Comerciantes de petróleo duvidam que acordo da Opep trará forte redução de oferta
LONDRES (Reuters) - O acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para reduzir a produção de petróleo não deve resultar em uma redução substancial nos suprimentos, disseram algumas das maiores empresas mundiais de comercialização da commodity nesta semana, o que significa que é improvável que o mercado se reequilibre antes de transcorrida boa parte de 2017.
O preço do petróleo cru se estabilizou em torno dos 50 dólares por barril desde que a Opep firmou o acordo no dia 28 de setembro.
Mas o aumento da produção na Líbia e na Nigéria, membros do grupo, vem lançando dúvidas sobre a eficácia do pacto.
"Está claro que eles colocaram um piso no mercado", disse o diretor-presidente da Gunvor, Torbjorn Tornqvist, durante a Reuters Commodities Summit.
"Mas não acho que eles possam fazer nenhum corte substancial. Há fatores incertos demais envolvidos. Estes dois países podem acabar com qualquer outro acordo que tenha sido acertado".
Nenhuma redução combinada irá afetar os suprimentos existentes até o ano que vem, afirmou Tornqvist, porque a reunião da Opep em Viena no dia 30 de novembro para determinar a política de suprimento irá ocorrer tarde demais para ajustar as datas de carregamento de estoque antes de 2017.
"Realisticamente falando, eles não podem fazer nada até janeiro. Teremos bastante petróleo no mercado até então. Não tenho grandes expectativas de preços de petróleo mais altos de forma duradoura, certamente não no médio prazo", disse Tornqvist.
(Por Alex Lawler e Dmitry Zhdannikov)