Premiê britânica visita Irlanda do Norte para conter preocupações sobre saída da UE
Por Amanda Ferguson
BELFAST (Reuters) - A primeira-ministra britânica, Theresa May, visitou a Irlanda do Norte nesta segunda-feira em uma tentativa de aliviar temores sobre possível impacto do referendo do Reino Unido para deixar a União Europeia sobre o processo de paz da província britânica, sobre sua fronteira com a Irlanda e sobre bilhões de libras em financiamento da UE.
A vitória no referendo de junho do chamado "Brexit" levantou questões sobre o futuro da fronteira aberta entre Irlanda do Norte e a República da Irlanda, a qual se tornará a única fronteira britânica com o bloco.
Preocupações também foram levantadas sobre o status legal do Acordo de Sexta-feira Santa, de 1998, o qual encerrou três décadas de conflitos entre nacionalistas católicos que buscavam uma Irlanda unida e protestantes que queriam manter a Irlanda do Norte um território britânico. Mais de 3.600 pessoas morreram no conflito.
“Eu fui clara de que vamos fazer da saída do Reino Unido da União Europeia um sucesso”, disse May em comunicado. “Isso significa que deve funcionar para a Irlanda do Norte também, incluindo em relação à fronteira com a República da Irlanda”.
May disse que os detalhes de futuros acordos de fronteira com a Irlanda virão do resultado das conversas do "Brexit" com Bruxelas. Mas ela notou que existe uma área de viagem livre com a República da Irlanda desde os anos 1920.
A Irlanda do Norte escolheu por permanecer na UE, com 56 por cento dos votos, enquanto a Grã-Bretanha como um todo escolheu sair da UE por 52 a 48 por cento.
A questão da fronteira foi levantada por aqueles em favor de deixar a UE, os quais foram enfáticos de que a Grã-Bretanha deve ser capaz de controlar suas fronteiras --e, portanto, a imigração-- mais rigidamente.
May, em sua primeira viagem a Belfast desde que se tornou primeira-ministra no começo deste mês, tinha encontro com a líder da província, Arlene Foster, a qual fez campanha para que a Grã-Bretanha deixasse a UE, e com o vice-primeiro-ministro Martin McGuinness, um ex-comandante militar da República da Irlanda que promoveu a permanência no bloco.
May disse que ela vai trabalhar com todos os partidos políticos da Irlanda do Norte.