Agricultores dos EUA não devem se preocupar - ainda - com possíveis guerras comerciais, diz Agrimoney

Publicado em 30/01/2017 14:15

De acordo com entrevistados ouvidos pelo Agrimoney, os agricultores dos Estados Unidos não devem entrar em pânico - ainda - a respeito da ameaça às exportações de suas safras em detrimento da agenda comercial de Donald Trump.

O debate de Trump com o México, grande comprador de produtos agrícolas do país, provocou um considerável alarme em cima de um potencial de retaliação por parte dos mexicanos.

A corretora CHS Hedging, por exemplo, alertou que "um abrandamento nas exportações dos Estados Unidos para o México seria catastrófico".

Trump também deu sinais de que ele levará adiante promessas de campanha como a repressão ao comércio com a China, outro grande comprador de commodities agrícolas dos Estados Unidos.

Mas, por enquanto, há duas razões para os agricultores americanos manterem a calma.

Dois pontos

A primeira é que as guerras comerciais que se mostram ao horizonte nunca se materializam. O Agrimoney faz uma metáfora para dizer que "a casca de Trump pode ser muito pior do que a mordida": ele já diluiu a ordem anti-imigração feita na sexta-feira, dirigida a sete países predominantemente muçulmanos. E mesmo se ele não controlar sua política, os outros poderes dos Estados Unidos podem fazer isso.

A segunda é que, mesmo que Washington entre em batalhas comerciais, não é certeza de que o México e a China respondam com barreiras punitivas sobre as importações agrícolas americanas.

Em ambos os países, essas importações são muito importantes para o abastecimento interno.

Porta giratória

Além disso, mesmo que os dois países introduzissem obstáculos nas importações de produtos agrícolas americanos, isso não deve ser um grande desastre para os agricultores americanos, uma vez que eles podem exportar para suprir as necessidades de outras origens que, por sua vez, irão exportar os produtos para a China e para o México.

Mas isso não significa que os Estados Unidos devem escapar ilesos neste comércio - apenas que o dano pode ser mais lento do que uma batida rápida.

Ao interromper o comércio, os Estados Unidos estariam desencadeando forças sobre as quais o país tem pouco controle e que poderiam ser altamente prejudiciais a longo prazo.

A necessidade da China e do México pelos produtos agrícolas e a procura em outras origens pode fazer com que o comércio de exportação fique centrado em países rivais e nunca mais volte para os americanos.

O potencial da Rússia

A produção mundial de milho, por exemplo, está ampliando sua geografia, com novas variedades de sementes expandindo sua faixa de crescimento, principalmente na Rússia, que estabelecerá um novo recorde de safra em 2016/17.

O país já mostrou o que é capaz de fazer no comércio de grãos com o trigo, passando de um importador líquido para o maior exportador mundial agora.

"Trump pode querer pensar cuidadosamente antes de dar a Moscou outra razão para ficar animada com a sua posse", aponta o Agrimoney.

Tradução: Izadora Pimenta

Fonte: Agrimoney

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