Donald Trump: Reações, expectativas e análises para o Brasil, América Latina e China
Na Época: O que a eleição de Donald Trump significa para o Brasil
Nem parece que são só os americanos que vão às urnas nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Mais do que em qualquer outro país, o mundo inteiro fica de olho em cada detalhe da campanha — e apreensivo em relação ao resultado. Não à toa, houve quem organizasse até mesmo protesto aqui no Brasil por candidatos. Tudo isso porque o ocupante do Salão Oval, na Casa Branca, tem um impacto significativo na política e economia global. A dúvida é: qual (e quão grande) ele será?
Neste ano, dois candidatos completamente diferentes protagonizaram uma disputa agressiva pelo posto. De um lado, o empresário bilionário Donald Trump, no Partido Republicano. De outro, a ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado Hillary Clinton, no Partido Democrata. Quebrando todas as espectativas, o republicano conseguiu sair por cima. Época NEGÓCIOS ouviu especialistas para saber o que muda para o Brasil com essa vitória.
Economia
O mercado financeiro brasileiro e o global trabalhava com a hipótese de que Hillary sairia vencedora. Um resultado diferente chega como um choque e vai causar instabilidade pelos próximos meses. “A Hillary está precificada, digamos. Mais um mandato do Partido Democrata significaria poucas mudanças estruturais na condução da economia global”, diz Gilberto Braga, professor de finanças do Ibmec/RJ. Segundo o especialista, um desenrolar com Hillary teria sido melhor para a economia brasileira, uma vez que “evitaria um possível cenário de turbulência global que pudesse afetar nosso caminho de recuperação”. No sentido contrário, a vitória do adversário republicano traz um cenário de completa instabilidade global.
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Na Veja:
Vitória de Trump anuncia mudanças geopolíticas globais
A vitória inesperada do republicano Donald Trump nos Estados Unidos anuncia um clima geopolítico profundamente novo. De Berlim a Pequim, a expectativa agora é sobre como o novo presidente americano dará continuidade às promessas populistas e protecionistas que poderiam travar o compromisso global dos Estados Unidos com políticas profundamente estabelecidas sobre comércio, defesa e imigração.
O antagonismo de Trump em relação aos arranjos de defesa dos EUA apresenta novos riscos para os aliados de Washington na Ásia e na Europa. E sua posição contrária ao livre comércio indica a possibilidade de uma guerra comercial com a China, a segunda maior economia global. “O tom das relações econômicas entre a China e os Estados Unidos vai mudar da cooperação e da interdependência para a competição e o conflito”, disse Shi Yinhong, professor de relações internacionais da Universidade Renmin, em Pequim. O estilo de Trump e a retórica isolacionista também podem dar a Pequim “oportunidades estratégicas para a China explorar”, acrescentou.
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Extrema direita comemora a vitória de Trump
Políticos da extrema direita europeia gostaram da escolha dos eleitores americanos. A líder ultradireitista francesa Marine le Pen felicitou nesta quarta-feira o republicano Donald Trump por sua vitória nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. “Felicitações ao novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao povo americano livre”, afirma o tweet de felicitação de Marine le Pen divulgado em sua rede social.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, e o presidente tcheco, Milos Zeman, frequentemente criticados por seus discursos de direita populista, também expressaram seu apoio ao magnata americano. Há “um medo de mudança, um medo ‘do outro’, um medo da ‘contaminação cultural'”, explicou Jeremy Shapiro, diretor de investigação do European Council on Foreign Relations. Todos estes partidos de extrema direita denigrem as “elites político-financeiras e a globalização, considerada por eles uma fraude inventada pelos ricos”.
No Reino Unido, que recentemente também enfrentou uma votação surpreendente, o líder do partido de direita populista Ukip, Nigel Farage, afirmou que a vitória do republicano “é maior que o Brexit”. “Não estou particularmente surpreso porque a classe política é vilipendiada em grande parte do Ocidente, a indústria de pesquisas está falida e a imprensa simplesmente não acordou com o que está acontecendo no mundo”, completou Farage.
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‘Não muda nada’, diz Temer sobre eleição de Trump
O presidente da República, Michel Temer, comentou nesta quarta-feira, a eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos, ele disse que a relação entre os dois países “não muda nada” e que vai enviar cumprimentos ao republicano.
“A relação do Brasil e Estados Unidos, assim como os demais países, é institucional, ou seja, de Estado para Estado”, afirmou. “Estou mandando cumprimentar o presidente pela eleição. Eu tenho certeza de que não muda nada a relação Brasil-Estados Unidos.”
