Dólar cai abaixo de R$ 3,25 com recuperação de commodities e Japão
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar recuava cerca de 1 por cento e ia abaixo de 3,25 reais nesta terça-feira, reagindo à recuperação dos preços de commodities e em linha com a baixa global da moeda norte-americana após o anúncio de novos estímulos fiscais no Japão.
Às 10:57, o dólar recuava 0,82 por cento, a 3,2452 reais na venda, após subir 0,90 na sessão anterior. O dólar futuro caía cerca de 0,65 por cento nesta manhã.
"Não há grandes notícias. As commodities estão subindo e o dólar está caindo em todo mundo", resumiu o economista da 4Cast Pedro Tuesta.
Os preços do petróleo voltavam a subir nesta manhã após acumularem queda de 10 por cento em uma semana, mas investidores continuavam preocupados com o excesso de oferta global.
O movimento era acompanhado de avanços nos preços de outras commodities relevantes para a América Latina, como o minério de ferro e o cobre. Nesse contexto, o dólar recuava em relação aos pesos chileno, mexicano e colombiano.
Outro fator que contribuía para a queda global da moeda norte-americana era o anúncio de 132 bilhões de dólares em medidas fiscais no Japão, que decepcionou alguns investidores que esperavam ações mais contundentes, mas levou o dólar a perder terreno em relação ao iene.
Também ajudava manter o dólar em queda nos mercados globais a alta de apenas 0,1 por cento do índice de preços PCE nos Estados Unidos em junho, que reforçou a percepção de que os juros norte-americanos não devem voltar a subir tão cedo.
"Os ventos externos estão ditando o movimento dos mercados brasileiros", disse o operador de uma corretora internacional, sob condição de anonimato.
No cenário local, investidores continuavam monitorando os passos do ajuste fiscal. Alguns demonstravam decepção após o governo aceitar alterar o projeto de renegociação da dívida dos Estados para garantir sua aprovação no Congresso Nacional, cuja votação está prevista para esta sessão.
Nesta manhã, o Banco Central novamente vendeu 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares, repetindo a atuação que vem realizando quase diariamente desde o mês passado.
(Por Bruno Federowski)