Marun diz que ainda não há votos para aprovar Previdência e admite possíveis mudanças

Publicado em 01/02/2018 13:24

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A reforma da Previdência ainda não tem o número de votos necessários para ser aprovada na Câmara dos Deputados, reconheceu nesta quinta-feira o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que voltou a admitir, no entanto, a possibilidade de mudanças, desde que sejam mantidos o que o governo considera pilares da proposta.

"Nós ainda não temos os votos necessários e suficientes para esta aprovação. Esta é a notícia ruim e esta é a realidade", disse Marun em palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro.

Por ser uma Proposta de Emenda à Constituição, a reforma precisa do voto de pelo menos 308 dos 513 deputados para ser aprovada, em dois turnos de votação, antes de seguir para o Senado.

Na terça-feira, Marun disse a jornalistas que o governo tem garantido "cerca de 270" votos. A votação da reforma na Câmara está marcada para a semana de 19 de fevereiro.

No Rio, Marun afirmou que ainda faltam de 40 a 50 votos. Para não correr riscos, o governo tem dito que deseja colocar a PEC em votação com pelo menos 320 votos garantidos.

O ministro voltou a admitir a possibilidade de mudanças na proposta que sejam "consistentes" e que tragam mais apoio à aprovação da reforma.

"Nós temos pilares: idade mínima e um único regime pra todos os brasileiros. Havendo sugestões de aprimoramento que sejam consistentes, que sejam avaliadas pela nossa equipe como consistentes, é possível alguma modificação, desde que os princípios não sejam atingidos."

Marun disse ainda que a reforma é "inadiável" e que o teto para o crescimento dos gastos públicos, colocado na Constituição durante o governo do presidente Michel Temer, não sobrevive sem a reforma da Previdência. Para o ministro, a não aprovação agora traz riscos muito maiores do que se imagina para o país.

"(A Previdência) é insustentável para a economia brasileira e ela é extremamente injusta, por isso ela precisa ser modificada e isto é inadiável", disse o ministro.

(Reportagem de Maria Clara Pestre)

Fonte: Reuters

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