Refinarias da Ásia correm em busca de petróleo diante de tensões no mercado

Publicado em 06/07/2018 15:54

CINGAPURA (Reuters) - As refinarias de petróleo asiáticas estão correndo para garantir o fornecimento de óleo, antecipando-se à intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, e já que Washington planeja duras sanções contra o Irã, visando cortar o país dos mercados mundiais.

Como parte de uma onda de retaliações às tarifas norte-americanas, a China ameaçou aplicar uma taxa de 25 por cento sobre as importações de petróleo dos EUA. Enquanto isso, as novas sanções norte-americanas contra Teerã devem entrar em vigor a partir de novembro.

Esse golpe duplo está levando as refinarias asiáticas a se moverem rapidamente, com a Coreia do Sul liderando o movimento. Pressionado por Washington, Seul interrompeu todos os pedidos de petróleo iraniano, de acordo com fontes.

"Como a economia sul-coreana depende muito do comércio, não será bom para a Coreia do Sul se a desaceleração econômica global acontecer por causa de uma disputa comercial entre EUA e China", disse Lee Dal-seok, pesquisador sênior do Korea Economic Institute.

Na China, a mídia estatal atacou a administração do presidente dos EUA, Donald Trump, chamando-a de "um bando de bandidos", com autoridades prometendo retaliação. Em pé na linha de fogo está o fornecimento de petróleo dos EUA para a China, que foi de virtualmente zero antes de 2007 para 400 mil barris por dia.

Índices sobem na Europa apesar de escalada em guerra comercial

LONDRES (Reuters) - Os mercados acionários europeus subiram nesta sexta-feira, com operadores apontando que a intensificação da disputa comercial entre os Estados Unidos e a China -- com a entrada em vigor de tarifas de Washington sobre 34 bilhões de dólares em importações chinesas e a retaliação imediata por parte de Pequim -- já estava nos preços.

O índice FTSEurofirst 300 subiu 0,2 por cento, a 1.498 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 0,2 por cento, a 382 pontos.

Enquanto as ações europeias passaram parte da tarde em território negativo depois que o euro saltou após fortes dados de empregos nos EUA, o índice STOXX 600 encerrou a sessão praticamente no patamar onde começou.

"Estamos em um cenário típico de 'compra no boato e venda no fato'", disse Stephane Barbier de la Serre, estrategista da Makor Capital Markets, quando questionado sobre o porquê de os mercados não estarem caindo já que a disputa comercial estava se movendo de maneira inequívoca para uma guerra comercial.

Após ambos os países adotarem tarifas sobre 34 bilhões de dólares em importações um do outro nesta sexta-feira, Pequim acusou Washington de desencadear "a maior guerra comercial" da história em uma forte intensificação do conflito que já dura meses.

Segundo Barbier de la Serre, muitos investidores ainda querem acreditar que a União Europeia permanecerá afastada da guerra comercial ou que o confronto dos EUA com a China é apenas uma postura de negociação que não levará a uma queda no comércio global.

Ele também observou que, em meio a altas expectativas sobre a temporada de balanços corporativos que começa em menos de duas semanas, muitos operadores estavam relutantes em ficarem vendidos em ações europeias.

Os lucros do segundo trimestre para as empresas do STOXX 600 devem aumentar 8,7 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Thomson Reuters I/B/E/S.

A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos em junho foi maior do que o esperado com as indústrias intensificando as contratações, mas o aumento salarial estável indica pressão inflacionária moderada que deve manter o banco central na trajetória de aumento gradual da taxa de juros.

O índice FTSEurofirst 300 fechou em alta de 0,20 por cento, a 1.498 pontos.

Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,19 por cento, a 7.617 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,26 por cento, a 12.496 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,18 por cento, a 5.375 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,05 por cento, a 21.925 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,39 por cento, a 9.905 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,55 por cento, a 5.599 pontos.

Fonte: Reuters

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