Receita com royalties de petróleo em SP pode subir para R$5 bi em 2019, diz secretário

Publicado em 30/01/2019 11:46

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - A arrecadação do Estado de São Paulo e seus municípios com royalties e participações especiais sobre a produção de petróleo e gás pode saltar mais de 20 por cento em 2019, para até 5 bilhões de reais, após um crescimento de mais de 60 por cento no ano passado, disse à Reuters o secretário paulista de Infraestrutura e Energia, Marcos Penido.

O salto nas receitas acontece em maio à importância cada vez maior da produção na Bacia de Santos, que ainda em 2017 ultrapassou pela primeira vez a Bacia de Campos como principal região produtora no Brasil, impulsionada pelo pré-sal. A Bacia de Santos também cobre importante região da costa do Rio de Janeiro.

Em novembro passado, a produção na Bacia de Santos foi de 1,29 milhão de barris por dia, ante 1,13 milhão em Campos, segundo os últimos dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

"Nesse caso tem a questão da produtividade... e também, claro, influência muito a questão do valor, do preço do petróleo", disse Penido, que assumiu o cargo neste ano, com o início da gestão do governador João Doria (PSDB).

Os preços do petróleo Brent, referência internacional, eram negociados nesta quarta-feira pouco acima de 60 dólares por barril, contra preços entre 50 e 55 dólares na maior parte de 2017. Em 2016, as cotações chegaram a ficar meses abaixo dos 40 dólares, depois de tocarem mínimo de 27,88 dólares no início daquele ano.

"Estamos esperando entre 4,5 bilhões e 5 bilhões para o ano de 2019", projetou Penido.

A produção de petróleo e gás natural de São Paulo é oriunda de seis campos de exploração: Merluza, Lagosta, Mexilhão, Baúna, Lapa e Sapinhoá, sendo esse último o maior, responsável por 72 por cento da produção em 2018, que gerou 4,1 bilhões em royalties e participações especiais para o Estado e municípios.

Desse valor, cerca de 2,4 bilhões de reais ficaram com o Estado e o restante com municípios, com destaque para Ilhabela, com 358 milhões e São Sebastião com 138 milhões.

A receita estadual deverá crescer cerca de 11 por cento em 2019, segundo Penido.

O secretário, que assumiu o cargo após a fusão pelo governo Doria das pastas estaduais de Infraestrutura, Meio Ambiente, Saneamento e Energia, disse que a meta da atual gestão é buscar parcerias público-privadas.

"Nós teremos muitas parcerias, PPPs, em vários projetos", afirmou, ressaltando as áreas de eficiência energética e energias renováveis como possíveis campos para os negócios.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Lula diz que vai conversar com UE para que lei antidesmatamento não seja incluída em acordo com Mercosul
Dólar cai pela 5ª sessão com expectativa de alta de juros no Brasil e baixa nos EUA
Ações terminam quase estáveis, com ganhos iniciais sendo reduzidos antes da decisão do Fed
Ibovespa fecha em queda com blue chips à espera do Fed
Taxas de juros curtas caem e longas sobem em dia de alta dos yields e espera por BC e Fed
Projeto de lei propõe novas regras para criação de assentamentos rurais no Brasil