Dólar anula alta e opera perto da estabilidade ante real, em meio a fraqueza no exterior

Publicado em 18/01/2018 10:35

Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar anulou a alta inicial e passou a operar perto da estabilidade ante o real, abandonando a tentativa de correção após recuar na véspera em meio à fraqueza da moeda norte-americana ante divisas de países emergentes no exterior.

Às 11:24, o dólar recuava 0,07 por cento, a 3,2149 reais na venda, depois de atingir a máxima de 3,2254 reais. O dólar futuro caía 0,28 por cento.

O dólar caiu 0,37 por cento na véspera e encerrou a 3,2170 reais, acumulando recuo de 2,94 por cento ante o real no ano. Esse nível de preço chegou a atrair compradores e deu alguma sustentação à moeda, mas o movimento de alta não se sustentou.

"Os dados da China fortalecem o apetite por risco", disse o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado, avaliando que a correção vista mais cedo seria tímida.

A economia da China cresceu 6,8 por cento no quarto trimestre sobre o ano anterior, acima da expectativa de 6,7 por cento. Em 2017, o crescimento foi de 6,9 por cento sobre 2016, a primeira aceleração anual da economia desde 2010.

Esses números fortes da China ajudavam na valorização das moedas de países emergentes e ligados às commodities, e assim o dólar cedia ante os pesos chilenos, mexicano e o rand sul-africano. Contra uma cesta de moedas ele operava com tímida alta.

Como pano de fundo, o mercado monitorava o noticiário em torno da reforma da Previdência, além do desfecho do julgamento em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana.

"Acho que enquanto ele ainda não estiver fora do jogo eleitoral é mais difícil para os investidores comprarem mais Brasil", avaliou Machado, acrescentando que as incertezas decorrentes desse processo podem levar o dólar a oscilar novamente até os 3,30 reais.

O julgamento de Lula está marcado para o dia 24 de janeiro, enquanto a votação em primeiro turno da reforma a Previdência está prevista para 19 de fevereiro.

Fonte: Reuters

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