Temer disse ainda que os dois países têm uma tradição democrática e ressaltou que, por causa das instituições sólidas dos Estados Unidos, Trump fará um governo para toda a sociedade americana.
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América Latina reage (e lamenta) à eleição de Donald Trump
Antes mesmo de saber os resultados oficiais das eleições presidenciais americanas, o governo mexicano reagiu na madrugada desta quarta-feira à vitória do candidato republicano Donald Trump, que provocou queda no valor do peso. As autoridades da área econômica convocaram uma entrevista, com o objetivo de acalmar os mercados.
Quando a contagem de votos terminou, o jornal El Universal anunciou: “Trump ganha a presidência dos EUA; o peso em queda livre”. Os mercados reagiram às declarações de Trump que, durante a campanha, propôs acabar com o Nafta – o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio com o Canadá e o México, em vigor desde 1994.
O acordo, que reduz barreiras alfandegárias, levou ao fechamento de fábricas nos Estados Unidos. As empresas reduziram seus custos, mudando-se para o território mexicano, onde a mão de obra é mais barata. Montavam eletrodomésticos e automóveis, com componentes importados, e exportavam o produto acabado ao mercado norte-americano e terceiros mercados. Trump sugeriu cobrar um imposto de 35% sobre as importações mexicanas, o que teria sério impacto no país vizinho, além de construir um muro na fronteira, para impedir a entrada de imigrantes ilegais.
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Para China, vitória de Trump cria incertezas e oportunidades
Por Michael Martina e Sue-Lin Wong
PEQUIM (Reuters) - A surpreendente vitória de Donald Trump coloca pressão sobre questões estratégias e econômicas nos laços entre Estados Unidos e China, e provavelmente surpreendeu e preocupou líderes chineses, que prezam pela estabilidade nas relações entre as duas potências.
Trump criticou a China durante a campanha, e rendeu manchetes por suas promessas de impor tarifas de 45 por cento sobre produtos chineses importados e por chamar o país de manipulador do câmbio.
O republicano também questionou os compromissos de segurança dos EUA com aliados e minimizou normas de longa data da política externa norte-americana mantidas pelos depois partidos, como ao sugerir que o Japão desenvolva armas nucleares -declaração que, se ele levar em frente, pode provocar alterações no equilíbrio de segurança regional na Ásia.
O resultado imprevisível não é o ideal para o Partido Comunista da China, obcecado pela estabilidade, especialmente no momento em que o regime chinês busca amenizar as relações com os EUA mediante as reformas desafiadores em casa, uma economia em desaceleração e uma troca de liderança que colocará uma nova elite do partido no entorno do presidente Xi Jinping no fim de 2017.
Pequim tende a preferir os sucessores de partidos com linhas política consistentes. A falta de experiência governamental de Trump e sua abordagem não ortodoxa ante prioridades de longa data do Partido Republicano podem representar uma dor de cabeça para autoridades chinesas.
Jia Qingguo, reitor da Escola de Relações Internacionais da conceituada Universidade Peking e conselheiro do governo, chamou Trump de "símbolo da incerteza".
"A China espera que a futura política dos Estados Unidos seja mais clara, porque assim podemos nos preparar e lidar com ela", disse Jia.
EMPRESÁRIO PRAGMÁTICO
Certamente, uma Casa Branca comandada por Trump apresenta à China uma variação de novas oportunidades.
Décadas de críticas de Hillary Clinton ao histórico de direitos humanos da China e sua insistência sobre o interesse norte-americano no Mar do Sul da China tornaram a democrata uma conhecida, mas não apreciada, figura entre a elite governista de Pequim.
Especialistas chineses dizem que algumas pessoas em Pequim acreditam que Trump irá provar ser um empresário pragmático, disposto a negociar com a China.
"Qualquer tipo de política protecionista será uma faca de dois gumes", disse Ruan Zongze, ex-diplomata chinês agora membro do Instituto da China de Estudos Internacionais, associado ao Ministério das Relações Exteriores. "Acho que ele será muito cauteloso sobre isto."
O presidente chinês cumprimentou Trump pela vitória nesta quarta-feira, de acordo com a TV estatal chinesa, e disse ao presidente eleito dos EUA que as duas maiores economias do mundo têm a responsabilidade de promover o desenvolvimento e a prosperidade global.
"Eu ponho grande importância no relacionamento China-EUA, e espero trabalhar com você para manter os princípios de não conflito, não confrontação, respeito mútuo e cooperação ganha-ganha", disse Xi a Trump em mensagem, acrescentando que o desenvolvimento estável e saudável em longo prazo das relações entre EUA e China está nos interesses fundamentais dos povos de ambos os países, acrescentou.