FOLHA: Temer desiste de militar para a chefia da Funai, mas o nomeia em diretoria

Publicado em 12/01/2017 17:53
na FOLHA DE S. PAULO

O presidente Michel Temer escolheu o especialista em saúde indígena Antonio Fernandes Toninho Costa para comandar a Funai (Fundação Nacional do Índio).

A indicação, que será publicada na edição desta sexta-feira (13) do "Diário Oficial da União", encerra uma disputa entre o governo federal e as comunidades indígenas pelo cargo.

Sob pressão, o Palácio do Planalto desistiu de nomear um militar para o posto e optou por um técnico com histórico em defesa dos direitos indígenas.

Como mostrou a Folha em julho e agosto, o PSC indicou dois nomes para o cargo. O primeiro indicado foi o general da reserva do Exército Sebastião Roberto Peternelli Júnior.

Em uma página na internet em março, Peternelli postou uma imagem em homenagem ao golpe militar de 1964: "52 anos que o Brasil foi livre do maldito comunismo. Viva nossos bravos militares! O Brasil nunca vai ser comunista".

A indicação foi recebida com protesto por comunidades indígenas, o que levou o governo federal a desistir e a adiar a escolha.

segundo nome indicado pelo PSC foi o do general Franklimberg Ribeiro de Freitas.

Ele agora substitui o funcionário de carreira, antropólogo e ex-presidente do órgão em 2002 Artur Nobre Mendes no cargo de diretor de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da fundação.

A diretoria é estratégica nas atividades da Funai e ouvida em temas diversos nos processos administrativos, como mineração e gestão ambiental. Em 2012, foram criadas cinco coordenações vinculadas à diretoria, uma das quais, segundo a fundação, "voltada para a análise de viabilidade e de impactos do componente indígena dos processos de licenciamento ambiental de empreendimentos que tenham povos e/ou terras indígenas em sua área de influência".

Na época em que o nome de Freitas era cogitado para a presidência, o general era assessor de relações institucionais do CMA (Comando Militar da Amazônia), sediado em Manaus (AM). Líderes indígenas e indigenistas consultados na época reagiram negativamente à indicação, dizendo que ele era desconhecido no meio indigenista e não teria credenciais para comandar a Funai.

O PSC vendia a ideia de que era indígena, mas o próprio militar explicou na época: "Não sou índio, sou de origem indígena. Minha mãe, avó e bisavó eram indígenas".

Fonte: Folha de S. Paulo

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