Ministério Público chama Flávio Bolsonaro a prestar esclarecimentos sobre movimentação de ex-assessor

Publicado em 21/12/2018 22:25

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, foi chamado para prestar esclarecimentos ao Ministério Público do Rio de Janeiro sobre movimentação financeira atípica de seu ex-assessor Fabrício Queiroz, que não compareceu nesta sexta-feira pela segunda vez a depoimento marcado pelo MPRJ, informou o órgão.

O MPRJ sugeriu que a oitiva de Flávio Bolsonaro seja realizada em 10 de janeiro de 2019, quando seu pai já terá tomado posse como presidente da República, mas informou que o parlamentar tem a prerrogativa de escolher a melhor data para comparecer.

"O MPRJ esclarece que dando prosseguimento às investigações será enviado oficio ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) sugerindo o comparecimento do deputado estadual Flávio Nantes Bolsonaro, no dia 10/01, para que preste esclarecimentos acerca dos fatos”, disse o Ministério Público em nota.

A decisão de chamar o filho do futuro presidente para prestar esclarecimentos ocorreu após Queiroz ter alegado problemas de saúde pela segunda vez para não comparecer a depoimento para explicar movimentação atípica de mais de 1,2 milhão de reais entre 2016 e 2017 identificada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

O depoimento do ex-motorista de Flávio Bolsonaro estava marcado originalmente para quarta-feira, quando ele não compareceu pela primeira vez. De acordo com o MPRJ, o advogado de Queiroz compareceu à sede do MPRJ nesta sexta-feira para informar que seu cliente “precisou ser internado, na data de hoje, para realização de um procedimento invasivo com anestesia, o que será devidamente comprovado, posteriormente, através dos respectivos laudos médicos”.

O Ministério Público também informou que decidiu chamar parentes de Queiroz para prestar esclarecimentos no âmbito da investigação.

De acordo com o relatório do Coaf, entre a movimentação suspeita de Queiroz de 1,2 milhão de reais estão depósitos à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O presidente eleito já justificou os depósitos afirmando que eram pagamentos de um empréstimo que havia feito a Queiroz, e disse que se tiver errado por não ter registrado a operação na declaração do Imposto de Renda irá reparar o erro.

O vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, afirmou à Reuters que não está preocupado com o impacto que o caso possa ter sobre a imagem e o início de governo de Jair Bolsonaro.

“Isso não preocupa...Aguardo o desenrolar do caso (Queiroz)", declarou ele.

Na terça-feira, ao ser questionado por jornalistas, Flávio Bolsonaro disse ter conversado recentemente com Queiroz e ouvido do ex-assessor como justificativa para a movimentação financeira que ele tinha gerido recursos da família no período apontado pelo Coaf.

Assessores do parlamentar não estavam disponíveis de imediato nesta sexta-feira para comentar a decisão do MPRJ.

Pela segunda vez, ex-assessor de Flávio Bolsonaro falta a depoimento (Agência Brasil)

Pela segunda vez, o ex-policial militar e ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz faltou ao depoimento no Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Ele é investigado em decorrência de movimentações atípicas envolvendo R$ 1,2 milhão, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf). O depoimento de hoje (21) estava marcado para o início da tarde.

A defesa de Queiroz justificou sua ausência, informando que ele precisou ser internado para um “procedimento invasivo com anestesia”, segundo o MPRJ. Os advogados se comprometeram a entregar os referidos laudos até o dia 28. O ex-assessor deve ser ouvido pelo Grupo de Atribuição Originária em Matéria Criminal (Gaocrim) do MPRJ.

Ex-funcionário do gabinete do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), um dos filhos do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), Queiroz foi citado em relatório do Coaf, que identificou uma conta em seu nome com movimentação atípica.

O relatório foi usado pelo MPRJ na investigação da Operação Furna da Onça, um dos desdobramentos da Lava Jato no Rio de Janeiro, que levou à prisão de deputados estaduais no início de novembro.

O MPRJ também quer ouvir Flávio Bolsonaro. Segundo o MP, ele não é investigado na operação, mas foi convidado a prestar depoimento no próximo dia 10 de janeiro. Antes, no dia 8 de janeiro, parentes de Queiroz também prestarão esclarecimentos ao Ministério Público.

A assessoria de Flávio Bolsonaro informou que o parlamentar está à "disposição das autoridades competentes" para prestar esclarecimento e que é o "principal interessado na elucidação dos fatos".

