"Não, Joaquim Barbosa, o Brasil não é ‘pobre demais para ser liberal’, por LEANDRO NARLOCH

Publicado em 04/05/2018 04:51
Gazeta do Poo/Estadão/Poder360

Joaquim Barbosa disse na semana passada que o Brasil é pobre demais para políticas liberais. “Não sou favorável a posições ultraliberais num país social e estruturalmente tão frágil e desequilibrado como o Brasil, com desigualdades profundas e historicamente enraizadas”, disse o juiz em entrevista.

É a ideia bem comum de que o liberalismo só dá certo em países ricos – já países vulneráveis como o Brasil precisam de um Estado forte que resgate os pobres.  

Um argumento contrário a essa ideia tem mais de 1 bilhão de habitantes. É a China. A China viveu nas últimas décadas a maior redução de miséria da história do mundo. E fez isso adotando políticas liberais e ‘ultraliberais’.

Quando Mao Zedong morreu, em 1976, a China era muito mais pobre e “estruturalmente frágil” que o Brasil. Tinha 930 milhões de habitantes, dos quais 600 milhões eram miseráveis. Entre 1959 e 1961, 30 milhões de chineses haviam morrido na maior crise de fome do século 20. Sem fábricas de fertilizantes, agricultores disputavam fezes dos vizinhos para usar como adubo.

Quando Deng Xiaoping baixou tarifas de importação de 100% para 5% e abriu o país ao lucro, à livre iniciativa e à instalação de fábricas estrangeiras, a China iniciou uma onda de prosperidade que retiraria mais de 500 milhões de pessoas da miséria em três décadas. A pobreza extrema caiu de 63% da população em 1981 para menos 10% em 2004.

Não foi via Estado de Bem-Estar social que a China propiciou esse milagre. O país tem leis trabalhistas muito menos rígidas que as do Brasil e cobra mensalidade na maioria das escolas públicas. Até tem um programa similar ao Bolsa Família, o “bidao”, que começou em 2001, bem depois que a pobreza começou a despencar. O que salvou os chineses da miséria foi o aumento da produtividade e o crescimento econômico. 

Hoje, o salário médio pago pela indústria chinesa já supera o do Brasil e do México e se aproxima dos salários recebidos na Grécia e em Portugal. A produtividade chinesa está ultrapassado a do Brasil, como mostra esse gráfico da revista Economist:

Não que programas de transferência de renda não tenham seu valor. Podem tirar as pessoas da chamada “armadilha da pobreza” – quando os pobres estão tão famintos, sujos e desesperados que não conseguem um emprego, e por isso continuam famintos, sujos e desesperados.

Mas até mesmo os principais apoiadores do Bolsa Família (como Marcos Lisboa e Ricardo Paes de Barros) repetem que o aumento da produtividade e o crescimento econômico são os motores mais importantes de redução de pobreza. “A melhor política social hoje é conquistar ganhos de produtividade”, costuma dizer o economista Ricardo Paes de Barros.

Joaquim Barbosa discorda. “Evidentemente, elas [as políticas liberais] não são solução para a grande miserabilidade que é a nossa marca de origem e que nós, aparentemente, insistimos em ignorar”, disse ele. 

Não, Joaquim. O Brasil não é pobre demais para ser liberal. É pobre, e justamente por isso precisa de políticas liberais.

Faltou trabalhador, editorial do ESTADÃO

A Polícia Militar do Paraná informou que cerca de 5 mil pessoas estiveram presentes naquela que prometia ser uma das maiores mobilizações sindicais da história do País. Pode-se dizer que havia mais sindicalistas e políticos que trabalhadores no evento do Dia do Trabalhador em Curitiba, o primeiro a reunir sete centrais sindicais.

A ideia era fazer uma poderosa demonstração de força em apoio ao ex-presidente Lula, preso em Curitiba por corrupção e lavagem de dinheiro, mas o ato acabou confirmando aquilo que já se intuía há muito tempo: sem o dinheiro da contribuição sindical e, consequentemente, sem capacidade de contratar artistas populares a peso de ouro e de sortear prêmios valiosos, as centrais carecem de argumentos realmente sólidos para convencer o trabalhador a sair de casa e participar de um protesto no feriado do Primeiro de Maio. E dificilmente o apelo à defesa de Lula da Silva seria capaz de mobilizar esses trabalhadores, uma vez que se trata de um corrupto condenado e todos sabem de quem era o dinheiro que transitou nas tenebrosas transações. A minguada vigília petista por Lula em Curitiba, que certamente se esvaziará ainda mais à medida que avançar o tradicionalmente rigoroso inverno da capital paranaense, é prova disso.

