Dólar sobe 0,78% ante real por Ptax e antes de decisão do BC do Japão
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta frente ao real nesta quinta-feira, influenciado pela briga pela formação da Ptax e na véspera da decisão do Banco do Japão, com alguns apostando que o banco central japonês deve anunciar novos estímulos monetários.
O dólar avançou 0,78 por cento, a 3,2965 reais na venda, após ficar quase estável na sessão anterior. O dólar futuro subia cerca de 0,95 por cento no fim da tarde.
"Tem sido uma semana mais tranquila em termos de notícia e a questão do Banco do Japão acabou monopolizando as atenções (neste pregão). Não tem por que arriscar muito agora, antes de um evento importante como esse", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.
Notícias de que o governo japonês vai apresentar um novo pacote de estímulos econômicos alimentaram expectativas de que o banco central do país pode também afrouxar a política monetária em sua decisão na sexta-feira.
Nesta quinta-feira, fontes próximas ao assunto disseram à Reuters que o banco central está considerando expandir seus estímulos monetários.
No mercado local, as cotações foram influenciadas ainda pela briga pela Ptax, taxa calculada pelo Banco Central que serve de referência para diversos contratos cambiais. Operadores costumam disputar para deslocar a taxa a patamares favoráveis a suas posições cambiais antes do fechamento da taxa no último pregão do mês.
Outro fator que elevou as cotações do dólar nesta sessão foi a denúncia do Ministério Público Federal do Distrito Federal contra o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e mais três diretores do banco em mais uma ação no âmbito da Operação Zelotes.
"O Bradesco é uma instituição muito importante e qualquer notícia que possa afetar a credibilidade do banco rescalda na credibilidade do Brasil para o investidor", explicou o operador de uma corretora internacional.
Nesta manhã BC novamente vendeu todos os 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares. A autoridade monetária realizou leilões desse tipo em todas as sessões deste mês exceto uma, mas desta vez adicionou um terceiro vencimento à oferta.
A autoridade monetária vendeu contratos a vencer em 1º de setembro de 2016, 3 de outubro de 2016 e 2 de janeiro de 2017. Até a operação da véspera, os leilões envolviam apenas os dois primeiros vencimentos.
(Por Bruno Federowski)