PF prende José Yunes, ex-assessor de Temer, e ex-ministro Wagner Rossi nesta 5ª feira

Publicado em 29/03/2018 07:41

Polícia Federal prende José Yunes, amigo e ex-assessor de Temer

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (29), em São Paulo, o advogado José Yunes, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer.

A decisão foi autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito que investiga se Temer, por meio de decreto, beneficiou empresas do setor portuário em troca do suposto recebimento de propina.

A informação sobre a prisão foi confirmada ao blog pela defesa de Yunes. Segundo o advogado José Luis de Oliveira Lima, trata-se de uma prisão temporária de cinco dias.

"É inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia, que sempre que intimado ou mesmo espontaneamente compareceu a todos os atos para colaborar. Essa prisão ilegal é uma violência contra José Yunes e contra a cidadania", afirmou Oliveira Lima.

Em 30 de novembro do ano passado, Yunes prestou depoimento à Polícia Federal, no inquérito dos portos. Na ocasião, ele relatou uma operação de venda de imóvel para o presidente Michel Temer.

Leia a notícia na íntegra no site do G1.

Ex-ministro Wagner Rossi é preso em operação da Polícia Federal que investiga setor de portos

O ex-ministro Wagner Rossi foi preso na manhã desta quinta-feira (29) em uma das ações da Operação Skala, deflagrada pela Polícia Federal. Também foi preso Milton Ortolan, auxiliar de Rossi.

As prisões da Operaçãon Skala foram pedidas pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. A operação foi autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito que investiga se Temer, por meio de decreto, beneficiou empresas do setor portuário em troca de suposto recebimento de propina.

Leia a notícia na íntegra no site G1

O Antagonista: 

O dia em que Temer disse que estava cercado de “gente boa”

Em 10 de agosto de 2016, eu, Mario, escrevi um artigo para a newsletter de O Antagonista (depois publicado no livro “Cartas de um Antagonista”), no qual dizia que Michel Temer, então presidente interino, deveria se afastar de suspeitos e conter as ambições de Henrique Meirelles. Ele fez o oposto.

Na mesma semana da publicação do artigo, Temer me chamou para conversar, no seu escritório em São Paulo. Falamos sobre o processo de impeachment e transcrevi algumas frases dele no site, com a sua permissão.

Somente ao final da conversa, o presidente fez uma referência ao que eu havia escrito. Disse que estava cercado de “gente boa”.

Leiam o artigo:

Recomendações a Michel Temer

Agora que o impeachment de Dilma Rousseff é irreversível, temos de nos haver com Michel Temer na sua plenitude mesoclítica e mesozoica. Dessa condição de político antiquado, ele tem a chance de passar à história como o presidente que conseguiu recolocar o País na rota do crescimento econômico, depois de quase treze anos de lambanças descomunais – que o tiveram como cúmplice omisso, na melhor das hipóteses.

Ele já recolocaria o Brasil nos trilhos se errasse o menos possível. Errar o menos possível significa cortar gastos e levar a corrupção endêmica aos patamares pré-petistas. Michel Temer poderia almejar mais, aproveitando-se da sua impopularidade, e fazer reformas estruturais, como a trabalhista, a fiscal e a previdenciária. No entanto, o fato de ser mesozoico talvez o impeça de seguir adiante. Cogitar candidatar-se a presidente em 2018, por exemplo, é uma característica bastante mesozoica. Dinossauros relutam em aposentar-se e costumam sair de cena somente quando atingidos por um meteoro gigante.

Para que Michel Temer cumpra o seu ano e meio de mandato de forma tranquila, não apenas a questão econômica tem de ser apaziguada. As policiais e políticas também.

Acima de tudo, ele não pode ser enredado pela Lava Jato. Já veio à tona que o PMDB levou 10 milhões de reais em espécie da Odebrecht, em 2014, depois que Michel Temer pediu “apoio financeiro” ao incontornável Marcelo, em jantar no Palácio do Jaburu. O presidente confirmou o jantar e que pediu dinheiro, “dentro dos limites da legalidade”. Parece conto da carochinha, mas talvez seja difícil obter provas concretas contra Michel Temer. A ver.

Graças à autonomia da Lava Jato, Michel Temer não terá como deter as investigações. Em outros aspectos, porém, é recomendável que ele aja.

José Yunes, o seu assessor especial, representa um enorme risco de embaraços. Há boataria a respeitos das relações perigosas entre ele e o presidente. Meu conselho a Michel Temer: afaste-o de Brasília. Outro personagem que deveria ser gentilmente convidado a sair do governo: Geddel Vieira Lima. Digamos que as suas latitudes são demasiadamente largas.

Por último, Henrique Meirelles. Não é possível que o Brasil tenha, neste momento de crise profunda, um ministro da Fazenda com pretensão de ocupar cargo eletivo. Tal pretensão o leva a fazer concessões na austeridade necessária – como, aliás, vem fazendo, até por inabilidade no trato com parlamentares. Na minha opinião, Henrique Meirelles não foi uma boa escolha. É um sujeito de muito gogó e, segundo quem entende do assunto, pouco conhecimento na área fiscal. O ideal seria contar com um ministro da Fazenda sem pretensões políticas, perseverante no caminho do ajuste (até para não deixar Michel Temer cair em tentações), com conhecimento profundo da máquina estatal e da Constituição, além de hábil em negociar com o Congresso e avesso a plantar notinhas na imprensa contra quem tenta auxiliá-lo.

Como tirar Henrique Meirelles seria traumático neste momento, Michel Temer precisa contê-lo. É o contrário do que ocorre.

Ajude-se, presidente, a ter boa sorte.

O porto franco de Santos

Um empresário que fez fortuna na Zona Franca de Manaus, com amigos no Judiciário, deve estar tenso com as prisões de hoje na Operação Skala.

Em Santos, foram abertos inquéritos civis públicos e ações de improbidade sobre as lambanças no porto. É preciso verificar quem despachou o quê. E como.

De “porto franco”, Santos virou um ponto fraco para muita gente.

Fonte: G1 + O Antagonista

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