Portanto, resta contar somente com os manifestantes profissionais, aqueles que recebem lanche e transporte para engrossar os comícios político-sindicais e aparecer em fotos tiradas convenientemente em ângulos fechados, para dar a impressão de multidão onde só há um punhado de gatos pingados. Como há cada vez menos dinheiro até para o pão com mortadela, é necessário cada vez mais caprichar na retórica retumbante contra o “grande capital” e os “golpistas” e falar em “milhares de manifestantes” onde há apenas algumas dezenas de incautos arregimentados para simular multidão.

Não se chega a esse estado de coisas sem grande esforço. Graças à famigerada contribuição sindical, que arrancava dos trabalhadores vultosos recursos para financiar a dolce vita dos que se escoram no trabalho alheio, os sindicatos tornaram-se poderosas máquinas a serviço de partidos - sendo a CUT, braço do PT, apenas a mais vistosa delas.

Dessa maneira, raros eram os trabalhadores que se sentiam realmente representados por essas organizações, pois as reivindicações trabalhistas dali emanadas sempre foram mero pretexto para sustentar uma agenda explicitamente político-partidária. A título de defender o emprego e os “direitos trabalhistas”, os sindicatos sabotaram todas as tentativas de modernização do mercado de trabalho nacional, sem falar em sua sistemática campanha contra a reforma da Previdência, contribuindo decisivamente para ampliar a crise e, consequentemente, o desemprego. Mas, afinal, os desempregados nunca foram a preocupação desses ergofóbicos.

Por tudo isso, não surpreende que os trabalhadores tenham ignorado solenemente a convocação das centrais sindicais para defender Lula, como já haviam ignorado chamamentos semelhantes para defender o governo de Dilma Rousseff.

Ninguém parece ter se sensibilizado com a promessa de uma mobilização “histórica”, na “luta pela democracia e pelo direito de Lula de ser candidato”, conforme bravateou um dos sindicalistas quando o ato unificado foi anunciado. Tampouco causou sensação o objetivo de “sinalizar ao grande capital e à direita que a esquerda e o campo popular vão vencer as eleições e revogar todo esse lixo que o golpe quer impor sobre o povo brasileiro”, segundo disse outro sindicalista.

Nem mesmo um apelo do próprio Lula foi capaz de comover a companheirada. Em mensagem divulgada na véspera do Dia do Trabalhador, o ex-presidente disse que o “Primeiro de Maio unificado”, em referência à mobilização de diversas centrais sindicais, trazia “esperança” que “nos fortalece para superarmos o triste momento presente e para construir um futuro de paz e prosperidade”. 

São poucos os trabalhadores que se dispõem a servir de massa de manobra para objetivos políticos tão explícitos. Lula já não vale um show sem graça.

Sem reforma, rumo ao choque (no ESTADÃO)

Essa fantasia, mais custosa a cada mês, acabará em desastre, se nada for feito com urgência para corrigir o sistema previdenciário

Chegou a espantosos R$ 4,98 trilhões, em março, a dívida bruta do governo geral. Isso equivale a pouco mais de três quartos (75,3%) do Produto Interno Bruto (PIB), isto é, do valor agregado dos bens e serviços gerados em um ano pelo trabalho dos brasileiros. Os dados podem ser piores, se for usado o critério do Fundo Monetário Internacional (FMI). Pelo critério oficial seguido no Brasil, são excluídos da soma os papéis do Tesouro em poder do Banco Central (BC). O FMI inclui esse valor em seus cálculos e o resultado é naturalmente mais feio. De acordo com o Fundo, a dívida do setor público brasileiro já alcançou 84% do PIB no ano passado e deve atingir 87,3% neste ano. A proporção média encontrada nos países emergentes e de renda média no ano passado, por esse padrão, foi 49%. Por qualquer contagem, um ponto é indiscutível: a dívida do governo geral brasileiro é muito maior que a observada em economias com grau comparável de desenvolvimento. O governo geral é formado pelos governos federal, estaduais e municipais.

