Dólar tem leve alta ante real, de olho em Yellen e impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff

Publicado em 25/08/2016 17:06

Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta frente ao real nesta quinta-feira, com investidores ainda evitando grandes apostas antes do discurso da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, no dia seguinte e enquanto o Senado dava início ao julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

O dólar avançou 0,27 por cento, a 3,2316 reais na venda, após chegar a 3,2427 reais na máxima e 3,2163 reais na mínima do dia. O dólar futuro subia cerca de 0,10 por cento no fim da tarde.

"Dá para resumir o mercado em duas palavras: Yellen e impeachment", disse o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.

O discurso de Yellen em Jackson Hole, às 11:00 (horário de Brasília) na sexta-feira, vem monopolizando as atenções dos mercados desde o início desta semana. Declarações de algumas autoridades do banco central norte-americano vêm alimentando apostas de que os juros devem subir até o fim do ano, pressionando ativos que atraem investidores atrás de rendimentos elevados.

No cenário local, o início do julgamento do impeachment de Dilma também ocupou os holofotes. A votação que definirá se a presidente será afastada definitivamente do cargo deve acontecer na madrugada da próxima quarta-feira.

O mercado já dá praticamente como dado que o impeachment será confirmado, o que pode servir de gatilho para trazer mais recursos externos ao Brasil. Daqui em diante, segundo operadores, o foco estará nas relações entre o governo de Michel Temer e o Congresso em sua campanha por angariar apoio a medidas de austeridade fiscal.

Investidores querem sobretudo ver demonstração de maior força política ainda neste ano, como a aprovação da proposta que limita o crescimento dos gastos públicos.

"Muito do impeachment já foi antecipado pelos derivativos, mas pode vir mais fluxo de estrangeiros, agora que o foco volta para o fiscal", resumiu o estrategista de renda fixa da corretora Coinvalores, Paulo Celso Nepomuceno.

Nesta manhã, o Banco Central brasileiro vendeu novamente 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares.

Fonte: Reuters

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