Ibovespa recua nos primeiros negócios com exterior misto e após eleições no Congresso
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista mostrava alguma fraqueza nos primeiros negócios desta segunda-feira, em meio à ausência de tendência única nos mercados globais, com agentes financeiros analisando os resultados e potenciais desdobramentos das eleições na Câmara dos Deputados e no Senado no país.
Às 10:09, o Ibovespa caía 0,27 por cento, a 97.597,97 pontos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa atingiu na última sexta-feira nova máxima histórica para fechamento, a 97.861,27 pontos, acumulando em 2019 alta de 11,35 por cento.
(Por Paula Arend Laier)
Dólar sobe ante real acompanhando exterior
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia ante o real nesta segunda-feira, acompanhando a força da divisa no exterior e após votação conturbada que elegeu o presidente do Senado no sábado.
Às 11:56, o dólar avançava 0,52 por cento, a 3,6812 reais na venda, após fechar na sexta-feira com variação positiva de 0,09 por cento, a 3,6622 reais.
O dólar futuro operava em alta de cerca de 0,5 por cento.
No exterior, o dólar subia contra uma cesta de moedas, impulsionado por dados fortes sobre empregos nos Estados Unidos divulgados na sexta-feira, pela alta no futuros do petróleo e à frente de uma semana intensa.
Na terça-feira, Trump fará perante o Congresso o tradicional discurso de Estado da União, em que falará sobre o impasse entre democratas e republicanos, que levou à paralisação parcial do governo dos EUA, além de atualizar parlamentares sobre as negociações comerciais com a China.
"No lado externo, a gente fica propenso às altas e baixas. Sabemos que qualquer coisa que Trump falar com relação ao mercado, sobre China, que é a grande briga desse momento, que isso vai proporcionar um certo burburinho", afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
O mercado também tem no radar as negociações da premiê britânica Theresa May relativas ao Brexit e a participação do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, em um evento na quarta-feira
No lado doméstico, o mercado nota as definições no Congresso. Na sexta-feira, conforme já era esperado e precificado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi reeleito presidente da Câmara. A surpresa ficou para o sábado, quando, após uma sessão de tumulto e desorganização, Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito por uma fina margem para a presidência do Senado.
Nesse primeiro momento, o nome de Alcolumbre divide o mercado. Há quem avalie que sua proximidade ao governo, em especial ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, de quem é aliado, seja positivo para fazer caminhar a agenda de reformas.
"O Renan (Calheiros) não foi eleito, foi eleito um pessoal mais propenso a ajudar, a fazer aquilo que as reformas precisam para estar em andamento. Mas a gente fala isso antes do cara assumir, depois que assumir pode mudar, ele pode acabar fazendo o que quiser", afirmou Galhardo.
Por outro lado, participantes do mercado notam que o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, apostava no nome de Renan Calheiros, cuja longa experiência em negociação e articulação poderia servir para avançar a pauta econômica no Senado.
Com essa divisão, o mercado entra novamente em compasso de espera até que seja apresentado o texto concreto da reforma da Previdência.
"Qualquer palpite se mostra superficial enquanto o texto da reforma da Previdência não é enviado ao Congresso para apreciação", afirmou a corretora H.Commcor em nota.
O Banco Central vendeu nesta sessão 10,33 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 1,033 bilhão de dólares do total de 9,811 bilhões que vencem em março.
(Por Laís Martins)