Há algo muito errado, obviamente, com as contas públicas nacionais, e o peso enorme e crescente dos papagaios emitidos pelo poder público é um dos efeitos mais assustadores desse desarranjo. Pouco observado e comentado no Brasil, o endividamento é, no entanto, acompanhado com atenção nos mercados financeiros. Dívida volumosa e em expansão é sinal de insolvência, quando faltam medidas convincentes de correção.

Analistas nacionais e internacionais expressaram confiança, até agora, nos propósitos e ações do governo, traduzidos na criação do teto de gastos e em medidas para garantir o respeito às metas fiscais. Mas o esforço de reformas e ajustes é com frequência prejudicado pela resistência de congressistas e, além disso, a mais urgente reforma, a da Previdência, está empacada.

O déficit acumulado em 12 meses por todos os níveis da administração, de R$ 487,93 bilhões, equivalente a 7,37% do PIB, também está fora dos padrões internacionais (na União Europeia, o déficit de 28 países ficou em 1% do PIB em 2017). No Brasil, a proporção tem melhorado. Em dezembro de 2017 era de 9,23% do PIB. Isso se explica, em parte, pela queda dos juros. Mas tem faltado dinheiro até para cobrir os compromissos vencidos e a dívida cresce com a rolagem e os novos financiamentos.

Sem os juros, sobram as contas primárias, com déficit de R$ 108,39 bilhões em 12 meses (1,64% do PIB). O déficit seria maior, sem o modesto resultado positivo dos governos subnacionais e das estatais. Mas esse resultado apenas alivia o efeito do déficit de R$ 112,28 bilhões do governo central.

Esse buraco pode parecer estranho, quando se nota o superávit nas contas do Tesouro, de R$ 80,07 bilhões. Esse resultado reflete a contenção de gastos e a melhora da receita, proporcionada em boa parte pela reativação do consumo, da produção e até do investimento em máquinas e equipamentos. Mas esse resultado positivo desaparece no buraco das contas do INSS. O sumidouro previdenciário, um déficit de R$ 191,48 bilhões em 12 meses, anula os ganhos do Tesouro e deixa no vermelho as contas primárias do governo central e de todo o setor público.

O padrão se manteve no primeiro trimestre. Segundo o relatório do BC, o governo central fechou o período janeiro-março com déficit primário de R$ 8 bilhões. Esse número resume um superávit de R$ 41,18 bilhões do Tesouro e um déficit previdenciário de R$ 49,05 bilhões. As oscilações mensais ou trimestrais podem refletir em parte as mudanças de ritmo da economia, mas a tendência geral é determinada pelo expansivo déficit do INSS.

Mesmo com grande esforço de ajuste e com a retomada do crescimento, pensar em arrumação das contas públicas sem reforma da Previdência é fantasia. Essa fantasia, mais custosa a cada mês, acabará em desastre, se nada for feito com urgência para corrigir o sistema previdenciário. Virão anos muito ruins, se o novo governo e os novos congressistas forem incapazes de entender o alerta dos números fiscais.

PT faz boletins com alertas econômicos mas camufla resultados do governo Dilma (no PODER360)

Dilma e Lula na cerimônia de posse da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e da nova diretoria nacional do partido

 

O PT do Senado começou a formular uma série de “alertas econômicos”. Os boletins mostram a evolução de indicadores e demonstram problemas enfrentados pela economia do país. A 1ª edição foi lançada em abril e a 2ª, nesta 4ª feira (2.mai.2018). Os dados não apontam a influência da crise econômica, iniciada em 2015, nos resultados.

 

Os levantamentos não destacam o 2º mandato da petista Dilma Rousseff e buscam recortar os dados para o período após o impeachment, quando o atual presidente, Michel Temer, assumiu o Planalto. Dilma foi afastada em maio de 2016 e deixou o comando da Presidência definitivamente em agosto daquele ano.

 

“O Alerta fará o acompanhamento e a crítica das ações do governo ilegítimo, reafirmando nosso compromisso em defesa do desenvolvimento e da soberania nacional, da democracia e da justiça social”, traz o documento.

 

O boletim de abril, por exemplo, cita a queda do investimento, que passou de 16,1% do PIB em 2016 para 15,6% em 2017, menor da série histórica. Desconsidera, entretanto, que a taxa já estava em queda desde 2014 e que, em 2016, havia sido registrado o pior resultado da série histórica até então.

 

Naquele ano houve redução do investimento em relação a 2015, quando havia ficado em 17,8% do PIB.

