Bovespa oscila sem viés definido com exterior negativo; Petrobras sobe

Publicado em 11/07/2018 12:05

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista não mostrava uma tendência definida na manhã desta quarta-feira, pressionada negativamente pelo viés negativo no exterior após os Estados Unidos anunciarem novas tarifas sobre produtos chineses, enquanto o avanço dos papéis da Petrobras contribuía positivamente para o Ibovespa.

Às 11:46, o principal índice de ações da B3 caía 0,23 por cento, a 74.693 pontos. Na máxima até o momento, o Ibovespa subiu 0,22 por cento e no pior momento, caiu 0,87 por cento.

O volume financeiro no pregão somava 2,2 bilhões de reais.

Em nota a clientes, a equipe da corretora Coinvalores destacou que a retórica de Donald Trump suscitava novos temores de uma guerra comercial, após os EUA anunciaram na véspera decisão de impor tarifas sobre o equivalente a mais 200 bilhões de dólares em importações da China.

Pequim acusou os EUA de intimidação e alertou que vai responder contra as medidas tarifárias de Washington, inclusive por meio de "medidas qualitativas".

Em Wall Street, o S&P 500 caía 0,35 por cento.

A equipe de análise gráfica do Itaú BBA destacou em relatório que o Ibovespa está indefinido no curto prazo e encontra importante resistência aos 76.500 pontos. Se superar esse patamar, eles avaliam que o índice entrará em uma tendência de alta no curto prazo. Do lado de baixa, Fábio Perina e Larissa Nappo, do Itaú, afirmam que o Ibovespa tem suportes a 74.000 e 73.400 pontos.

DESTAQUES

- VALE recuava 1,35 por cento, em sessão de queda do preço do minério de ferro à vista na China, pesando no Ibovespa em razão da relevante fatia que detém na composição do índice.

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON subiam 0,9 e 1,6 por cento, respectivamente, apesar do recuo do petróleo no exterior, tendo no radar relatório do Barclays elevando a recomendação para os ADRs (recibo de ação negociado nos EUA) da companhia para 'over weight' ante 'under weight', citando que o preço mais do que compensa o risco político.

- EMBRAER caía 4,2 por cento, após decisão da companhia aérea norte-americana JetBlue de substituir aeronaves da fabricante brasileira em sua frota por modelos A220 da europeia Airbus. Investidores também seguem atentos a novas informações sobre o acordo entre a Embraer e a norte-americana Boeing.

- ELETROBRAS PNB e ELETROBRAS ON tinham altas de 4,77 e 7,1 por cento, respectivamente, após a Câmara dos Deputados concluir na noite de terça-feira a aprovação do projeto que viabiliza a privatização de seis distribuidoras de energia controladas pela companhia, que agora será enviado ao Senado. A alta ocorria mesmo após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciar que o projeto de privatização da Eletrobras não será votado neste ano.

- BRF caía 0,22 por cento, atenuando perdas mais pronunciadas do começo do pregão, quando notícia sobre a suspensão de contratos de trabalhos de funcionários de uma das fábricas abriu espaço para alguma realização de lucro, conforme as ações acumulam neste mês alta de mais de 28 por cento, apoiadas principalmente no plano de desinvestimento da empresa para reduzir endividamento e melhorar a estrutura de capital.

- VALID, que não está no Ibovespa, avançava 2,5 por cento, maior alta do índice Small Caps, após anunciar na véspera contrato com a cidade de Providence, em Rhode Island, nos Estados Unidos, para ajudar a projetar e produzir cartões de identidade municipais. Em comunicado ao mercado, a empresa de soluções de meios de pagamentos e certificação digital não detalhou valores.

(Por Paula Arend Laier)

Fonte: Reuters

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