Comando de campanha de Bolsonaro emite aviso de que a eleição está assegurada
!) - Se não existir "fato novo grave", a tendência é de alta e Bolsonaro poderá vencer as eleições com margem superior a 60%; e
2) - .Não aceite provocações e nem discuta com os esquerdistas radicais (em mensagem direta aos militantes, envolvidos num grande debate que, em muitos casos, acaba em violência e manifestação de ódio).
Para analistas da grande mídia, a eleição caminha inexoravelmente para a eleição de Jair Bolsonaro, pois dificilmente seria formada outra "onda" de apoiamento à Haddad, nos mesmos moldes da que varreu o PT e demais partidos na eleição do 1.o turno, capaz de provocar uma virada no jogo.
Merval Pereira, jornalista de O Globo, cita dado imortante sobre a tual corrida:" Minas reflete o Brasil - “O resultado da eleição presidencial em Minas Gerais continua sendo o espelho do resultado final da eleição do Brasil. Desta vez não foi diferente. Bolsonaro teve 48,31% em Minas e 46% no país. Haddad teve 27,65% em Minas e 29% no país”,
O colunista de O Globo explica que historicamente o Estado mineiro reflete a eleição no País e que isso acontece porque Minas contém a representação de diversas regiões do Brasil. Por isso o Estado é tão visado durante o período eleitoral.
Em reportagem, o Globo diz também que a Classe C não quer saber do PT -- A chamada classe C não quer mais saber do PT. De acordo com reportagem de O Globodeste domingo, os petistas perderam 10 milhões de votos entre os eleitores com renda familiar média entre R$ 2 mil e R$ 8,6 mil. Neste grupo, Dilma Rousseff conquistou 27,3 milhões de votos contra 26,1 milhões de Aécio Neves(PSDB) em 2014. Já na eleição do último domingo, Jair Bolsonaro (PSL) teve 38,6 milhões e Fernando Haddad obteve apenas 17,4 milhões.
Em contraposição, o jornalista Ascânio Seleme escreveu no Globo - Corrida contra o tempo - “Há tempo, sim, para Fernando Haddad virar o jogo a seu favor. Não é tarefa fácil, muito pelo contrário, é dificílima, mas é possível”, O colunista apresenta números de campanhas anteriores para afirmar que apesar do ritmo lento, há chances de Haddad mudar o jogo e vencer a eleição.
Porem, para Bolívar Lamounier, do Estadão, dificilmente haverá reviravolta. Diz ele: Não me arrisco a fazer um prognóstico para o segundo turno, mas o resultado do primeiro, as linhas gerais da discussão pública e alguns elementos factuais me levam a crer que Bolsonaro só perderá para Haddad se uma chuva de meteoros extinguir metade de seus eleitores”.
Redutos petistas migram para Bolsonaro (na FOLHA)
No primeiro turno, Fernando Haddad perdeu para Jair Bolsonaro em 412 cidades consideradas redutos petistas.
O tsunami Bolsonaro fez o candidato do PSL alcançar mais de 50% dos votos em 138 desses municípios.
Diz a Folha:
“No Rio, 45 municípios antes petistas deram vitória a Bolsonaro. Boa parte está na Baixada Fluminense, a região mais violenta do estado, e nas regiões metropolitana e norte fluminense, onde estão cidades petroleiras que prosperaram nos tempos de bonança do setor”.
A bolha petista (em O Globo):
O PT não sabe como reverter os votos para Fernando Haddad.
Diz Guilherme Amado, em O Globo:
“A avaliação é que, fora os petistas e simpatizantes, ninguém quer abrir os ouvidos para as mensagens da campanha de Haddad”.
Vamos votar nossa reforma da Previdência no 1º ano de governo, diz Bolsonaro
BRASÍLIA (Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, afirmou que pretende votar a reforma da Previdência num eventual primeiro ano de governo, em referência à mudança na Constituição que é considerada crucial para reequilibrar a grave crise fiscal do país.
Ele destacou, no entanto, que vai votar a sua reforma, numa indicação de que a proposta enviada pelo governo do presidente Michel Temer, que já foi aprovada em comissão especial na Câmara dos Deputados, não prosperará.
"Se for presidente, vamos votar em 2018 uma reforma nossa da Previdência", disse Bolsonaro a jornalistas na casa do empresário Paulo Marinho, na zona sul do Rio de Janeiro, onde foi gravar programas eleitorais de rádio e TV.
Nesta semana, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, havia dito que o coordenador econômico do programa de Bolsonaro, Paulo Guedes, poderia conversar com o governo Temer ainda neste ano sobre a reforma, sem dar detalhes do que isso representaria.
O time econômico que está estruturando as propostas do presidenciável segue vendo a reforma como prioritária e queria aproveitar a proposta sobre o tema que está estacionada no Congresso para endurecer as regras do atual regime, de repartição, preparando o terreno para introduzir posteriormente a opção por um novo modelo de Previdência, de capitalização.
Neste sábado, Bolsonaro também afirmou que pretende levar adiante outra emenda à Constituição, esta para promover a redução da maioridade penal. A equipe do presidenciável defende uma diminuição de 18 para 17 anos. Depois, o patamar poderia eventualmente cair para 16 anos.
A jornalistas, Bolsonaro afirmou que não espera uma oposição forte no Congresso em 2019 caso vença as eleições, citando o apoio de muitos parlamentares eleitos e de bancadas estaduais.
O presidenciável também reiterou que pretende trabalhar para a adoção do voto impresso com a urna eletrônica para o pleito de 2020.
