País criou 173.139 novas vagas de emprego em fevereiro; Melhor resultado desde 2014
O país criou 173.139 novas vagas de trabalho com carteira assinada em fevereiro. O saldo é o melhor para o mês desde 2014, quando 260.823 vagas foram criadas.
O número é resultado de 1.453.284 contratações no período contra 1.280.145 demissões. As informações do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) foram divulgadas pela secretaria especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia nesta 2ª feira (25.mar.2019).
“Esse número é uma demonstração de que as mudanças propostas para economia no governo Bolsonaro, que tratam de flexibilização, desburocratização e retirada de entraves, passam segurança para a economia real”, disse o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho.
No acumulado dos 2 primeiros meses do ano, o resultado está positivo em 211.474 vagas.
Em 12 meses até fevereiro, o saldo é de 575.226 postos. Em 2018, o país criou 529 mil vagas de emprego formal depois de 3 anos de queda.
SALDO POR SETOR
Em fevereiro, 7 das 8 atividades analisadas registraram saldo positivo para criação de vagas. Os destaques são serviços, indústria de transformação e administração pública.
A atividade de agropecuária, extração vegetal, caça e pesca, por outro lado, registrou fechamento líquido de 3.077 vagas.
Eis o saldo por setor:
- serviços: 112.412
- indústria de transformação: 33.472
- administração pública: 11.395
- construção civil: 11.097
- comércio: 5.990
- extrativa mineral: 985
- serviços industriais de utilidade pública: 865
- agropecuária, extração vegetal, caça e pesca: -3.077.
POR REGIÃO
No recorte geográfico, 4 regiões apresentaram saldo de emprego positivo em fevereiro. Apenas o Nordeste foi na região contrária.
- Sudeste: 101.649
- Sul: 66.021
- Centro-Oeste: 14.316
- Norte: 3.594
- Nordeste: -12.441.
TRABALHO INTERMITENTE E PARCIAL
Do total de vagas criadas, 7.750 (4,5%) foram por meio das modalidade de trabalho intermitente ou parcial.
Em janeiro, foram registradas 8.299 admissões e 3.953 desligamentos no chamado trabalho intermitente. O saldo ficou em 4.346. No mesmo período do ano passado, o resultado havia sido de 2,1 mil empregos.
Criada por meio da reforma trabalhista, a modalidade permite jornada em dias alternados ou por horas determinadas. As ocupações com maior criação de vagas foram: repositor de mercadorias (586), cuidador em saúde (446) e alimentador de linha de produção (242).
Na modalidade de trabalho parcial, foram 8.518 admissões e 5.114 desligamentos. O saldo, portanto, foi de 3.404 vagas. O regime permite jornadas de até 26 horas semanais mais 6 horas extras ou 30 horas semanais.
O saldo foi maior nas ocupações de: professor de educação de jovens e adultos do ensino fundamental (280), faxineiro (159) e auxiliar de desenvolvimento infantil (133).
SALÁRIO MÉDIO
O salário médio de admissão no último mês do ano foi de R$ 1.559, alta real (já descontada a inflação) de 0,06% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O salário de desligamento foi de R$ 1.718, redução real de 0,36% nessa base de comparação.
Retomada dos empregos será consistente em 2019, diz Marinho
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil registrou criação líquida de 173.139 vagas formais de emprego em fevereiro, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), resultado que sinaliza uma retomada consistente para 2019, avalia o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho.
Na opinião do secretário, os sinais enviados pelo Ministério da Economia e pelo governo do presidente Jair Bolsonaro têm dado mais confiança ao mercado.
O dólar teve na sexta-feira passada a maior alta percentual ante o real em 22 meses, fechando acima de 3,90 reais. Os juros experimentaram a pior semana desde fevereiro, enquanto o Ibovespa voltou ao patamar de meados de janeiro.
O resultado do Caged em fevereiro veio acima das estimativas de analistas consultados em pesquisa Reuters, que projetavam criação líquida de 82 mil postos.
Segundo o ministério, o resultado de fevereiro é o melhor para o mês desde 2014. Para Marinho, é um sinal de que esse cenário deve se repetir ao longo do ano.
"Há uma sinalização de que a retomada dos empregos será consistente este ano", disse.
Ele explicou também que esse ganho de tração dos empregos se dá pelos sinais dados em direção a uma economia mais liberal sob a batuta do presidente Jair Bolsonaro.
"Esse número de empregos gerados no mês de fevereiro, que foi bem acima até do que o próprio mercado previa, é uma demonstração das mudanças propostas na economia no governo de Bolsonaro", completou.
Estas, por sua vez, seriam medidas de desburocratização e flexibilização, que, para o secretário, "passam confiança à economia real no sentido de retomar o processo de contratações".
