Inflação atinge o menor nível em março desde o Plano Real; recuperação continua, diz Ilan

Publicado em 10/04/2018 13:42
IBGE/Reuters

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março variou 0,09%, bem abaixo do resultado de fevereiro (0,32%). O acumulado no ano foi de 0,70%. Tanto a variação mensal quanto o acumulado no ano representaram o menor nível para um mês de março desde a implantação do Plano Real. O acumulado dos últimos doze meses caiu para 2,68%, depois de registrar 2,84% nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2017, o IPCA havia atingido 0,25%.

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, Transportes (-0,25%) e Comunicação (-0,33%) apresentaram deflação em março. Já os demais grupos vieram com alta variando de 0,05% a 0,48%, conforme pode ser observado na tabela abaixo.

No grupo dos Transportes, a deflação de 0,25% foi motivada pela queda nas passagens aéreas (-15,42%), que exerceram o impacto negativo mais intenso no índice do mês, -0,07 ponto percentual (p.p.). Os combustíveis também apresentaram queda (-0,04%), com destaque para a gasolina (-0,19%) cujos preços variaram dos -4,69% na região metropolitana de Recife até os 2,59% registrados na de Fortaleza. Por outro lado, cabe destacar a alta de 0,74% no item ônibus urbano em razão dos reajustes listados a seguir:

A queda de 0,33% no grupo Comunicação foi motivada pela redução nas tarifas das ligações locais e interurbanas, de fixo para móvel, em vigor desde 25 de fevereiro.

No lado das altas, o grupo Saúde e cuidados pessoais apresentou a maior variação no mês (0,48%), além da maior contribuição (0,06 p.p.). Nesse grupo, o destaque foi o item plano de saúde (1,06%), responsável pelo segundo maior impacto individual no mês (0,04 p.p.).

Já o maior impacto individual veio das frutas (5,32% e 0,05 p.p.), do grupo Alimentação e bebidas que, após cair 0,33% em fevereiro, teve alta (0,07%) em março. Apesar da aceleração no preço das frutas, o grupamento dos alimentos para consumo no domicílio registrou deflação em março (-0,18%), menos intensa do que a de fevereiro (-0,61%). Os destaques nas quedas foram carnes (-1,18%), tomate (-5,31%) e frango inteiro (-2,85%). Já a alimentação fora acelerou de fevereiro (0,18%) para março (0,52%). As variações ficaram entre -0,31% na região metropolitana de Porto Alegre e 1,08% na de Curitiba.

No grupo Habitação, a alta de 0,19% foi impulsionada pela energia elétrica (0,67%) devido à apropriação dos reajustes de 9,09% e 21,46% nas tarifas das concessionárias do Rio de Janeiro, em vigor desde 15 de março. As demais áreas apresentaram variação entre -4,69% na região metropolitana de Vitória e 2,60% na de Belo Horizonte em razão dos aumentos e reduções nas alíquotas do PIS/COFINS. Cabe destacar que a bandeira tarifária verde está em vigor desde janeiro de 2018, não havendo cobrança de adicional no consumo de energia.

Os índices regionais mais elevados foram os das regiões metropolitanas de Fortaleza e Belo Horizonte, ambos com alta de 0,23%. Na primeira, o destaque foi a gasolina que ficou, em média, 2,59% mais cara e os cursos regulares (2,02%). Em Belo Horizonte sobressai a energia elétrica, com alta de 2,60% e as frutas, que subiram 8,34%. O menor índice foi o de Campo Grande, cuja queda de 0,35% foi impulsionada pela energia elétrica (-4,52%), pelas carnes (-2,06%) e a gasolina (-1,50%). (…)

Do IBGE.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março variou 0,09%, bem abaixo do resultado de fevereiro (0,32%). O acumulado no ano foi de 0,70%. Tanto a variação mensal quanto o acumulado no ano representaram o menor nível para um mês de março desde a implantação do Plano Real. O acumulado dos últimos doze meses caiu para 2,68%, depois de registrar 2,84% nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2017, o IPCA havia atingido 0,25%.

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, Transportes (-0,25%) e Comunicação (-0,33%) apresentaram deflação em março. Já os demais grupos vieram com alta variando de 0,05% a 0,48%, conforme pode ser observado na tabela abaixo.

No grupo dos Transportes, a deflação de 0,25% foi motivada pela queda nas passagens aéreas (-15,42%), que exerceram o impacto negativo mais intenso no índice do mês, -0,07 ponto percentual (p.p.). Os combustíveis também apresentaram queda (-0,04%), com destaque para a gasolina (-0,19%) cujos preços variaram dos -4,69% na região metropolitana de Recife até os 2,59% registrados na de Fortaleza. Por outro lado, cabe destacar a alta de 0,74% no item ônibus urbano em razão dos reajustes listados a seguir:

A queda de 0,33% no grupo Comunicação foi motivada pela redução nas tarifas das ligações locais e interurbanas, de fixo para móvel, em vigor desde 25 de fevereiro.