 

Fonte: Alerta Econômico – PT

 

Já o boletim de maio destaca que, na gestão de Temer, a dívida pública subiu de de 38,9% do PIB em maio de 2016 para 52,3% em março de 2018. Não considera, entretanto, que o movimento de aumento da dívida na série histórica começa já na metade de 2015, ainda no governo petista.

 

Fonte: Alerta Econômico – PT

 

OUTRO LADO

 

Após a publicação da reportagem a assessoria de imprensa do Partido dos Trabalhadores no Senado enviou a seguinte nota:

 

Antes de mais, consideramos importante que o site tenham dedicado seu precioso tempo para prestar atenção ao nosso boletim “Alerta”, divulgado pela Bancada do PT no Senado.

 

No entanto, gostaríamos de fazer algumas correções na matéria publicada neste dia 2 de maio – “PT faz boletins com alertas econômicos e camufla resultados do governo Dilma”. No título, o site afirma que “o PT camufla resultados”, o que não é verdade. Ao contrário, os dados que o site Poder360 diz terem sido “camuflados” constam dos gráficos que a própria matéria destacou.

 

Por outro lado, não é correta a afirmação de que “a crise não entra em pauta”, quando é disso que se trata o boletim. É inegável que o golpe de Estado, sob comando executivo de Michel Temer, não teve êxito em retomar a atividade econômica de forma consistente, de acordo com as promessas. Os indicadores divulgados cotidianamente escancaram essa realidade, à qual o público deve ter acesso de forma correta.

 

Por exemplo, o site diz que “o boletim de abril cita a queda do investimento público, que passou de 16,1% do PIB em 2016 para 15,6% em 2017, menor da série histórica”. Destaca também que o boletim “desconsidera que a taxa já estava em queda desde 2014 e que, em 2016, havia sido registrado o pior resultado da série histórica até então”.

 

Primeiro, não se trata de investimento público, mas da taxa de investimento da economia (público e privado). Segundo, induzir o leitor a acreditar que a baixa taxa de investimento de 2016 faz parte da gestão de Dilma não é compatível com análise rigorosa da realidade, tendo em vista que seu governo durou apenas 4 meses no referido ano. É legítimo ter lado no debate, mas é fundamental que a análise seja feita com rigor.

 

Por fim, um site com o prestígio e a importância conquistada em tão curto espaço de tempo não deveria obscurecer suas análises por preconceitos políticos. É cada vez mais importante a existência de publicações que, acima da torcida ideológica, sirvam ao correto esclarecimento da situação do país – como tem sido nossa expectativa em relação ao Poder 360.

 

Assessoria de Imprensa da Bancada do PT no Senado Federal.”

 

 

 

Juros sobem nos EUA e caem no Brasil: receita para dólar em alta (por RICARDO AMORIM, na GAZETA DO POVO)

 

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Ontem, o Banco Central americano, o FED, manteve a taxa de juros básica nos Estados Unidos inalterada, mas sinalizou que ao longo do ano os juros vão continuar a subir.
Esse movimento de alta da taxa de juros nos Estados Unidos, que vem acontecendo desde o ano passado, vem fazendo com que gradualmente investidores de renda fixa de todo o mundo a retirem o dinheiro de seus investimentos e o levem para lá. Isso ocorre porque com a alta na taxa de juros aumentando, o rendimento de investimentos em dólares no país aumentam.
O resultado é que a procura por dólar no mercado cresce e, por consequência, o preço do dólar sobe. Isso está acontecendo em todo o mundo e em relação a todas as moedas, mas países emergentes como o Brasil sentem mais esse processo.
De um ano para cá, o Real se desvalorizou e o dólar subiu quase 9%. E ele não é o país que mais sofreu: na Argentina, a valorização do dólar foi de 33% e a lira turca perdeu quase 14% do valor perante o dólar em um ano.

 


Ontem, o Banco Central americano, o FED, manteve a taxa de juros básica nos Estados Unidos inalterada, mas sinalizou que ao longo do ano os juros vão continuar a subir. Esse movimento de alta da taxa de juros nos Estados Unidos, que vem acontecendo desde o ano passado, vem fazendo com que gradualmente investidores de renda fixa de todo o mundo a retirem o dinheiro de seus investimentos e o levem para lá. Isso ocorre porque com a alta na taxa de juros aumentando, o rendimento de investimentos em dólares no país aumentam. O resultado é que a procura por dólar no mercado cresce e, por consequência, o preço do dólar sobe. Isso está acontecendo em todo o mundo e em relação a todas as moedas, mas países emergentes como o Brasil sentem mais esse processo. De um ano para cá, o Real se desvalorizou e o dólar subiu quase 9%. E ele não é o país que mais sofreu: na Argentina, a valorização do dólar foi de 33% e a lira turca perdeu quase 14% do valor perante o dólar em um ano.

