PGR manda investigação criminal sobre Flávio Bolsonaro para MPF do Rio

Publicado em 21/02/2019 17:22 e atualizado em 21/02/2019 18:29

BRASÍLIA (Reuters) - A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu enviar uma investigação criminal sobre o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) por suspeita de aumento irregular de patrimônio para o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ), informou nesta quinta-feira a assessoria de imprensa do órgão à Reuters.

Os detalhes dessa decisão de Dodge não estão disponíveis porque esse caso está sob sigilo, disse a PGR.

A providência tomada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, foi a mesma que há duas semanas foi adotada ao remeter esse mesmo caso envolvendo um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro para o Ministério Público Eleitoral fluminense.

Ou seja, pelo mesmo caso, Flávio vai enfrentar apurações na esfera criminal e eleitoral.

Em nota divulgada nesta quinta, a assessoria de imprensa --assim como na apuração anterior-- protestou contra a apuração do caso. "A assessoria declarou que o senador é vítima de perseguição política e repudia a tentativa de imputar irregularidades e crimes onde não há", diz a nota.

Na decisão anterior, Dodge tinha justificado que os fatos investigados são anteriores à posse de Flávio Bolsonaro como senador e por isso o caso não estava na alçada da PGR ou do Supremo Tribunal Federal (STF).

“No caso em exame, os fatos investigados no inquérito policial, que está em fase bastante incipiente como relatado, precedem o início de mandato de senador da República pelo representado e não têm relação com o exercício deste mandato parlamentar federal”, disse Dodge, na ocasião.

“Por isso, não há atribuição da Procuradoria-Geral da República, tampouco do egrégio Supremo Tribunal Federal, pois não se configura a situação de foro por prerrogativa de função", completou.

O caso, segundo noticiado pelo jornal O Globo, envolve "negociações relâmpago de imóveis" que teriam resultado no "aumento exponencial" do patrimônio de Flávio. As suspeitas são de lavagem de dinheiro, por meio da compra de imóveis, e a declaração à Justiça Eleitoral do valor de um imóvel abaixo do seu preço real.

As primeiras notícias relacionadas a possíveis irregularidades citando o nome de Flávio Bolsonaro diziam respeito ao ex-assessor dele Fabrício Queiroz, que teve movimentações financeiras atípicas detectadas pelo Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf).

(Reportagem de Ricardo Brito)

Fonte: Reuters

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