Ibovespa fecha em baixa com eleições no radar
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira, com bancos e Petrobras entre as maiores pressões de baixa, descolando do viés relativamente positivo no exterior, diante de preocupações com o cenário eleitoral no Brasil.
O principal índice de ações da B3 recuou 0,59 por cento, a 77.473,18 pontos. O volume financeiro do pregão somou 7,87 bilhões de reais, novamente abaixo da média diária do mês.
O gestor Marco Tulli, da mesa de Bovespa da Coinvalores, também avaliou o movimento da sessão como realização de lucros após a melhorada do Ibovespa nos últimos pregões. Em quatro sessões até a véspera, o índice acumulou alta de 3,66 por cento.
Investidores estão na expectativa do impacto do início da campanha no rádio e na televisão no final desta semana em pesquisas de intenção de votos, que seguem mostrando o tucano Geraldo Alckmin, visto no mercado como a mais provável de implementar as reformas necessárias à economia, que patina.
Da agenda eleitoral, o foco desta terça é a participação no Jornal Nacional do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que vem liderando a preferência dos eleitores em cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No exterior, o viés positivo persistiu. Os índices norte-americanos S&P 500 e Nasdaq tocando máximas recordes, diante do alívio sobre questões comerciais envolvendo Estados Unidos e alguns parceiros.
Também repercutiu um dado de confiança do consumidor dos EUA, que saltou para uma máxima de quase 18 anos em agosto, o que ameniza receios sobre o ritmo de alta de juros.
DESTAQUES
- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,7 por cento e BRADESCO PN cedeu 0,62 por cento, também ajustando-se a ganhos nos últimos dois pregões. BANCO DO BRASIL recuou 0,49 por cento e SANTANDER BRASIL cedeu 1,04 por cento.
- PETROBRAS PN cedeu 1,92 por cento, em dia de fraqueza nos contratos de petróleo Brent e WTI e após os papéis subirem nos dois pregões anteriores.
- VALE cedeu 0,04 por cento, em meio à queda nos contratos futuros de minério de ferro na China.
- MARFRIG caiu 4,04 por cento, no quarto pregão de baixa e tocando mínima intradia desde abril, mesmo após ajuste em acordo de acionistas prevendo limite de alavancagem, o que agradou analistas. Em agosto, o papel acumula perda de cerca de 28 por cento, em grande parte pela decepção com o valor de venda da unidade norte-americana Keystone.
- CSN recuou 2,41 por cento, após a Justiça Federal de São Paulo bloquear a distribuição pela siderúrgica dos 890 milhões de reais em dividendos que seriam pagos a partir do dia 30 deste mês. A empresa disse que "está avaliando todas as medidas cabíveis".
- B2W perdeu 3,12 por cento, devolvendo os ganhos da véspera, conforme o setor de consumo e varejo de modo geral retomava o viés negativo nesta sessão, marcada pela retomada da alta das taxas futuras de juros.
- GOL cedeu 1,95 por cento, conforme o dólar voltou a se valorizar contra o real, encostando em 4,15 reais, uma vez que a taxa de câmbio tem forte efeito nos custos de companhias aéreas. A pauta do dia também trouxe dados sobre a demanda e oferta de companhias brasileiras em julho.
- SUZANO PAPEL E CELULOSE subiu 1,58 por cento, recuperando-se de perdas na véspera, conforme o fortalecimento do dólar ante o real tem efeito benigno em sua receita, assim como de outras fabricantes de papel e celulose e exportadoras, como WEG, em alta de 2,72 por cento.