O PT do Senado começou a formular uma série de “alertas econômicos”. Os boletins mostram a evolução de indicadores e demonstram problemas enfrentados pela economia do país. A 1ª edição foi lançada em abril e a 2ª, nesta 4ª feira (2.mai.2018). Os dados não apontam a influência da crise econômica, iniciada em 2015, nos resultados.

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Os levantamentos não destacam o 2º mandato da petista Dilma Rousseff e buscam recortar os dados para o período após o impeachment, quando o atual presidente, Michel Temer, assumiu o Planalto. Dilma foi afastada em maio de 2016 e deixou o comando da Presidência definitivamente em agosto daquele ano.

“O Alerta fará o acompanhamento e a crítica das ações do governo ilegítimo, reafirmando nosso compromisso em defesa do desenvolvimento e da soberania nacional, da democracia e da justiça social”, traz o documento.

O boletim de abril, por exemplo, cita a queda do investimento, que passou de 16,1% do PIB em 2016 para 15,6% em 2017, menor da série histórica. Desconsidera, entretanto, que a taxa já estava em queda desde 2014 e que, em 2016, havia sido registrado o pior resultado da série histórica até então.

Naquele ano houve redução do investimento em relação a 2015, quando havia ficado em 17,8% do PIB.

Fonte: Alerta Econômico – PT

Já o boletim de maio destaca que, na gestão de Temer, a dívida pública subiu de de 38,9% do PIB em maio de 2016 para 52,3% em março de 2018. Não considera, entretanto, que o movimento de aumento da dívida na série histórica começa já na metade de 2015, ainda no governo petista.

Fonte: Alerta Econômico – PT

OUTRO LADO

Após a publicação da reportagem a assessoria de imprensa do Partido dos Trabalhadores no Senado enviou a seguinte nota:

Antes de mais, consideramos importante que o site tenham dedicado seu precioso tempo para prestar atenção ao nosso boletim “Alerta”, divulgado pela Bancada do PT no Senado.

No entanto, gostaríamos de fazer algumas correções na matéria publicada neste dia 2 de maio – “PT faz boletins com alertas econômicos e camufla resultados do governo Dilma”. No título, o site afirma que “o PT camufla resultados”, o que não é verdade. Ao contrário, os dados que o site Poder360 diz terem sido “camuflados” constam dos gráficos que a própria matéria destacou.

Por outro lado, não é correta a afirmação de que “a crise não entra em pauta”, quando é disso que se trata o boletim. É inegável que o golpe de Estado, sob comando executivo de Michel Temer, não teve êxito em retomar a atividade econômica de forma consistente, de acordo com as promessas. Os indicadores divulgados cotidianamente escancaram essa realidade, à qual o público deve ter acesso de forma correta.

Por exemplo, o site diz que “o boletim de abril cita a queda do investimento público, que passou de 16,1% do PIB em 2016 para 15,6% em 2017, menor da série histórica”. Destaca também que o boletim “desconsidera que a taxa já estava em queda desde 2014 e que, em 2016, havia sido registrado o pior resultado da série histórica até então”.

Primeiro, não se trata de investimento público, mas da taxa de investimento da economia (público e privado). Segundo, induzir o leitor a acreditar que a baixa taxa de investimento de 2016 faz parte da gestão de Dilma não é compatível com análise rigorosa da realidade, tendo em vista que seu governo durou apenas 4 meses no referido ano. É legítimo ter lado no debate, mas é fundamental que a análise seja feita com rigor.

Por fim, um site com o prestígio e a importância conquistada em tão curto espaço de tempo não deveria obscurecer suas análises por preconceitos políticos. É cada vez mais importante a existência de publicações que, acima da torcida ideológica, sirvam ao correto esclarecimento da situação do país – como tem sido nossa expectativa em relação ao Poder 360.

Assessoria de Imprensa da Bancada do PT no Senado Federal.”

Fonte: Gazeta do Povo/ESTADÃO/PODER360

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