Ibovespa fecha em alta com blue chips e tem melhor janeiro em 6 anos

Publicado em 31/01/2018 18:17

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações da B3 subiu nesta quarta-feira, puxado pelo avanço de blue chips como Itaú Unibanco, e encerrou o mês com o melhor desempenho para janeiro em seis anos diante do expressivo fluxo de capital externo para ações brasileiras.

O Ibovespa subiu 0,51 por cento, a 84.912 pontos. No melhor momento da sessão, renovou máxima intradia ao atingir 86.212 pontos. O volume financeiro somou 12,6 bilhões de reais.

Em janeiro, o índice contabilizou ganho de 11 por cento, melhor desempenho para o mês desde 2012, quando também valorizou-se 11 por cento.

O pregão acompanhou a melhora em mercados emergentes em geral, com o índice MSCI para esse segmento avançando 0,5 por cento neste final de tarde.

Wall Street também ajudou em boa parte da sessão, embora tenha enfraquecido no final, após decisão do banco central norte-americano (Federal Reserve) de manter a taxa de juros, embora prevendo que a inflação aumentará este ano.

O mercado acionário doméstico também segue beneficiado pela entrada de estrangeiros, com o saldo positivo até dia 29 em 9,5 bilhões de reais.

De acordo com profissionais da área de renda variável, o começo positivo da temporada de resultados das companhias brasileiras é mais um componente favorável às ações brasileiras.

DESTAQUES

- SANTANDER BRASIL fechou em alta de apenas 0,53 por cento, após divulgar forte crescimento do lucro no quarto trimestre. O setor bancário reduziu os ganhos ao longo do pregão, mas ajudou na alta do índice, com destaque para ITAÚ UNIBANCO PN, que avançou 1,5 por cento. BRADESCO PN, que divulga resultado na quinta-feira, subiu 0,87 por cento. BANCO DO BRASIL avançou 2,27 por cento.

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON subiram 1,08 e 0,57 por cento, respectivamente, após o presidente da companhia, Pedro Parente, revelar "descobertas interessantes" em blocos da Bacia de Campos e dizer que os atuais preços do petróleo Brent devem ajudar a empresa a atingir a meta de alavancagem de 2,5 vezes em 2018.

- VALE perdeu força e encerrou com variação negativa de 0,05 por cento.

- ELETROBRAS PNB e ELETROBRAS ON avançaram 1,67 e 1,65 por cento, respectivamente, após encaminhar à B3 pedido de certificação para adesão ao Programa Destaque em Governança de Estatais.

Governo pode arrecadar até R$ 100 bi com excedente da Cessão Onerosa, diz secretário

BRASÍLIA (Reuters) - O governo poderá arrecadar entre 80 bilhões e 100 bilhões de reais com um possível leilão para a exploração de volumes de petróleo e gás excedentes ao contrato de Cessão Onerosa, assinado com a Petrobras em 2010, afirmou nesta quarta-feira o secretário de petróleo e gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix.

O contrato da cessão de direitos, conhecido no setor como Cessão Onerosa, garantiu à Petrobras a produção, em uma determinada área, de até 5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe). No entanto, dados do governo indicam que há volumes muito maiores na região, cujos direitos de exploração poderão ser leiloados.

"Uma estimativa que a gente pode trabalhar é de que o bônus da outorga pode ser entre 80 bilhões e 100 bilhões de reais", disse Félix, afirmando que a estimativa mínima da Agência Nacional do Petróleo (ANP) é de que o excedente da Cessão Onerosa tenha cerca de 6 bilhões de boe.

O governo quer aprovar em março o leilão do excedente no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), para realizar a licitação até junho.

Félix disse que não descartou realizar o leilão do excedente em lotes, mas avaliou como "mais difícil" fazer a licitação assim.

Pelo contrato da Cessão Onerosa, a companhia estatal pagou à União 74,8 bilhões de reais. Mas uma renegociação do valor, considerando variáveis como preço do barril e câmbio, estava prevista desde o início, depois que as áreas fossem declaradas comerciais, o que já aconteceu.

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou a jornalistas, na mesma cerimônia, que uma primeira reunião oficial entre representantes do governo e da empresa sobre a renegociação deverá ocorrer no início de fevereiro.

Parente já afirmou diversas vezes acreditar que a Petrobras será credora do governo ao fim das negociações, enquanto o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou recentemente acreditar no contrário-- segundo ele, a União espera receber "bilhões de dólares" da petroleira.

Segundo Félix, o governo precisa de um pré-entendimento com a estatal para definir o leilão, mas não seria necessário fechar valores da renegociação antes disso.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Dólar zera ganhos ante o real em sintonia com exterior
Índice de ações STOXX 600 toca nível mais baixo em 6 meses na Europa com temor de recessão nos EUA
Preço do diesel fecha julho em alta e alcança o maior preço médio do ano, aponta Edenred Ticket Log
BC da China pede que instituições informem diariamente detenção de títulos de longo prazo, dizem fontes
Wall Street afunda com crescentes temores sobre recessão nos EUA
Ibovespa recua 2% na abertura com aversão global a risco; Bradesco sobe após resultado