FMI reduz projeção de crescimento do Brasil a 0,2% em 2017

Publicado em 16/01/2017 11:53

SÃO PAULO (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para apenas 0,2 por cento em 2017, sobre a expansão de 0,5 por cento prevista em outubro, segundo relatório divulgado neste segunda-feira.

O cenário de praticamente estagnação neste ano vem, segundo o FMI, devido ao desempenho pior que o esperado em 2016. Para 2018, o fundo manteve a projeção de avanço da economia brasileira em 1,5 por cento.

O desempenho do Brasil, que há dois anos passa por recessão, deste ano está abaixo do previsto para a América Latina e Caribe como um todo, cuja previsão é de avanço de 1,2 por cento. A projeção de outubro do ano passado era de alta de 1,6 por cento.

Em 2018, a região deve avançar 2,1 por cento, ante 2,2 projetado anteriormente.

Segundo o FMI, a piora na expectativa de crescimento na América Latina "reflete, em certa medida, expectativa de recuperação mais fraca no curto prazo da Argentina e do Brasil, após desempenhos de crescimento mais baixos do que esperados no segundo semestre de 2016".

O FMI também cita condições financeiras mais apertadas dos Estados Unidos, incerteza com relação ao México e a deterioração contínua na Venezuela como fatores de piora para a região.

A previsão do FMI para a economia brasileira é mais pessimista do que mostra o relatório Focus, do Banco Central. Nele, os analistas consultados esperam avanço para o PIB de 0,5 por cento em 2017 e de 2,2 por cento em 2018.

No caso do México, o Fundo estima avanço do PIB de 1,7 por cento em 2017 e de 2,0 por cento em 2018. Para os dois anos, houve uma redução na projeção de 0,6 ponto percentual.

A economia mexicana deve ser fortemente afetada pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que já mostrou que quer revisar acordos comerciais e construir um muro na fronteira entre os dois países.

O FMI também manteve suas previsões de crescimento global em relação a outubro, a 3,4 por cento para 2017 e 3,6 por cento para 2018, acima dos 3,1 por cento em 2016, o ano mais fraco desde a crise financeira de 2008 e 2009.

(Por Luiz Guilherme Gerbelli)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Presidente do Fed de Chicago diz que pode ser necessário diminuir ritmo de cortes de juros
À espera de tarifas de Trump, líder chinês faz ofensiva diplomática em cúpulas globais
Arrecadação federal em outubro fecha com maior resultado em 30 anos
Ibovespa cai pressionado por Vale enquanto mercado aguarda pacote fiscal
Agricultores bloqueiam acesso ao porto de Bordeaux para elevar pressão sobre governo francês
Dólar tem leve alta na abertura em meio à escalada de tensões entre Ucrânia e Rússia
undefined