Primeira vez

O depoimento de Queiroz foi agendado, inicialmente, para a última quarta-feira (19), mas ele também não compareceu alegando uma “inesperada crise de saúde” e a necessidade de realização de exames médicos de urgência.

Também estão citados no relatório do Coaf assessores de outros 20 deputados estaduais do Rio de Janeiro, de 13 partidos diferentes: PSC, DEM, PSB, SD, PHS, PSDB, MDB, PSOL, PSL, PT, PDT, PRB e Avante.

De acordo com o MPRJ, alguns parlamentares citados no relatório do Coaf se colocaram à disposição voluntariamente para apresentar seus esclarecimentos. Os nomes, no entanto, não foram revelados.

PT explora segunda falta de Queiroz (em O Antagonista)

O PT aproveita como pode para explorar o fato de Fabrício Queiroz não ter aparecido, pela segunda vez, no Ministério Público do Rio de Janeiro.

Nem visitas, nem ceia especial: como será o Natal de Lula na prisão (na GAZETA DO POVO)

Preso desde abril na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ter um Natal diferente neste ano. Para começar, o petista não verá nenhum familiar na próxima segunda (24) e terça-feira (25), já que as visitas ao ex-presidente acontecem apenas às quintas-feiras na cela especial onde ele está preso em Curitiba.

O cardápio também não vai contar com grandes novidades. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Federal (PF), Lula e os demais presos na Superintendência terão o mesmo tratamento dedicado a eles durante o restante do ano. Familiares e amigos podem trazer dois pacotes de biscoito, uma barra de chocolate, frutas, roupas e material de higiene e limpeza.

Lula recebeu os filhos e advogados pela última vez na quinta (20). O encontro, que funcionou na prática como uma celebração de fim de ano, ocorreu um dia após o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, suspender liminar do ministro Marco Aurélio Mello que libertaria o ex-presidente.

Militantes vão fazer vigília

Apoiadores do ex-presidente, que montaram um acampamento em frente à PF desde que Lula foi preso, estão organizando uma vigília para a noite de Natal, na segunda-feira (24). Os militantes organizam um ato ecumênico e uma ceia de Natal no local, previsto para começar às 19 horas.

No Facebook, cerca de 550 pessoas confirmaram presença no evento até a última quarta-feira (19) e outras 2,9 mil afirmaram ter interesse em participar.

“Desde que foi preso injustamente, Lula não passou um dia sequer sem ouvir as palavras de apoio que vem do lado de fora. E na noite de Natal não seria diferente. Venha participar do grande ato ecumênico e ceia ao lado do presidente que mais fez pelo nosso povo!”, diz a descrição do evento.

Prisão

O ex-presidente atualmente cumpre a pena de 12 anos e um mês de prisão imposta a ele pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) no caso envolvendo o tríplex no Guarujá. O petista também aguarda ao desfecho de outros dois processos - só em Curitiba. A ação envolvendo o terreno para o Instituto Lula e um apartamento em São Bernardo está pronta para a sentença. Já o processo referente ao sítio em Atibaia caminha para os ritos finais e deve ficar pronto para sentença nos primeiros meses do ano que vem.

A permanência de Lula na Superintendência da PF é alvo de polêmicas desde a prisão. Tanto a Polícia Federal quanto a Prefeitura de Curitiba já pediram a transferência dele do local, sem sucesso.

Para ter direito a passar do atual regime fechado para o semiaberto, Lula teria que cumprir no mínimo um sexto da pena. Na melhor das hipóteses para o petista, isso só vai acontecer em 2020, se ele não for condenado em outras ações até lá.

Enquanto isso, a defesa ainda espera o término do julgamento de um habeas corpus na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O julgamento foi interrompido e não há prazo para que volte à pauta dos ministros. Os advogados também não descartam um pedido de prisão domiciliar, mas o assunto já causou atritos entre membros da defesa do petista.

Por determinação do ex-juiz federal Sergio Moro, Lula está preso em uma cela especial, que era usado como alojamento para agentes da PF que vêm a Curitiba em missão. A sala, com cerca de 15 metros quadrados, tem uma cama, uma mesa, uma TV, um equipamento de ginástica e um banheiro privativo. (GAZETA DO POVO).

Fonte: Reuters/Ag. Brasil

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