Taxa de desemprego do Brasil sobe a 12,7% no 1º tri com desalento recorde
Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O desemprego no Brasil voltou a aumentar no primeiro trimestre e atingiu a maior taxa desde maio do ano passado, com o total de desempregados chegando a quase 13,4 milhões e número recorde de desalentados, em um cenário de fragilidade do crescimento econômico.
A taxa de desemprego brasileira chegou a 12,7 por cento no período, na terceira alta consecutiva e a maior do ano, ante 12,4 por cento nos três meses até fevereiro e 11,6 por cento no quarto trimestre
O resultado informado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra, entretanto, recuo em relação aos 13,1 por cento registrados no mesmo período de 2018, e ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters com economistas, de uma taxa de 12,8 por cento.
Ainda assim, é o mais alto desde os três meses encerrados em maio do ano passado, quando ficou no mesmo patamar.
"Nenhum setor teve contratação significativa no primeiro trimestre deste ano. Esse é o retrato do mercado de trabalho em 2019", disse o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo.
"A expectativa de uma melhora no mercado de trabalho que havia para 2019 não se confirma diante do cenário econômico", completou.
Em meio a dispensas ainda sazonais e aumento da procura por emprego, o país tinha no trimestre até março 13,387 milhões de desempregados, ante 13,098 milhões nos três meses até fevereiro e 12,152 milhões no quarto trimestre de 2018. Nos três meses até março de 2018 eram 13,634 milhões de desempregados.
Por outro lado, o total de pessoas ocupadas caiu a 91,863 milhões, de 92,127 milhões entre dezembro e fevereiro e 92,736 milhões no quarto trimestre.
Nesse cenário, o número de desalentados, ou a quantidade de trabalhadores que desistiram de procurar uma vaga, foi ao recorde de 4,843 milhões no primeiro trimestre, de 4,663 milhões no trimestre anterior.
"O número de desalentados é o maior da série. Esse é um retrato de um mercado de trabalho brasileiro frágil. Significa dizer que os desempregados poderiam ser de quase 18 milhões se essas pessoas estivessem pressionando o mercado a procura de uma vaga", completou Azeredo.
O emprego com carteira assinada continua fraco, com 32,918 milhões de pessoas no primeiro trimestre deste ano, queda de 0,1 por cento sobre o período anterior e alta de apenas 0,2 por cento sobre o primeiro trimestre do ano passado.
Ao mesmo tempo, o número de pessoas sem carteira assinada no setor privado entre janeiro e março caiu 3,2 por cento na comparação com o quarto trimestre, mas subiu 4,4 por cento sobre o mesmo período do ano passado, a 11,124 milhões.
Em relação ao rendimento médio do trabalhador, este chegou a 2.291 reais no primeiro trimestre, contra 2.276 reais no quarto trimestre e 2.259 reais no mesmo período de 2018.
Em março, o Brasil registrou fechamento líquido de 43.196 vagas formais de emprego, num resultado negativo que contrariou expectativas e foi puxado pela fraqueza no comércio, segundo dados do Ministério da Economia.
O mercado de trabalho brasileiro vem refletindo diretamente a dificuldade que a economia vem apresentando de avançar, destacadamente o setor industrial.
A mais recente pesquisa Focus realizada pelo Banco Central junto a uma centena de economistas mostra que a expectativa de crescimento econômico é de 1,70 por cento em 2019, indo a 2,5 por cento em 2020.
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