China sinaliza mais estímulo conforme desaceleração econômica se aprofunda
Por Kevin Yao
PEQUIM (Reuters) - A China sinalizou nesta terça-feira mais medidas de estímulo no curto prazo uma vez que a guerra tarifária com os Estados Unidos pesou sobre seu setor comercial e levantou o risco de uma desaceleração econômica mais acentuada.
A segunda maior economia do mundo buscará alcançar "um bom início" de primeiro trimestre, afirmou em comunicado a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, indicando que o governo está pronto para conter a crescente pressão sobre o crescimento.
Inesperadas contrações na atividade comercial e industrial da China em dezembro provocaram especulações sobre se Pequim precisa adotar mais medidas de estímulo contundentes, embora a maioria dos analistas acredite que o governo deve evitar isso devido a preocupações de que pode aumentar os riscos da dívida e enfraquecer o iuan.
Alguns analistas acreditam que a China pode adotar 2 trilhões de iuanes (296,21 bilhões de dólares) em cortes de impostos e taxas, e permitir que governos locais emitam outros 2 trilhões de iuanes em títulos especiais usados para financiar projetos. A maioria, entretanto, espera que leve meses para que os novos estímulos comecem a fazer efeito na economia.
O crescimento da China desacelerou em 2018 uma vez que anos de campanha para reduzir a dívida e medidas de repressão a práticas arriscadas de empréstimo afetaram a demanda doméstica. Conforme a guerra comercial com os EUA se intensificou no ano passado e atingiu as exportações, os mercados financeiros globais passaram a se preocupar com uma desaceleração mais acentuada da China, embora muitos analistas acreditem que um pouso forçado é improvável.
O primeiro-ministro, Li Keqiang, disse que a China alcançou suas metas econômicas de 2018 e busca um forte início no primeiro trimestre para a economia para estabelecer condições de atingir as metas deste ano, de acordo com a televisão estatal na segunda-feira.
Fontes disseram à Reuters na semana passada que Pequim planeja reduzir sua meta de crescimento a 6 a 6,5 por cento este ano, após expectativa de 6,6 por cento em 2018, ritmo mais lento em 28 anos.