Pelosi acusa secretário de Justiça dos EUA de "crime", e democratas aumentam pressão sobre Trump
Por Amanda Becker e David Morgan
WASHINGTON (Reuters) - Democratas do Congresso dos Estados Unidos aumentaram a pressão sobre o governo do presidente Donald Trump nesta quinta-feira, quando a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, acusou o secretário de Justiça, William Barr, de cometer um crime e o presidente influente de um comitê ameaçou punir Barr por desacatar o Congresso.
Em uma carta desafiadora divulgada nesta quinta-feira, a Casa Branca disse que Trump tem direito de instruir seus assessores a não deporem em inquéritos de supervisão do Congresso relacionados à investigação do procurador especial Robert Mueller sobre a Rússia e rotulou o relatório Mueller de defeituoso.
As declarações assinalam uma escalada acentuada no conflito entre o governo Trump e os democratas do Congresso, que estão avaliando se deveriam tentar retirar Trump do cargo por meio de um processo de impeachment enquanto exigem informações sobre seus impostos, negócios e outros tópicos.
Democratas acusaram o presidente republicano e sua gestão de lançarem um ataque crescente contra a democracia norte-americana.
Pelosi, a democrata mais graduada do Congresso, acusou Barr de mentir aos parlamentares sobre suas interações com Mueller depois que o procurador especial concluiu sua investigação de 22 meses sobre os esforços da Rússia para interferir na eleição de 2016 nos EUA para impulsionar a candidatura de Trump.
"Isso é um crime", disse ela aos repórteres, referindo-se ao depoimento de Barr ao Congresso.
A porta-voz do Departamento de Justiça, Kerri Kupec, qualificou a alegação de Pelosi de "imprudente, irresponsável e falsa".
A troca de farpas ocorreu pouco depois que o presidente do Comitê Judiciário da Câmara, Jerrold Nadler, ameaçou punir Barr por desacato ao Congresso se não providenciar uma cópia integral e sem edição das conclusões de Mueller – o que pode levar a multas ou ao aprisionamento da maior autoridade das forças da lei dos EUA.
Barr divulgou o relatório Mueller em 18 de abril com algumas partes editadas para proteger informações sigilosas.
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