Marun diz que se engana quem tenta impedir posse de ministra do Trabalho para atrapalhar reforma da Previdência

Publicado em 22/01/2018 11:48

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou nesta segunda-feira que estão enganados aqueles que acreditam que iniciativas como a que barrou na Justiça a posse da ministra do Trabalho, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), prevista para esta manhã, poderá impedir a atuação do governo para aprovar a reforma da Previdência.

"Se alguém pensa que vai nos desviar do nosso rumo, que é a aprovação da reforma da Previdência com a apresentação de questões como essa, está enganado", disse Marun a jornalistas, no Palácio do Planalto.

"O governo tem rumo, sabe o que é necessário para o país. É uma atitude até altruísta do presidente Temer, nós sabemos que os efeitos (da reforma) para este ano não serão grandes", acrescentou.

Para Marun, o impacto maior será para outros governos que não se sabe quem serão. "O governo não apresentou essa reforma pensando nele", disse. Para o ministro, Temer está "à altura de um estadista".

Questionado, o ministro não quis dizer se a decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, de impedir a posse foi "equivocada". Afirmou apenas que ela não entrou no mérito e tomou uma decisão técnica.

Em despacho com data de domingo, disponibilizado no sistema do Supremo na madrugada desta segunda-feira, a presidente do STF determinou a suspensão do ato de posse até que seja possível a análise dos pedidos formulados em reclamação que busca impedir os efeitos da nomeação e posse de Cristiane Brasil como ministra do Trabalho.

Segundo Cármen Lúcia, seria “temerário” dar posse a Cristiane Brasil porque não se conhece a íntegra da decisão do STJ que havia autorizado a nomeação da deputada, a fim de verificar se houve usurpação de competência do STF no caso.

Marun admitiu que seria "mais fácil" o PTB sugerir outro nome para o ministério, mas ele destacou que essa não é a decisão do governo --substituir o nome-- como forma de garantir o apoio para se aprovar a reforma.

Ele defendeu o direito da preservação das prerrogativas do presidente da República de nomear os ministros e destacou que há decisões anteriores que sustentam essa tese.

(Reportagem de Ricardo Brito)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

BC da China pede que instituições informem diariamente detenção de títulos de longo prazo, dizem fontes
Wall Street afunda com crescentes temores sobre recessão nos EUA
Ibovespa recua 2% na abertura com aversão global a risco; Bradesco sobe após resultado
Reação do mercado a riscos de recessão nos EUA é "extremada", diz presidente do Bradesco
Dólar dispara contra real e ultrapassa R$5,80 com temores de recessão nos EUA
Mercado eleva novamente previsão para inflação em 2024 e 2025 no Focus