Um roteiro para restaurar a confiança dos mercados no País e em suas instituições (por BOLIVAR LAMOUNIER, no ESTADÃO)
Não me arrisco a fazer um prognóstico para o segundo turno, mas o resultado do primeiro, as linhas gerais da discussão pública e alguns elementos factuais me levam a crer que Bolsonaro só perderá para Haddad se uma chuva de meteoros extinguir metade de seus eleitores. Essa, no entanto, é a questão apenas numérica, não a questão política que temos pela frente, cuja feição será a mesma se der Haddad.
A questão política tem que ver com o grau de discórdia a que chegamos. A indagação relevante é como chegamos a ela e como vamos sair dela. É se vamos continuar alimentando esse maniqueísmo infantil ou se vamos voltar a ser o que somos, um país dotado de instituições razoáveis e possuidor de uma forte identidade nacional.
A indagação inicial, repetindo, é como chegamos a esta insanidade. Derrotado no primeiro turno, o PT e seus adeptos nos meios cultos da sociedade retomaram (sans le savoir...) a velha mutreta ideológica do stalinismo: quem não é comunista é fascista. Como se não existissem liberais e como se a maioria de qualquer sociedade se orientasse por conceitos ideológicos notoriamente limitados a estratos minoritários de nível intelectual elevado.
No Brasil essas lorotas não se formaram ontem, elas vêm de longe, remontam pelo menos aos anos 50 do século 20. No primeiro turno eleitoral elas se configuraram em torno de dois eixos facilmente perceptíveis: o antipetismo e a antipolítica. Ou, se preferirem, um duplo rechaço, ao PT e ao que se tem chamado de política tradicional, expressão que designa principalmente o Parlamento e os partidos. Esse duplo rechaço se formou e ganhou seu tom desvairadamente raivoso em função de fatores subjacentes bem reais: a recessão econômica promovida pelo governo Dilma, que duplicou o número de desempregados, e a corrupção desvelada pela Lava Jato, cujo epicentro foi a trama instalada na Petrobrás pelos dois governos petistas, Lula e Dilma. A essa combustão vinda de baixo é preciso acrescentar dois outros elementos: a insegurança generalizada, dramatizada pela intervenção militar no Rio de Janeiro, e alguns fatos na área dos valores e costumes, que normalmente não teriam tanta importância, mas que ganharam corpo e se somaram ao "pacote" conservador em razão da arrogância de certos grupos de alto status típicos dos principais grandes centros urbanos, que tendem a ver como irrelevante e até como ilegítimo o sistema de crenças das camadas menos instruídas e dos habitantes das cidades menores do interior do País. A família e a religião, por exemplo, significam uma coisa para a classe alta de São Paulo ou do Rio de Janeiro e outra para os estratos médios e baixos do interior. Autoritarismo, conservadorismo, pulso, firmeza, coragem – cada um escolha o termo que for do seu agrado. Alguém acaso acredita que nova-iorquinos e texanos apoiem o aborto no mesmo grau?
A combinação dos elementos acima referidos levou, como hoje está claro, uma parcela da sociedade a pender para um candidato pouco conhecido, mas que pareceu oferecer-lhe o "autoritarismo" que ela estava procurando.
Um roteiro para a concórdia tem como primeiro componente, isso é óbvio, a Constituição. O Brasil não é uma republiqueta desordeira, é um Estado democrático dotado de uma ordem normativa elaborada e aprovada de maneira legítima. Os candidatos podem escorregar no vernáculo ou blefar o quanto queiram, mas não podem desconhecer que a obediência à Constituição é a condição sine qua non de sua investidura.
O segundo ponto a frisar é que o Brasil tem à frente uma agenda econômica de extrema relevância, que terá de ser enfrentada com urgência e realismo. À primeira vista, ambos os candidatos parecem despreparados para essa missão, mas isso é matéria vencida. Aquele que o destino conduzir ao Planalto não poderá hesitar nem 15 minutos, porque, agora, o nome do jogo é restaurar a confiança dos mercados no País e em suas instituições. Não terá tempo para confidenciar suas dúvidas hamletianas à caveira de sua preferência. Até porque, no famigerado "presidencialismo de coalizão" que nos rege, ou ele transmite rapidamente ao Congresso a força institucional que terá colhido nas urnas ou logo verá uma fenda abrir-se sob seus pés.
O terceiro ponto é desfazer o maniqueísmo e restaurar aquele mínimo de serenidade sem o qual o convívio civilizado é impossível. O aprendizado político dos candidatos e de seus correligionários de partido é importante, mas aqui a responsabilidade dos eleitores é também muito grande. A parte de Bolsonaro afigura-se mais simples que a do PT. Dele o que se exige é, por um lado, moderação verbal e, de outro, uma consciência mais exata das prioridades do País. Por mais importante que seja, a existência de desacordos no plano dos valores e do comportamento social não tem no presente momento, nem remotamente, a urgência das prioridades referentes à reorganização da economia. Além do que o Executivo meter-se em questões moralmente carregadas é o caminho mais curto para desnortear ainda mais o País e exacerbar conflitos.
De sua parte, os petistas precisam deixar para o lixo da História sua velha imagem do partido que teria "fundado" a democracia brasileira, ou que a tenha praticado segundo os melhores padrões. Isso é uma mentira sem tamanho. Desde seus primórdios, o PT nunca adotou plenamente a democracia representativa como um valor inegociável. Sempre manteve um pezinho dentro e outro fora da ordem democrática, valendo-se daquele que taticamente lhe pareceu conveniente em cada momento. Quem melhor o disse, e isso foi poucos dias atrás, foi José Dirceu, reeditando seu velho mote do projeto petista de poder. "Nosso objetivo", declarou, "não é apenas ganhar a eleição, mas tomar o poder, coisa muito diferente."
*CIENTISTA POLÍTICO