Defesa de Rocha Loures descarta delação, espera que ex-assessor de Temer esteja livre para parto do filho

Publicado em 13/06/2017 12:51

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) descarta fazer uma delação premiada no momento, disse à Reuters o advogado Cézar Roberto Bittencourt, que espera que seu cliente esteja livre até 16 de julho, dia em que está previsto o nascimento do filho do ex-assessor do presidente Michel Temer.

Rocha Loures foi preso preventivamente no dia 3 de junho por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin no inquérito a que ele e o presidente Michel Temer respondem sob a acusação de obstrução de Justiça, organização criminosa e corrupção passiva após a delação de executivos da JBS.

"Não vai existir delação, em nenhuma hipótese", afirmou o criminalista. "Até 16 de julho, ele espera estar livre para assistir ao parto do filho. Antes disso até", completou. A mulher de Rocha Loures está grávida de oito meses.

O advogado espera que Edson Fachin leve ao plenário do STF o quanto antes o pedido apresentado por ele para libertar Rocha Loures sob o argumento de que a prisão dele foi ilegal.

Segundo ele, a motivação da prisão do ex-assessor de Temer era desnecessária porque ele não representava qualquer risco para a ordem pública. Alega, ainda, que a prova para a detenção --a gravação feita por Joesley Batista e a ação controlada-- é ilegal, a partir daí todo o restante teria que ser desconsiderado.

"Só quero uma coisa: que o relator leve para o plenário a prisão do Rodrigo", defendeu.

O advogado revelou ter apresentado na segunda-feira uma petição sigilosa ao inquérito com novos pedidos para avaliação de Fachin. Ele não quis detalhar o que seria.

Bittencourt não acredita que seu cliente poderá ser colocado em liberdade após a provável denúncia criminal que será oferecida nos próximos dias contra Rocha Loures e Temer pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Por isso, o advogado trabalha na linha da defesa segundo a qual, a partir do que considera como prova ilegal, a gravação de Joesley, toda a investigação contra o ex-assessor de Temer e o presidente está contaminada.

Ele disse que não há combinação da estratégia de defesa com a banca que representa Temer no inquérito, comandada pelo criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira.

Segundo Bittencourt, há momentos em que a defesa converge. As duas defesas questionam o uso e a validade da gravação como instrumento de prova --a Polícia Federal realiza perícia no áudio da conversa de Joesley Batista e Temer. Mas ressalvou que essa convergência não é sempre garantida.

"Tenho que trabalhar aquilo que é bom para o meu cliente", frisou. "Não tenho nada a ver com os outros. Não vou deixar de fazer a defesa bem feita para beneficiar o outro", completou.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

ONS eleva previsão para crescimento da carga de energia a 1,5% em setembro
Wall Street abre com pouca variação após dados de emprego de agosto
Ibovespa recua na abertura com dados de emprego dos EUA em foco
Dólar recua após dados de emprego dos EUA fomentarem apostas de corte grande de juros pelo Fed
Presidente do Fed de NY diz que chegou a hora de iniciar cortes nos juros
Preço do diesel aumenta quase 1% em agosto e encerra o mês a R$ 6,10