Petroleiros param a greve após TST aumentar as multas para R$ 2 milhões diários
A Federação Única dos Petroleiros anunciou nesta quinta-feira (31) que decidiu orientar os sindicatos da categoria a suspenderem a greve de 72 horas iniciada na véspera. O recuo acontece após o Tribunal Superior do Trabalho (TST) ter aumentado de R$ 500 mil para R$ 2 milhões a multa diária aplicada aos sindicatos dos petroleiros que aderirem à greve.
"A decisão do TST é claramente para criminalizar e inviabilizar os movimentos sociais e sindicais. Diante disso, a FUP orienta os sindicatos a suspenderem a greve. Um recuo momentâneo e necessário para a construção da greve por tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria", afirma comunicado publicado pela FUP em sua página.
Parte dos petroleiros já retornou ao trabalho.
O Sindipetro Bahia informou que no estado os petroleiros encerravam a greve e que as atividades nas unidades de Salvador voltaram ao normal já na manhã desta quinta.
Petrobras diz que greve de petroleiros acabou em 95% das unidades e descarta impacto na produção
(Reuters) - A Petrobras afirmou nesta quinta-feira que a greve dos petroleiros foi encerrada em 95 por cento de suas unidades, acrescentando que não houve impacto sobre a produção e nem risco de desabastecimento, segundo nota divulgada pela estatal.
"A greve já foi encerrada em mais de 95 por cento das suas unidades. Onde ainda é necessário, equipes de contingência atuam e a situação caminha para a normalidade e para o encerramento do movimento", disse em nota a empresa.
Mais cedo, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) recomendou aos sindicatos da categoria que suspendessem a greve de 72 horas iniciada na madrugada de quarta-feira, depois que foram estabelecidas multas diárias de 2 milhões de reais por dia de paralisação pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).
De acordo com os sindicatos, 21 plataformas da Petrobras <PETR4.SA> na Bacia de Campos --responsável por cerca de metade da produção de petróleo do Brasil-- aderiram à greve, que também atingiu refinarias e terminais.
A FUP afirmou, em comunicado publicado mais cedo nesta quinta-feira em sua página oficial, que os petroleiros saem da greve de "cabeça erguida", pois consideram ter cumprido um capítulo importante ao "desmascarar os interesses privados e internacionais que pautam a gestão da Petrobras".
Os petroleiros anunciaram a paralisação contra o que afirmam ser um processo de privatização da Petrobras, assim como contra a política de preços adotada pela estatal. Os petroleiros reivindicam também a demissão do presidente da Petrobras, Pedro Parente.