Alckmin evita dar aliança com blocão como certa e diz que trabalha para efetivá-la

Publicado em 20/07/2018 17:55

(Reuters) - O pré-candidato pelo PSDB ao Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin, evitou, nesta sexta-feira, referir-se à aliança com o chamado blocão como algo já concretizado e afirmou que ainda trabalha para "celebrar" o acordo na próxima semana.

A reserva do tucano explicitada em evento para o lançamento de Rodrigo Garcia, do DEM, como vice na chapa do tucano João Dória pelo governo de São Paulo foi explicada, posteriormente, pelo presidente nacional do partido, Antonio Carlos Magalhães Neto, que citou a necessidade de consultas às bases dos partidos que compõem o grupo político para poder formalizar o apoio.

"Hoje eu vi em todos os jornais celebrando a aliança com o bloco. Quero dizer que não", disse o ex-governador, em São Paulo. "Nós estamos trabalhando para na semana que vem poder celebrar essa aliança. Eu estou trabalhando, não desisto", afirmou.

Na quinta-feira, o grupo político --formado por DEM, PP, PRB, PR e Solidariedade-- decidiu apoiar a candidatura do ex-governador de São Paulo ao Planalto, mas a formalização do acordo, a se efetivar na próxima semana, depende de algumas condições.

"O futuro a Deus pertence, mas vamos trabalhar muito", disse Alckmin. "Vamos trabalhar muito pela aliança com o bloco liderado pelo Democratas, liderado pelo PRB, liderado pelo PP, liderado pelo PR e liderado pelo Solidariedade, um partido também extremamente importante pela sua representatividade."

Segundo ACM Neto, há uma "intenção indisfarçável" dos dirigentes partidários que compõe o bloco de apoiar Alckmin.

"No entanto cada partido tem a sua dinâmica própria. Eu não posso vocalizar pelo Democratas sem antes validar esse caminho com a minha base. Penso que os outros quatro partidos têm que cumprir o mesmo papel", explicou.

Segundo ele, há ainda algumas questões estaduais que estão sendo "aperfeiçoadas", mas sem oferecerem um "empecilho" à aliança.

Também presente no evento, o presidente do PRB, Marcos Montes, afirmou que "não há dúvida" sobre a preferência do partido por Geraldo Alckmin, mas é necessário fazer as consultas internas.

"Mas eu penso que estamos mais próximos (da aliança) do que ontem", pontuou.

Na quinta-feira, integrantes do blocão passaram o dia em conversas e reuniões, ocasião em que definiram que tomariam uma direção conjunta na disputa eleitoral e indicariam o empresário Josué Gomes (PR) para vice.

Decidiram ainda que o anúncio oficial do apoio a Alckmin ocorrerá na próxima quinta-feira, desde que sejam cumpridas algumas condições: a reeleição do atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e a busca de uma solução para o financiamento de sindicatos, após a extinção do imposto sindical.

Mais tarde nesta sexta-feira, em seu perfil no Twitter, Alckmin negou qualquer intenção em retomar o imposto sindical.

"Ao contrário do que está circulando nas redes, não vamos revogar nenhum dos principais pontos da reforma trabalhista. Não há plano de trazer de volta a contribuição sindical."

O blocão chegou a tender a um apoio ao candidato ao Planalto pelo PDT, Ciro Gomes. Mas uma contraofensiva dos tucanos somada à entrada do PR na negociação mudou o jogo, além de uma sucessão de atitudes do pedetista provocar uma mudança de humor entre os integrantes do grupo político.

(Por Maria Carolina Marcello, em Brasília)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ações europeias encerram semana em alta e foco do mercado muda para Fed
China pune PwC com 6 meses de banimento e multa recorde por auditoria na Evergrande
Lula chama de "imbecis" defensores de privatização da Petrobras e diz que Lava Jato tentou desmoralizar estatal
EUA impõem aumentos acentuados em tarifas da China, com muitos vigorando a partir de 27 de setembro
Ibovespa avança com mercado à espera de decisões de juros na próxima semana
ONS eleva previsão de carga de energia em setembro e reduz expectativa para reservatórios