Economistas veem inflação abaixo do piso da meta em 2017 pela 1ª vez, mostra Focus

Publicado em 25/09/2017 11:20

SÃO PAULO (Reuters) - A expectativa de economistas para a inflação neste ano foi pela primeira vez abaixo do piso da meta na pesquisa Focus, que trouxe ainda melhora nas projeções para a economia tanto em 2017 quanto em 2018.

O levantamento divulgado nesta segunda-feira mostrou que a projeção de alta do IPCA neste ano agora é de 2,97 por cento, ante 3,08 por cento antes. Assim, a inflação terminaria o ano abaixo do piso da meta, de 3 por cento. A meta está fixada em 4,5 por cento, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em seu relatório de inflação divulgado na semana passada, o BC estimou alta do IPCA de 3,2 por cento em 2017 e de 4,3 por cento em 2018 pelo cenário de mercado, abaixo dos patamares de 3,3 e 4,4 por cento vistos anteriormente.

No mesmo dia, o IBGE divulgou que nos 12 meses até setembro o IPCA-15, considerado prévia da inflação oficial, ficou em 2,56 por cento, ampliando as chances de a inflação terminar este ano abaixo do piso da meta pela primeira vez.

Se isso de fato acontecer, será a primeira vez que o BC terá que justificar porque a inflação ficou abaixo do objetivo --o BC descumpriu a meta três vezes nas últimas duas décadas, mas em todos esses casos entregou a inflação acima do alvo.

Para o ano que vem, o ajuste nas contas para a inflação no Focus também foi para baixo, de 0,04 ponto percentual, chegando a 4,08 por cento.

O BC vem mantendo a postura de que adotará um encerramento gradual da flexiblização monetária depois de cortar a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, para 8,25 por cento, e seus novos cálculos para a inflação pavimentarem o caminho para que continue cortando os juros e eventualmente leve a Selic a um nível inferior a 7 por cento.

Os economistas consultados no Focus mantiveram a projeção de desaceleração do ritmo de corte a 0,75 ponto percentual no encontro de outubro de política monetária, com a Selic terminando o ano a 7 por cento, patamar que eles veem se mantendo até o final de 2018.

Para o grupo que mais acerta as previsões, o Top-5, a taxa básica de juros fica em 7 por cento no fim deste ano, mas termina 2018 a 7,25 por cento, contas que não foram alteradas em relação ao levantamento anterior.

Para a economia, a perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) melhorou para ambos os anos. Em 2017, a expansão foi calculada em 0,68 por cento, de 0,60 por cento, enquanto que para 2018 a expectativa chegou a 2,30 por cento, de 2,20 por cento.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ações sobem após dados de inflação, mas acumulam queda na semana
Dólar cai após BC vender US$7 bi e Senado aprovar pacote fiscal
Taxas futuras de juros voltam a ceder com aprovação do pacote fiscal e comentários de Lula
Transição com Galípolo mostra que BC técnico permanece, diz Campos Neto
Ações europeias têm pior semana em mais de três meses, com queda no setor de saúde
Presidente do Fed de NY diz que BC dos EUA segue no caminho certo para cortes de juros
undefined