O governo, contudo, tem enfrentado turbulências na articulação com o Congresso para a aprovação da reforma da Previdência, principal projeto na área econômica.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegou a afirmar, no fim de semana, que Bolsonaro precisava se convencer da importância da Reforma.
FEVEREIRO
Dos oito setores pesquisados pelo Caged, sete ficaram no azul. O maior ganho líquido foi em serviços, com abertura líquida de 112.412 postos de trabalho.
Em seguida vieram indústria da transformação (saldo positivo de 33.472), administração pública (+11.395), construção civil (+11.097) e comércio, com 5.990 novas vagas.
Também ficaram no azul extrativa mineral (+985) e serviços industriais de utilidade pública (+865). Contudo, a agropecuária registrou fechamento líquido de 3.077 vagas.
Houve 19.030 desligamentos mediante acordo entre empregador e empregado, modalidade criada após a reforma trabalhista.
No mesmo âmbito, foram criados 4.346 vagas de trabalho intermitente e 3.404 postos de trabalho em regime de tempo parcial.
No primeiro bimestre do ano, houve criação liquida de 207,4 mil vagas, 68,4 mil a mais ante o mesmo período do ano passado, quando o resultado era positivo em 139 mil, de acordo com o ministério.
Por outro lado, o Brasil iniciou o ano com alta na taxa de desemprego para o nível mais alto em cinco meses, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, é normal, estatísticamente, em momentos de retomada, o desemprego mostrado pela Pnad aumentar, uma vez que, segundo ele, um contingente antes classificado como inativo ou desalentado volta a ser contabilizados como "desempregado", o que acaba elevando a taxa de desocupação.
No dado mais recente da Pnad, referente ao trimestre até janeiro de 2019, o número de desalentados, ou a quantidade de trabalhadores que desistiram de procurar uma vaga, foi a 4,716 milhões, aumento em relação aos 4,706 milhões no trimestre até dezembro.
Contas externas têm deficit de US$ 1,13 bilhão em fevereiro
Investimentos diretos subiram (Dados são do BC)
Os dados foram divulgados nesta 2ª feira (25.mar.2019) pelo Banco Central.
As transações correntes correspondem às operações do Brasil com o exterior. Entram nessa conta o saldo da balança comercial (exportações e importações), dos serviços (viagens, transportes e alugueis de equipamentos realizados por brasileiros no exterior) e das rendas (remuneração de empregados, juros, lucros e dividendos).
“Há manutenção de uma tendência que se observa há cerca de 6 meses de redução do deficit”, afirmou o chefe de Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha.
De acordo com o BC, o menor deficit em transações correntes foi influenciado principalmente pelo aumento do superavit comercial, de US$ 2,7 bilhões em fevereiro de 2018 para US$ 3,2 bilhões no mês passado.
Em fevereiro, as exportações somaram US$ 16,2 bilhões (queda de 6,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior). As importações, por sua vez, somaram US$ 13,1 bilhões (redução de 10,6%).
O BC destacou também o menor resultado negativo na conta de serviços, de US$ 2,6 bilhões em fevereiro de 2018 para US$ 2,1 bilhões no mês passado. Isso se deve, principalmente, à queda dos gastos dos brasileiros no exterior no mês, que, devido a alta do dólar, caíram 7% neste ano em relação ao ano passado.
RESULTADO ACUMULADO
No acumulado do ano, a conta ficou no vermelho em US$ 7,68 bilhões. No mesmo período do ano passado, o deficit havia sido maior, de US$ 8,34 bilhões.
Já o resultado de 12 meses até fevereiro, foi negativo em US$ 13,85 bilhões. O valor equivale a 0,74% do PIB (Produto Interno Bruto). No mesmo período de 2018, estava negativa em US$ 9,84 bilhões (0,49% do PIB).
A previsão do BC, divulgada no Relatório Trimestral de Inflação, é que as contas externas fechem 2019 com deficit de US$ 35,6 bilhões.
INVESTIMENTOS DIRETOS CAEM
Em fevereiro, os investimentos diretos no país somaram US$ 8,4 bilhões, o montante é maior do que os US$ 4,71 bilhões observados no mesmo período do ano passado.
“Continuamos com ingresso sólido de investimentos diretos no país. Nesse mês, superaram a expectativa do BC, que era de US$ 7 bilhões”, avaliou Rocha.
Em 12 meses, os investimentos acumularam US$ 89,51 bilhões (4,77% do PIB) e superaram os US$ 67,72 bilhões (3,34% do PIB) registrados no período anterior.
A expectativa do BC é que em 2019 os investimentos diretos acumulem US$ 90 bilhões.