cortar os juros se a economia norte-americana desacelerar, disse o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, nesta sexta-feira, em declarações que focam em suas preocupações sobre a inflação insistentemente fraca.
Evans, que tem direito a voto na decisão sobre a taxa de juros neste ano, disse que também é possível que o crescimento da economia e a inflação ultrapassem as expectativas, o que pode levar o banco central dos EUA a elevar os juros "ao longo do tempo".
Mas ele disse estar mais preocupado sobre o cenário em que a economia tem desempenho inferior.
"Neste caso, a política monetária terá que ser mantida - ou até afrouxada", disse Evans em comentários preparados para uma participação em uma conferência em Estocolmo organizada pelo banco central sueco e pela Associação Nacional de Negócios Econômicos dos EUA.
Evans tem sido um forte defensor da abordagem que o próprio Fed chamou de "paciente" para manter a taxa de juros.
Ele também citou ao longo do mês passado a possibilidade de corte dos juros, em observações que diferem do tom adotado pelo chairman do Fed, Jerome Poweell, em seu discurso na quarta-feira de que não há argumentos fortes para aumentar ou diminuir os juros.
Evans disse nesta sexta-feira que está cada vez mais preocupado com a fraqueza deste ano na inflação, excluindo alimentos e energia. Ele disse que fatores temporários podem estar atuando, mas que também é possível que "as tendências da inflação estejam abaixo de 2 por cento", a meta de inflação do Fed.
Ele disse que o Fed pode precisar mudar sua política de taxas de juros para gerenciar seus riscos.
"Às vezes, podemos querer ajustar a política como uma garantia contra resultados ruins", disse Evans.
Ele acrescentou que é crucial que o Fed aja de forma a convencer o público de que manterá a inflação centralizada em 2 por cento, e que ele ficaria confortável se o núcleo do índice de preços subir até 2,5 por cento.
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