Dólar sobe ante real nesta 6ª feira e quebra sequência de 3 quedas, com temor de juros mais altos nos EUA
Por Luiz Guilherme Gerbelli
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar avançou ante o real nesta sexta-feira, interrompendo a sequência de queda nas três últimas sessões, com os investidores reagindo aos dados de mercado de trabalho dos Estados Unidos, que reforçaram as apostas de juros mais altos na maior economia do mundo.
O dólar avançou 0,74 por cento, a 3,2218 reais na venda, após acumular queda de 2,55 por cento nos últimos três pregões e ir abaixo de 3,20 reais na véspera, menor nível em quase dois meses. O dólar futuro subia cerca de 0,65 por cento no final desta tarde.
Na semana, a moeda norte-americana acumulou queda de 0,86 por cento sobre o real. Na máxima do dia, chegou a 3,2250 reais e, na mínima, a 3,1883 reais.
"O fundamento prevaleceu dado o avanço do salário (nos Estados Unidos) e fortaleceu a postura de dezembro do Fed", afirmou o operador corretora H.Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado.
A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos aumentou menos do que o esperado em dezembro, mas uma recuperação dos salários indica ímpeto sustentado do mercado de trabalho, o que abre espaço para crescimento mais forte da economia e novos aumentos da taxa de juros do país neste ano.
Os números do mercado de trabalho são um dos indicadores usados pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, para guiar a política monetária. Juros mais altos nos Estados Unidos têm potencial para atrair recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro.
No exterior, o dólar avançava frente a uma cesta de moedas e a algumas moedas de países emergentes, como o peso chileno.
Os rendimentos dos Treasuries também subiam nesta sessão após os dados do mercado de trabalho. Os juros futuros no país sugeriam chance de cerca de 25 por cento de o Fed aumentar as taxas em sua reunião de março, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group.
Em dezembro, o Fed subiu os juros em 0,25 ponto percentual e sinalizou para mais três altas em 2017.
O Banco Central brasileiro não anunciou nenhuma intervenção no mercado de câmbio, estando fora desde 13 de dezembro.
(Por Luiz Guilherme Gerbelli)