Estoque de crédito no Brasil avança 0,3% em fevereiro, financiamentos ficam mais caros
BRASÍLIA (Reuters) - O estoque total de crédito no Brasil subiu 0,3 por cento em fevereiro sobre janeiro, a 3,241 trilhões de reais, num mês marcado por elevação dos juros médios e do spread bancário apesar da queda na inadimplência, divulgou o Banco Central nesta quarta-feira.
Olhando apenas para o segmento de recursos livres, em que as taxas são livremente definidas pelas instituições financeiras, as taxas médias de juros tiveram uma alta de 0,8 ponto em fevereiro, a 38,5 por cento ao ano.
O spread, que mede a diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada a seus clientes, subiu 1,1 ponto no mesmo período, a 31,3 pontos percentuais.
O movimento se deu a despeito da queda na inadimplência no mesmo segmento, passando a 3,9 por cento em fevereiro ante 4,0 por cento em janeiro.
Apesar de a taxa básica de juros estar estacionada há um ano em seu menor patamar histórico, de 6,5 por cento, o custo dos financiamentos não vem cedendo de maneira significativa.
Antes mesmo de tomar posse, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou em sabatina no Senado que o spread no Brasil deve-se fundamentalmente ao índice de não pagamento, avaliando que o custo da inadimplência não cai pelo fato de a recuperação de crédito ser muito lenta e custosa no país.
Para atacar o problema, Campos Neto defendeu o uso de duplicatas eletrônicas e a centralização de recebíveis para tornar as garantias verificáveis, melhorando o custo de crédito. Ele também afirmou que o cadastro positivo irá endereçar o problema de informação assimétrica, potencialmente diminuindo os juros para os tomadores segundo seu histórico de pagamentos.
ESTOQUE
Mesmo com o encarecimento das condições de crédito, houve alta de 0,4 por cento no estoque de crédito geral às famílias em fevereiro. Entre as empresas, a expansão foi de 0,1 por cento sobre janeiro, divulgou o BC.
No primeiro bimestre, o saldo total de financiamentos -- incluindo pessoas físicas e jurídicas -- caiu 0,5 por cento. Em 12 meses, cresceu 5,5 por cento.
Para este ano, o BC previu em dezembro que haverá alta de 6 por cento no estoque de crédito, avanço guiado sobretudo pela alta no saldo de financiamentos a famílias e pelo fôlego no segmento de crédito livre.
O BC divulgará suas novas projeções sobre o tema nesta quinta-feira, no Relatório Trimestral de Inflação.
(Por Marcela Ayres)
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