Para Buffett, EUA e China evitarão "algo extremamente tolo" no comércio (Reuters)

Publicado em 05/05/2018 16:26
  • OMAHA, Estados Unidos (Reuters) - O bilionário Warren Buffett disse neste sábado que é improvável que os Estados Unidos e a China permaneçam em desacordo sobre o comércio, dizendo que os dois países evitarão fazer "algo extremamente tolo".

    "Os Estados Unidos e a China serão as duas superpotências do mundo, economicamente e de outras formas, por um longo, longo tempo", disse Buffett durante a reunião anual de acionistas da Berkshire Hathaway, em Omaha, no Estado norte-americano de Nebraska.

    "Temos muitos interesses em comum e, como quaisquer duas grandes entidades econômicas, há momentos em que elas possuem tensões, mas é uma situação ganha-ganha quando o mundo negocia", disse Buffett.

    "Teremos desentendimentos um com o outro (tanto democratas quanto republicanos), e teremos desentendimentos com outros países sobre comércio", disse Buffett sobre uma guerra comercial.

    "É grande demais e óbvio demais... que os benefícios são enormes e que o mundo depende disso em grande parte para o seu progresso para que dois países inteligentes façam algo extremamente tolo", disse. "Nós dois podemos fazer coisas que são levemente tolas de vez em quando. Há um pouco de dar e receber".

    O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estabeleceu uma postura firme nas negociações comerciais com a China, exigindo um corte de 200 bilhões de dólares no superávit comercial chinês com os Estados Unidos, tarifas mais baixas e subsídios tecnológicos avançados, disseram pessoas familiarizadas com as negociações na sexta-feira.

    Buffett, de 87 anos, e seu amigo de longa data e também bilionário Charlie Munger, de 94 anos, lideram a reunião anual da Berkshire em Omaha, onde respondem a perguntas de acionistas, jornalistas e analistas.

    Pouco antes da reunião, a Berkshire encerrou mais de um ano de queda no lucro operacional, mas foi prejudicada por uma nova regra contábil que fez com que registrasse um prejuízo líquido. Buffett disse que os resultados não são representativos do negócio.

    EUA condenam China por "absurdo orwelliano" sobre sites de companhias aéreas

    Por David Shepardson

    WASHINGTON (Reuters) - A Casa Branca criticou duramente a China neste sábado por forçar companhias aéreas estrangeiras a mudarem a forma como se referem a Taiwan, Hong Kong e Macau, o mais recente esforço do país asiático para policiar a linguagem usada para descrever territórios que considera politicamente sensíveis.

    Os EUA rotularam o comportamento chinês como um "absurdo orwelliano".

    Em meio a uma disputa comercial crescente entre os EUA e a China, a Casa Branca disse em comunicado que a Administração Chinesa de Aviação Civil enviou uma carta a 36 empresas aéreas estrangeiras, incluindo várias norte-americanas, exigindo mudanças.

    As companhias aéreas foram instruídas a remover referências em seus sites ou em outros materiais que sugerissem que Taiwan, Hong Kong e Macau são países independentes da China, segundo autoridades dos EUA e de companhias aéreas.

    A Casa Branca informou que o presidente Donald Trump "defenderá os americanos que resistem aos esforços do Partido Comunista chinês para impor a política chinesa às empresas e cidadãos americanos".

    "Este é um absurdo orwelliano e parte de uma tendência crescente do Partido Comunista chinês de impor suas visões políticas a cidadãos americanos e empresas privadas", disse a Casa Branca.

    Taiwan é a questão territorial mais sensível da China. Pequim considera a ilha autogovernada e democrática uma província rebelde. Hong Kong e Macau são ex-colônias europeias que agora fazem parte da China, mas são administradas de forma autônoma.

    As duras críticas da Casa Branca ocorrem na esteira de negociações comerciais controversas, no início desta semana, entre os EUA e a China.

Fonte: Reuters

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