BC sugere à Lava Jato ação conjunta em acordos com bancos sob suspeita
O Banco Central indicou aos procuradores da Operação Lava Jato que está disposto a compartilhar com eles informações sigilosas de bancos sob suspeita, e poderá oferecer ao Ministério Público um lugar na mesa quando chegar a hora de negociar acordos com instituições financeiras sob investigação.
Na sexta (23), dois diretores do BC se reuniram com integrantes da força-tarefa que conduz as investigações da Lava Jato em Curitiba para discutir mudanças na medida provisória que ampliou os poderes da instituição para investigar os bancos, editada pelo governo e enviada ao Congresso no início do mês.
A medida provisória vinha sendo discutida havia pelo menos sete anos, mas foi recebida com críticas pelos procuradores, que viram nela uma tentativa do governo de obstruir o caminho dos investigadores num momento em que novos delatores ameaçam fazer revelações sobre o envolvimento de bancos com os esquemas de corrupção descobertos pela Lava Jato.
O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que negocia um acordo com a Lava Jato, disse ao juiz federal Sergio Moro no início de abril que um banqueiro o procurou em 2010 oferecendo ajuda para movimentar recursos ilícitos destinados à campanha de Dilma Rousseff à Presidência.
Palocci prometeu a Moro que revelaria nomes em outro momento e desde então negocia os termos de sua colaboração com a Lava Jato. Nesta segunda (26), o juiz condenou o ex-ministro a 12 anos de prisão e expressou dúvidas sobre sua disposição de colaborar com a Lava Jato.
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