Wall Street recua por novas preocupações sobre comércio entre EUA e China

Publicado em 27/06/2018 19:06

NOVA YORK (Reuters) - Os índices acionários dos Estados Unidos caíram nesta quarta-feira por incertezas renovadas com relação à posição dos EUA quanto a investimentos chineses em companhias de tecnologia norte-americanas, revertendo ganhos de mais cedo na sessão.

O índice Dow Jones caiu 0,68 por cento, a 24.118 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,860429 por cento, a 2.700 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 1,54 por cento, a 7.445 pontos.

Na abertura do mercado, os índices subiram depois que o presidente Donald Trump disse que usará um painel de revisão de segurança nacional fortalecido - o Comitê sobre Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS, na sigla em inglês) - para lidar com possíveis ameaças de aquisições chinesas de tecnologia dos EUA, em vez de impor restrições específicas à China.

Mas mais tarde nesta quarta-feira, o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse em entrevista à Fox Business Network que o plano anunciado por Trump não indica uma postura mais leve com relação à China.

"O mercado levou isso como um sinal de que a abordagem linha-dura à China não diminuiu", disse Quincy Krosby, estrategista-chefe de mercado da Prudential Financial.

O setor de tecnologia do S&P 500 caiu 1,5 por cento, exercendo a maior pressão sobre o índice geral S&P 500. Fabricantes de chips, que derivam boa parte de sua receita da China, caíram ainda mais.

As ações foram pressionadas ainda mais por uma alta no dólar dos EUA. Uma elevação nos preços do petróleo para os maiores níveis em mais de três anos impulsionou o índice de energia do S&P 500 em 1,3 por cento, mas alguns investidores levantaram preocupações de que eles possam ter um impacto negativo em outros setores.

"Foi uma combinação de (mercado) e força do dólar. O petróleo está muito forte hoje. Você tem um rali nos Treasuries também. Muito disso está virando bola de neve", disse Mark Kepner, operador da Themis Trading.

Aiatolá do Irã exige punição para quem prejudicar economia após protestos

BEIRUTE (Reuters) - O líder supremo do Irã exigiu punição para aqueles que interromperem os negócios no país, sinalizando uma posição mais dura depois de dois dias de greves de lojistas, os maiores tumultos desde o início do ano.

Como a economia enfrenta a perspectiva de novas sanções dos Estados Unidos, a liderança iraniana indicou estar adotando uma frente unida contra os protestos.

Em um discurso, o presidente Hassan Rouhani, um pragmático que há tempos vem buscando relações econômicas mais abertas com o mundo exterior, culpou Washington pela penúria do Irã, conclamando seus compatriotas a "colocar a América de joelhos".

Depois da greve de dois dias, que fechou a maioria das lojas, os negócios voltaram ao normal nesta quarta-feira no Grande Bazar de Teerã.Na segunda-feira os vendedores se concentraram diante do Parlamento para se queixar da queda da moeda iraniana, que atingiu recordes negativos.

A Reuters não conseguiu verificar filmagens que mostraram a polícia se chocando com os manifestantes. As manifestações públicas são raras na nação, mas nos últimos meses houve várias devido ao estado da economia.

O líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, clérigo linha-dura no poder desde 1989, exigiu que o Judiciário puna aqueles "que perturbam a segurança econômica", comentários que foram um recado evidente aos iranianos que planejam mais protestos.

"A atmosfera para o trabalho, a vida e o sustento das pessoas precisam ser seguros", disse ele em uma reunião com autoridades do Judiciário, de acordo com seu site oficial.

"E o Judiciário deve confrontar aqueles que perturbam a segurança econômica"

.A greve no bazar é o maior sinal da inquietação no Irã desde que os EUA se desligaram de um acordo para suspender sanções econômicas em troca de restrições no programa nuclear de Teerã.

O acordo era o pilar dos planos de Rouhani para abrir a economia do regime e lhe rendeu duas vitórias eleitorais folgadas, mas ainda não rendeu benefícios econômicos generalizados para muitos iranianos.

Washington prometeu adotar sanções ainda mais rígidas do que antes, mas seus aliados europeus e outras potências mundiais dizem ainda apoiar o pacto nuclear."Enfrentaremos problemas.

Enfrentaremos pressão. Mas não sacrificaremos nossa independência", disse Rouhani no discurso transmitido pela televisão estatal.

(Reportagem adicional de Andrew Torchia em Dubai)

Fonte: Reuters

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