Fed vai parar de reduzir carteira neste ano, diz Powell

Publicado em 27/02/2019 16:00 e atualizado em 27/02/2019 17:48

Por Howard Schneider

WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve vai parar de reduzir sua carteira de 4 trilhões de dólares neste ano, disse o chairman da instituição, Jerome Powell, nesta quarta-feira, encerrando um processo que investidores afirmam que trabalha em conjunto com a atual pausa na elevação dos juros dos Estados Unidos.

"Nós consideramos o esboço de um plano que esperamos poder anunciar em breve e que vai dar clareza para o caminho de normalização do balanço até o final do ano", disse Powell a membros da comissão de serviços financeiros da Câmara dos Deputados dos EUA.

"Vamos estar em uma posição... de interromper a redução do balanço neste ano", disse Powell, nos mais amplos comentários sobre o assunto feitos até agora pela autoridade monetária. Ele acrescentou que isso fará com que o balanço do Fed corresponda a cerca de 16 ou 17 por cento do PIB dos EUA, alta de cerca de 6 por cento em relação ao período da crise financeira internacional de uma década atrás.

O PIB dos EUA é de cerca de 20 trilhões de dólares, o que indica que o balanço do Fed será de entre 3,2 trilhões e 3,4 trilhões de dólares.

O Fed tem reduzido sua carteira, atolada por trilhões de dólares de compra de bônus durante o período seguinte à crise para ajudar a manter o juro dos EUA baixo, impulsionando a economia. O ritmo de redução tem sido de até 50 bilhões de dólares por mês desde outubro de 2017. Até alguns meses atrás, a expectativa era que o Fed continuaria reduzindo o balanço por mais alguns anos.

Mas em uma série de reuniões que começaram em novembro, o Fed tem considerado uma nova estratégia. Com o aumento da demanda por moedas ao redor do mundo, e com bancos norte-americanos interessados nas reservas mantidas pelo Fed, os formuladores de política da autoridade monetária acreditam agora que uma carteira maior é necessária para assegurar um controle apropriado das taxas de juro de curto prazo.

Fonte: Reuters

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