Economia dos EUA parece desacelerar, mas mercado de trabalho está forte
Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - O setor fabril dos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado em abril, devido a uma queda brusca nas encomendas, e os gastos em construção recuaram em março, o que sugere uma moderação no crescimento econômico.
Embora outros dados tenham mostrado que empresas privadas tenham feito em abril o maior nível de contratações em nove meses, este salto provavelmente se deveu a fatores técnicos. Os relatórios mistos coincidiram com o momento em que autoridades do Banco Central encerram uma reunião de dois dias.
Em março, o Fed suspendeu um ciclo de endurecimento da política monetária que já durava três anos. Como a economia parece enfraquecer e a inflação está estacionada, o banco deve conter novos aumentos da taxa de juros neste ano. Em 2018, o Fed elevou os custos dos empréstimos quatro vezes.
O Instituto de Administração do Suprimento (ISM) disse que seu índice de atividade industrial nacional recuou de 55,3 em março para 52,8 em abril. Uma leitura acima de 50 indica crescimento no setor manufatureiro, que represente cerca de 12 por cento da economia dos EUA.
O subíndice de novas encomendas do ISM diminuiu 5,7 pontos e ficou em 51,7 no mês passado. Uma medida das encomendas de exportação também recuou e as fábricas relataram queda nas contratações – uma medida do emprego no setor manufatureiro regrediu de 57,5 em março para 52,4.
Isso sugere que a folha de pagamento desse setor, que diminuiu em março pela primeira vez desde julho de 2017, continuou fraca em abril.
Já o Relatório Nacional de Emprego ADP mostrou alta de 275 mil empregos no setor privado em abril, o pico desde julho de 2018, superando a expectativa de 180 mil empregos novos dos economistas, e se somou aos 151 mil empregos criados em março.
As cifras do ADP emergem antes do relatório de emprego mais abrangente do Departamento do Trabalho, que será divulgado na sexta-feira e incluirá empregos dos setores público e privado.
Num terceiro relatório, o Departamento de Comércio disse que os gastos em construção caíram 0,9 por cento. Dados revisados de fevereiro revelaram que estes gastos aumentaram 0,7 por cento, e não 1 por cento, como relatado anteriormente.
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