No lado das altas, o grupo Saúde e cuidados pessoais apresentou a maior variação no mês (0,48%), além da maior contribuição (0,06 p.p.). Nesse grupo, o destaque foi o item plano de saúde (1,06%), responsável pelo segundo maior impacto individual no mês (0,04 p.p.).

Já o maior impacto individual veio das frutas (5,32% e 0,05 p.p.), do grupo Alimentação e bebidas que, após cair 0,33% em fevereiro, teve alta (0,07%) em março. Apesar da aceleração no preço das frutas, o grupamento dos alimentos para consumo no domicílio registrou deflação em março (-0,18%), menos intensa do que a de fevereiro (-0,61%). Os destaques nas quedas foram carnes (-1,18%), tomate (-5,31%) e frango inteiro (-2,85%). Já a alimentação fora acelerou de fevereiro (0,18%) para março (0,52%). As variações ficaram entre -0,31% na região metropolitana de Porto Alegre e 1,08% na de Curitiba.

No grupo Habitação, a alta de 0,19% foi impulsionada pela energia elétrica (0,67%) devido à apropriação dos reajustes de 9,09% e 21,46% nas tarifas das concessionárias do Rio de Janeiro, em vigor desde 15 de março. As demais áreas apresentaram variação entre -4,69% na região metropolitana de Vitória e 2,60% na de Belo Horizonte em razão dos aumentos e reduções nas alíquotas do PIS/COFINS. Cabe destacar que a bandeira tarifária verde está em vigor desde janeiro de 2018, não havendo cobrança de adicional no consumo de energia.

Os índices regionais mais elevados foram os das regiões metropolitanas de Fortaleza e Belo Horizonte, ambos com alta de 0,23%. Na primeira, o destaque foi a gasolina que ficou, em média, 2,59% mais cara e os cursos regulares (2,02%). Em Belo Horizonte sobressai a energia elétrica, com alta de 2,60% e as frutas, que subiram 8,34%. O menor índice foi o de Campo Grande, cuja queda de 0,35% foi impulsionada pela energia elétrica (-4,52%), pelas carnes (-2,06%) e a gasolina (-1,50%). (…)

Inflação sofreu queda significativa nos anos recentes, diz Ilan

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, avaliou nesta terça-feira que a inflação sofreu "uma queda significativa" em anos recentes, após a divulgação mais cedo de que o IPCA acumulou alta de apenas 2,68 por cento nos 12 meses até março.

Ao fazer sua apresentação em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Ilan também reiterou a mensagem de que o BC deve adotar novo corte na Selic em maio, encerrando o ciclo de afrouxamento monetário em seguida, se o cenário base da autoridade monetária não se alterar.

Aos senadores, Ilan lembrou que o IPCA caiu de 10,7 por cento em 2015 para o atual patamar. Mesmo com o recuo expressivo, seguiu apontando que a inflação projetada para 2018 e para os próximos anos "está sob controle, convergindo para as metas".

Nas contas do BC, a inflação deve fechar este ano em 3,8 por cento pelo cenário de mercado, abaixo da meta de inflação, de 4,5 por cento, com margem de tolerância de 1,5 ponto.

"Há expectativa que a recuperação da atividade econômica contribua para a convergência da inflação rumo às metas no horizonte relevante", disse Ilan.

Em março, o IPCA teve variação positiva de 0,09 por cento, nível mais baixo para o mês em 24 anos diante dos preços mais baratos de passagens aéreas e da gasolina, ratificando o espaço para o BC cortar novamente os juros básicos.

Essa perspectiva de nova redução na Selic vem sendo apontada pelo BC desde que cortou a Selic em 0,25 ponto percentual no último mês, ao patamar histórico de 6,50 por cento ao ano.

INSATISFEITO

Ilan também destacou que o BC não está satisfeito com a velocidade da queda dos juros ao consumidor e do spread bancário --diferença entre o custo de captação e a taxa efetivamente cobrada ao consumidor final-- e quer que esse movimento seja mais rápido.

Nesse sentido, afirmou que a autoridade monetária segue comprometida com medidas para barateamento do crédito, com a agenda BC+, citando medidas já adotadas para restringir, por exemplo, a cobrança de juros mais altos nas modalidades de cartão de crédito e no cheque especial, estas últimas reguladas pelos próprios bancos.

Nesta manhã, a Febraban, federação que representa os bancos, anunciou que as instituições financeiras passarão em julho a ofertar aos usuários do cheque especial uma opção de linha de crédito com juros mais baixos. Ilan não fez comentários mais detalhados sobre as medidas.

Bastante questionado pelos senadores sobre quando os juros mais baixos de fato chegarão às famílias e empresas, Ilan defendeu que essa redução deve ser feita de forma estrutural e não voluntariosa.

Também apontou que há outras causas que tornam o custo de crédito alto no país, como o alto custo operacional e regulatório, a falta de boas garantias, a necessidade de mais informação no sistema, os subsídios cruzados, os altos compulsórios e a necessidade de estimular a concorrência.

A respeito do cenário externo, Ilan reiterou que ele ainda se mostra favorável e tem contribuído, até o momento, para manter o apetite ao risco em relação aos países emergentes, mas que não se pode contar "com essa situação perpetuamente".

Fonte: IBGE/Reuters

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