Governador de Mato Grosso vai declarar estado de calamidade financeira

Publicado em 16/01/2019 18:15 e atualizado em 16/01/2019 20:18

BRASÍLIA (Reuters) - O governador do Estado do Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), afirmou nesta quarta-feira que declarará amanhã estado de calamidade financeira após se reunir com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para quem pediu a liberação do Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações (FEX), que ajudaria em 500 milhões de reais as contas do Estado.

"Amanhã nós estaremos, definitivamente, decretando estado de calamidade financeira das finanças no âmbito do governo do Estado", disse.

A calamidade, contudo, ainda deve ser aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado. O Mato Grosso é o maior produtor de milho e soja do Brasil.

Guedes não sinalizou prontamente com a liberação de recursos, afinal, estes não constam no Orçamento aprovado para 2019.

"Nós estamos tomando medidas para também melhorar a performance da receita, tributando o agronegócio através de fundos, criando mecanismos para que possamos diminuir despesas e aumentar receitas, mas precisamos sobreviver", completou Mendes.

Para ele, os recursos do FEX seriam um "canudinho" para que o Estado não morra afogado financeiramente.

Na FOLHA: "Mato Grosso está quebrado, literalmente", diz governador de MT

Quando terminou seu mandato como prefeito de Cuiabá, em 2016, o empresário Mauro Mendes deixou de lado uma reeleição quase certa para, segundo afirmou à época, dar atenção aos negócios. Seu grupo empresarial, que atua principalmente no setor metalúrgico, estava em recuperação judicial, com dívidas de mais de R$ 120 milhões.

A crise nas empresas foi contornada a tempo de Mendes retomar a carreira política na eleição seguinte. Recém-filiado ao DEM, o goiano de 54 anos encabeçou a chapa que venceu a disputa ao governo de Mato Grosso ainda no primeiro turno, com quase 60% dos votos válidos.

No comando do Palácio Paiaguás há pouco mais de 15 dias, Mendes não usou meias palavras para definir a situação financeira que herdou de seu antecessor, o ex-aliado Pedro Taques (PSDB). "Mato Grosso está quebrado, literalmente", afirmou, em entrevista à Folha.

Além de cortes de secretarias, extinção de órgãos estaduais e o escalonamento dos salários do funcionalismo, ele anunciou que pretende combater benefícios que fizeram a folha de pagamento crescer mais de 70% nos últimos quatro anos. "A mulher que serve cafezinho ganha R$ 13 mil", afirmou.

Uma proposta que vem ganhando força para amenizar a crise nas finanças do estado é a taxação do agronegócio. O senhor acredita que este possa ser o caminho?

Mato Grosso é um grande exportador e a exportação de commodities é desonerada. Isso ajuda o Brasil na balança comercial, mas prejudica o estado. Mudar a Lei Kandir [que estabeleceu a desoneração de produtos de exportação como a soja] não depende de mim como governador, mas pretendo cobrar da bancada federal e fazer incursões a Brasília, pleiteando e defendendo essa ideia, que é justa e legítima.

(LEIA MAIS NA FOLHA DE S. PAULO)

Fonte: Reuters/Folha

NOTÍCIAS RELACIONADAS

STOXX 600 fecha no pico de 2 semanas antes de decisão do Fed
Ibovespa opera em compasso de espera por decisões de política monetária
Dólar ronda estabilidade com força no exterior compensada por expectativa de alta na Selic
IGP-10 desacelera para 0,18% em setembro contra expectativa de aceleração, mostra FGV
Confiança dos investidores alemães cai mais do que o esperado em setembro
Ações de Hong Kong sobem com setor imobiliário antes da decisão do Fed